SEPTUAGENÁRIO ASSASSINADO À TRAIÇÃO POR «AMIGO» BRASUCA

António do Carmo Alves, um ex-agente da PSP, de 71 anos, tinha uma relação de "amor-ódio" com o vizinho César, um brasileiro de 44. "Eles eram amigos, mas andavam muito às turras", recorda ao CM Carminda Nunes Costa, mulher da vítima. Na terça--feira à tarde, os dois homens foram, como é hábito, trabalhar a terra numa horta perto de casa, em Campos de Caneças, Odivelas. Só César regressou e, perante a demora do marido, Carminda pediu ao filho que o fosse procurar. "Encontrou-o morto, com a cabeça esmagada e cheia de sangue, e com um tubo de ferro junto ao cadáver", conta.

O antigo polícia, que passou grande parte da carreira na esquadra de Odivelas, tinha acabado de ser morto à traição pelo amigo de vários anos. António Alves terá sido assassinado entre as 18h00 e as 18h30 de terça-feira. César, o homicida, confessou mais tarde à Polícia Judiciária ter andado "à pancada" com o ex-agente, e quando este virou costas para regressar a casa deu-lhe várias vezes com um tubo de ferro na cabeça.Mas o imigrante brasileiro, vizinho de António Alves e da mulher, não admitiu logo ter praticado o crime. "Pelas 19h00 chamei o meu filho e a minha nora face à demora do meu marido", conta Carminda Costa. Já depois de descobrir o cadáver do ex-polícia, a família deste confrontou o imigrante brasileiro, mas César negou saber de António Alves, tendo mesmo tentado agredir a nora do ex-polícia.

A PSP de Caneças foi de imediato chamada e, perante o facto de César estar visivelmente embriagado e com sangue nas calças, acabou por detê-lo. Entregue à Secção de Homicídios da PJ de Lisboa, o imigrante confessou o crime.

"Disse que teve uma discussão com o meu marido e lhe deu com um ferro na cabeça várias vezes", explicou Carminda Costa. António Alves teve o óbito declarado no local. Desconhecem-se, para já, as medidas de coacção aplicadas ao homicida.