quarta-feira, novembro 29, 2017

CONTINUAÇÃO DA EDIFICAÇÃO RELIGIOSA EM SANTUÁRIO ROMANO NA UCRÂNIA




Actualização do complexo religioso romanista a ser construído na Ucrânia: 
 - Altar de Vesta, Deusa do Fogo Sagrado do Lar e da Pátria: pia instalada;
 - Altares de Mercúrio e de Fortuna: fundações prontas;
 - Altar de Diana: fundações feitas e já a secar;
 - Altar de Juno: fundações feitas.
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Fonte: https://www.facebook.com/templvm.org/posts/1688298444570912

Sic itur ad astra...


BRANCA INSULTADA E AGREDIDA POR NEGRO EM METRO DE NOVA IORQUE SÓ PORQUE LHE PEDIU QUE ELE NÃO A PRESSIONASSE...


No metro de Nova Iorque, EUA, uma mulher branca, Sam Saia, disse a um negro sentado ao seu lado que parasse de fazer «manspreading», termo que as feministas actuais aplicam ao hábito predominantemente masculino de afastar naturalmente os joelhos quando se está em posição sentada. A senhora estava-se a sentir comprimida contra a parede. Acto contínuo, o negro gritou-lhe: «B–ch, you ain’t nothing! I’ve raped white b–ches like you, f—ing c–t! You ain’t nothing, you f—ing b–ch!», que se pode traduzir como «Puta, não és nada! Já violei putas brancas como tu, cona de merda! Não és nada, puta de merda!» A mulher tentou ignorar os insultos enquanto o preto continuava o seu discurso... mas o preto não se ficou por aí e deu-lhe um murro, abrindo-lhe um lábio (ver foto acima) e fazendo-a colidir a cabeça contra a parede atrás de si. Nisto, um passageiro branco resolveu intervir e expulsar o negro do comboio, que tentou então pedir desculpa à vítima.
Sam Saia contou no Facebook que deu parte à polícia mas que a polícia disse não ter relatório algum sobre o sucedido nesse dia e está agora a investigar o vídeo que registou a cena.
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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: https://nypost.com/2017/11/17/subway-rider-i-asked-manspreader-to-stop-so-he-punched-me-in-the-face/   -   Página com vídeo incorporado
Pode ler-se mais aqui: https://nypost.com/2017/11/17/manspreader-victim-says-she-got-the-runaround-from-nypd/

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Esta é pois mais uma cena que não vereis nas SIC(k)s e merdas quejandas, que aqui a vítima é branca, o herói também, só o vilão cobarde e machista e auto-proclamado violador é negro... não se ouvem feministas a comentar este exemplo de comportamento abusivamente expansivo, ameaçador e agressivo do macho opressor, porque será?...

MAIORIA DOS ITALIANOS ACHA QUE HÁ EM ITÁLIA ALÓGENOS EM DEMASIA

Sete em cada dez italianos acha que no seu país há demasiados imigrantes; sessenta e sete por cento concorda que «é necessário um líder forte para defender o povo». Estes são os resultados de uma sondagem recente levada a cabo pelo Centro Judaico de Documentação Contemporânea em Milão, tendo nisso a colaboração da agência de sondagens IPSOS e da agência noticiosa ANSA.
O estudo diz mais - quarenta e três por cento dos Italianos acredita que os imigrantes estão a «roubar» os empregos aos autóctones.
Note-se entretanto que dos cento e sessenta e três mil imigrantes que alcançaram asilo na Suécia em 2015, menos de quinhentos encontraram emprego (informação até Junho de 2016). Na Alemanha, as trinta empresas de topo só deram emprego a cinquenta e quatro imigrantes, dos quatro milhões de imigrantes disponíveis. 
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http://www.breitbart.com/london/2017/11/22/migrant-crisis-italians-half-strangers-own-country/

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Mais uma, mais outra e mais outra, ainda mais outra, sempre mais outra confirmação de que o povo está contra a iminvasão que a elite político-culturalmente reinante lhe quer impingir; confirma-se também que essa elite sabe perfeitamente disso e todavia a iminvasão não abranda. Confirma-se portanto o óbvio: quanto mais democrática for a sociedade, mais nacionalista será o poder político que a reger.

PRESIDENTE DOS EUA CRITICADO POR DIVULGAR MENSAGENS DE ALERTA CONTRA O ISLAMISMO

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou a fazer parte nesta Mércores de uma guerra anti-muçulmana, compartilhando três tweets originalmente postados pela vice-líder do grupo de Extrema-Direita Grã-Bretanha Primeiro, Jayda Fransen.
Os três tweets incluem vídeos de violência contra muçulmanos, incluindo um no qual um adolescente é jogado de um telhado e espancado até à morte. Trump compartilhou os vídeos mortais rapidamente, alcançando os seus 45 milhões de seguidores ao longo da manhã.
Os usuários do Twitter foram rápidos em responder ao presidente dos EUA, rotulando os retweets como "nova decepção". Outro usuário do Twitter recomendou que ele procure ajuda para seus "problemas de saúde mental".
Pouco depois da série de tweets violentos, Trump estava atacando o "bandido da notícia falsa", referindo-se à rede de TV norte-americana CNN.
No início deste mês, a líder do movimento de Extrema-Direita britânica Jayda Fransen esteve em tribunal por conta de uma tirada abusiva lançada contra uma mulher muçulmana que usava um hijab em Janeiro. O tribunal ouviu que no sul da Londres Sumayyah Sharpe estava a fazer compras com os seus quatro filhos quando foi confrontada por Fransen, que estava brandindo uma cruz branca.
Em Outubro, Fransen foi presa por violar os seus termos de fiança quando viajou pela Europa para espalhar a palavra da Extrema-Direita. Durante o passeio, Fransen apareceu num programa de rádio neonazi, imediatamente após um segmento sobre o livro Minha Luta, escrito no cárcere por Adolf Hitler.
Fransen, cujo grupo lidera campanhas de "patriotas cristãos" contra o multiculturalismo e a "islamização" do Reino Unido, elogiou a actividade de Trump no Twitter. "Deus te abençoe Trump! Deus abençoe a América!", postou ela logo após o compartilhamento feito pelo presidente dos EUA.
Os polémicos tweets inflamatórios atraíram a fúria de muitos seguidores contrários a Trump e seu possível endosso às mensagens de ódio contra muçulmanos, que poderiam ser uma forma de demonstrar apoio à sua iniciativa de colocar limites de viagem para os EUA de cidadãos de certos países, além de evitar a entrada de refugiados que não possuem vistos ou documentos de viagem válidos.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/americas/201711299960076-trump-videos-violencia-muculmanos-twitter/

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O gordo loiro que dirige a maior potência do planeta volta pois a brilhar da maneira mais simples - contribuindo para disseminar a verdade dos factos, o que no caso constitui trabalho de monta, dada a sua posição privilegiada para o fazer. Que devido a ter feito algo tão elementar haja quem o insulte, eis o que só o nobilita, constitui mais um ponto a seu favor - é sinal de que está a seguir um bom caminho, precisamente porque está a magoar quem deve ser magoado. Está a expor uma realidade que é mui insuficientemente exibida nos grandessíssimos mé(r)dia, porque os donos destes mé(r)dia sabem que «longe da vista, longe do coração», ou seja, quanto menos o povinho europeu vir a realidade do Islão, menos pensa nesse perigo e portanto menos essa lembrança actua quando for altura de pôr a cruzinha no boletim de voto, e assim se vai conseguindo abrandar a velocidade de crescimento da Extrema-Direita enquanto ao mesmo tempo se enfiam toneladas de alógenos nos países ocidentais para que um dia o processo eleitoral deixe de dar força aos partidos nacionalistas... é uma forma como outra qualquer de sabotar a Democracia. Ora quando um presidente de um país poderoso contribui para furar esse «subtil» bloqueio informativo, é uma grande chatice, cai o Carmo e a Trindade e todas as palavras são poucas para diabolizá-lo... «todas as palavras são poucas» literalmente falando, porque entretanto o povo vai despertando e a mensagem nacionalista vai-se disseminando no seio da massa popular.


SOBRE OS PALESTINOS

Num editorial do Guardian de 1º de Novembro de 2017, antecedendo o 100º aniversário da Declaração Balfour, o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, pediu à Grã-Bretanha que "peça desculpas" pelo século de "sofrimento" que o documento, segundo ele, trouxe ao "Povo Palestino". Abbas reiterou as reivindicações que vem fazendo desde 2016, para justificar uma surreal acção judicial que ele ameaça ingressar contra a Grã-Bretanha por ela apoiar a "criação de uma pátria para um Povo (judeu), afirma ele, "resultando na desapropriação e perseguição contínua de outro".
"Palestinos" eram os judeus que viviam juntamente com muçulmanos e cristãos numa terra chamada Palestina, que esteve sob administração britânica de 1917 a 1948.
Todos aqueles que nasceram naquele território durante o período do mandato britânico tinham o termo "Palestina" carimbado nos passaportes. Acontece que os Árabes ficavam ofendidos quando lhes chamavam Palestinos. Reclamavam: "não somos palestinos, somos árabes. Os Palestinos são os Judeus".
Bernard Lewis explica: "Com o surgimento e disseminação de ideologias pan-árabes, os Palestinos começaram a fazer questão em afirmar que eles eram árabes, não sírios do sul. Ao longo do período remanescente do mandato britânico e por muitos anos depois disso, as organizações palestinas autodenominavam-se árabes e manifestavam a sua identidade nacional em termos árabes, não em termos palestinos, nem em termos sírios".
Quando Israel declarou a independência em 14 de Maio de 1948, os exércitos de cinco países árabes uniram-se para destruir no berço a incipiente Nação Judaica. Após ser derrotada, uma parcela de árabes locais que haviam fugido da guerra queria voltar, mas era considerada quinta coluna não sendo portanto permitido o seu retorno. Os árabes leais permaneceram em Israel durante a guerra e os seus descendentes ainda estão em Israel, representando hoje um quinto da população do país. São conhecidos como árabes israelitas. Têm os mesmíssimos direitos dos Judeus, com a excepção de que não são legalmente obrigados a servirem o exército. Podem-se oferecer como voluntários para servir se assim o desejarem. Os árabes israelitas têm os seus próprios partidos políticos. São membros do Knesset (Parlamento de Israel) e trabalham em todas as profissões. A moral da história é ou deveria ser: não comece uma guerra a menos que esteja preparado para a derrota, como aconteceu recorrentemente com os árabes de Israel e com os seus vizinhos em 1947/1948, 1967 e 1973.
A propósito, o território mantido pelo Mandato Britânico da Palestina como fiel depositário para os Judeus, inicialmente incluía todas as terras que hoje pertencem ao Reino da Jordânia, que teve a sua independência concedida em 1946 como Reino da Transjordânia.
Menos de uma semana após a publicação do artigo no Guardian, Omar Barghouti, incitador das investidas de hoje de destruir Israel por meio do sufocamento da Economia, ecoou Abbas num artigo publicado na revista Newsweek, dizendo que a Declaração Balfour é "uma tragédia para o Povo Palestino".
O mesmo sentimento foi manifestado no final de Setembro numa palestra proferida por Rashid Khalidi − Edward Said Professor of Modern Arab Studies at Columbia University − no Centro Hagop Kevorkian de Estudos do Médio Oriente na cidade de Nova York: a Declaração Balfour "lançou um agressão que já dura há um século contra os Palestinos visando implantar e promover esta pátria nacional, mais tarde Estado de Israel, às suas custas..."
As alegações de Khalidi assim como as de Abbas e Barghouti são falsas. Antes da criação do Estado de Israel em 1948 não havia "Palestinos". Conforme declaração do proeminente historiador e especialista libanês/americano sobre o Médio Oriente, Philip Hitti, no seu depoimento perante a Comissão de Inquérito Anglo-Americana de 1946: não existe essa coisa de Palestina na história, de jeito algum".
Os autores Guy Millière e David Horowitz analisaram detalhadamente a matéria no livro de 2015 "Comment le peuple palestinien fut inventé" ("Como o Povo Palestino foi inventado"), ilustrando que o propósito do embuste é o de "transformar uma população numa arma de destruição em massa contra Israel e o Povo Judeu, para demonizar Israel e para fornecer ao totalitarismo e ao anti-semitismo formas de agir".
A manobra deu certo, por um tempo funcionou bem acima das expectativas. O termo "Palestinos" foi usado no mundo inteiro, inclusive em Israel, para se referir aos árabes que vivem na Cisjordânia e em Gaza. Muitas vezes o termo é empregado também para se referir aos árabes com cidadania israelita. A narrativa segundo a qual os Judeus expulsaram os Árabes ao estabelecerem um estado contradiz integralmente os factos.
Quais são esses factos? Quando foi, na realidade, criado o "Povo Palestino"? Usando simplesmente o Google Ngram Viewer tem-se a resposta.
Ngram é um banco de dados que mostra a frequência com que uma expressão aparece em livros publicados entre os anos 1500 a 2008. Quando um usuário insere o termo "Povo Palestino" e "Estado Palestino" na barra de pesquisa Ngram, percebe que o termo começa a aparecer somente em 1960.
Na carta datada de 2 de Novembro de 1917 enviada a Walter Rothschild, líder da comunidade judaica da Grã-Bretanha, o Ministro das Relações Exteriores, Lord Balfour, salienta: "O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o Povo Judeu e empregará todos os seus esforços no sentido de facilitar a realização desse objectivo, entendendo-se claramente que nada será feito que possa atentar contra os direitos civis e religiosos das colectividades não judaicas existentes na Palestina (itálico adicionado), nem contra os direitos e o estatuto político de que gozam os Judeus em qualquer outro país".
Para completar, além do Ngram, também há as palavras do líder da OLP, Zuheir Mohsen, que em entrevista concedida em Março de 1977 ao jornal holandês Trouw ressaltou: "O Povo Palestino não existe. A criação de um Estado Palestino é apenas um meio para continuar a nossa luta contra o Estado de Israel em nome da unidade árabe. Na realidade, hoje não há nenhuma diferença entre Jordanos, Palestinos, Sírios ou Libaneses. Somente por razões políticas e tácticas falamos hoje sobre a existência de um Povo Palestino, uma vez que os interesses nacionais árabes exigem que postulemos a existência de um Povo Palestino distinto para se opor ao sionismo.
"Por razões tácticas, a Jordânia, que é um Estado soberano com fronteiras definidas, não pode reivindicar Haifa e Jaffa, ao passo que como palestino, posso indubitavelmente exigir Haifa, Jaffa, Beer-Sheva e Jerusalém. No entanto, no momento em que resgatarmos o nosso direito sobre toda a Palestina, não demoraremos sequer um minuto para unirmos a Palestina e a Jordânia".
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Jean Patrick Grumberg é jornalista do site de notícias de língua francesa Dreuz.
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Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/11454/povo-palestino

MARCHA CONTRA A VIOLÊNCIA SOBRE AS MULHERES

Centenas de pessoas, entre as quais deputados e três ministros, marcharam neste sábado à tarde, em Lisboa, para pedir que “nem mais uma” mulher seja vítima de violência doméstica e para rejeitar qualquer discriminação contra as mulheres. Assinalando o Dia internacional contra a Violência Doméstica, a marcha começou com uma concentração no Largo do Intendente, em Lisboa, onde foram recordados os nomes das 18 “caídas”, as mulheres que morreram este ano em Portugal vítimas de violência de companheiros ou ex-companheiros, e a forma como foram assassinadas.
Entre as mulheres que representaram as vítimas encontrava-se a deputada socialista Catarina Marcelino, que foi, até Outubro, secretária de Estado da Cidadania e Igualdade. Os manifestantes marcharam depois até ao Rossio, ao som de tambores e de palavras de ordem como “A nossa luta é todo o dia, somos mulheres e não mercadoria”, “Não é Não” ou “Deixa passar, sou feminista e o mundo eu vou mudar”.
Na marcha, com o lema “Contra a violência machista, age!”, podia ler-se, nos cartazes, mensagens como “Não me calo”, “Contra a ditadura da heterocultura” ou “Amor não mata, machismo sim”.
Este é o terceiro ano consecutivo com menos casos de mulheres vítimas de violência doméstica, mas Elisabete Brasil, da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta), uma das organizações que promoveram a manifestação, considerou que é “sempre preocupante” quando uma mulher morre “no lugar onde se deveria sentir mais segura, na sua casa”. Elisabete Brasil salientou que “muitas vezes, os casos são conhecidos dos familiares, da polícia ou da justiça” e defendeu a necessidade de apostar na prevenção, alertando os jovens para as questões da igualdade.
Alexandra Silva, presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, realçou que as mulheres são vítimas de “mais do que a violência doméstica”, pedindo a eliminação da “violência de todas as formas, em diferentes esferas da vida das mulheres, em diferentes locais e por diferentes tipos de agressores, como no local de trabalho, na rua, na intimidade”.
Também a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, apontou que a desigualdade entre homens e mulheres continua a prevalecer. “Uma em cada quatro mulheres em Portugal declara-se como tendo sido vítima de assédio e violência física e sexual. As mulheres continuam a ganhar menos dos que os homens, mesmo quando têm mais qualificações. A desigualdade é real e abate-se contra metade da população”, exemplificou. “É importante que se assuma que a violência contra as mulheres é o maior problema de segurança em Portugal e, portanto, é muito importante que estejamos todos envolvidos”, declarou a dirigente bloquista. Luís Brandão era um dos muitos homens que aderiram à marcha, apesar de não pertencer a nenhuma das organizações que a promoveu. Empunhando um pequeno cartaz em que se lia “Namorar não é abusar”, disse que quis associar-se “como homem, como cidadão”. “É uma luta das mulheres, mas seria errado achar que é uma luta só das mulheres”, considerou.
Do Governo, estiveram presentes as ministras da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, e da Justiça, Francisca Van Dunem, e o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. O governante recordou que cerca de dois terços das esquadras e postos da GNR e da PSP têm espaços dedicados ao atendimento de vítimas de violência doméstica e sublinhou que o Orçamento do Estado para 2018, que deverá ser aprovado na próxima semana, prevê que qualquer nova instalação ou requalificação contará com um destes espaços. O objectivo, salientou Cabrita, é atingir a plenitude das esquadras e postos em todo o país.
A secretária de Estado da Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, disse que o executivo pretende “reforçar todas as estruturas que prestam apoio ao nível de atendimento e de suporte” a mulheres vítimas de violência, estando previsto o “reforço com duas casas, destinadas a mulheres vítimas com problemas na área da deficiência e da saúde mental”.
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Fonte: http://observador.pt/2017/11/25/centenas-marcham-em-lisboa-para-que-nem-mais-uma-mulher-seja-vitima-de-violencia/

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No final, quando já a maioria dos manifestantes se tinha ido embora, algumas mulheres usavam o microfone para falarem das suas experiências. O clima reinante no local era o de associação da violência contra as mulheres à violência «racista» da polícia contra os africanos, que a Esquerda é mesmo assim, como a Direita, de resto, tenta juntar um máximo de bandeiras ideológicas num só protesto - até um cartaz de luto pelo 25 de Novembro apareceu neste protesto, como se pode ver na foto 68 desta página: http://www.esquerda.net/content/manifestacao-pelo-fim-da-violencia-contra-mulheres-em-lisboa/52109 - mesmo quando uma coisa não tem corno a ver com outra. Uma das mulheres que falou, brasileira, estava a queixar-se de não ter sido devidamente atendida por polícias a quem se queixou por ter sido vítima de uma forma despudorada de exibicionismo sexual.  Nisto, um tipo disse-lhe, alto e bom som, «volta para a tua terra». Era negro... Imagine-se se fosse um branco a dizer o que ele disse, caía ali o Carmo e a Trindade (que nem estavam longe da cena, passou-se no Rossio). Em vez disso houve uma meia dúzia de pessoas a cercá-lo e a pedir-lhe que saísse do local, o que aliás não fez. Isto traz à memória exigências recentes de que as estatísticas tenham em conta o factor racial. Era interessante saber algo sobre as diferenças entre negros e brancos no que toca à violência sobre as mulheres... nos EUA são óbvias: pode ler-se neste artigo http://time.com/3313343/ray-rice-black-women-domestic-violence/ que a taxa de mulheres negras assassinadas em contexto de violência doméstica é três vezes superior à das mulheres brancas, e a esmagadora maioria das mulheres negras está casada com homens negros, note-se entretanto que uma minoria de mulheres brancas está casada com negros, sabe-se lá o que isso não fará ao número de mulheres brancas assassinadas pelos maridos, enfim... quase aposto que se por cá ou em qualquer outro lado o Esquerdalhame falar das mulheres negras vitimadas pela violência conjugal, eventualmente será para culpar a sociedade «racista» e acabou, quase como o artigo em Inglês que acima indiquei acaba por fazer ao pegar na desculpa do desemprego aumentar a agressividade dos homens, já se sabe como é, um argumento que nunca é usado para desculpabilizar a violência dos skinheads brancos desempregados mas apenas para os rebaixar, como quem diz «estas bestas são uns frustrados desempregados»...
Não há, em suma, nada como o mundo ocidental feito por e de ocidentais para salvaguardar os direitos e dignidades dos mais vulneráveis, mulheres incluídas. 

COMISSÃO DE TRABALHADORES DOS CTT QUER RE-NACIONALIZAÇÃO DA EMPRESA

O Bloco de Esquerda (BE) quer o regresso dos CTT à esfera do Estado. Os bloquistas receberam esta Martes a comissão de trabalhadores daquela empresa e, no final do encontro, fizeram saber que consideram haver motivos para a renacionalização.
O deputado José Soeiro explicou aos jornalistas, no Parlamento, que o contrato de privatização prevê isso mesmo, em caso de quebra do que está estipulado a empresa pode ser resgatada.
“Entendemos que aquilo que têm apontado os relatórios da ANACOM, que o desrespeito que a empresa tem tido do ponto de vista do cumprimento do serviço e também de todas as práticas que tendem a esvaziar, a destruir a empresa e a incumprir as suas obrigações, são motivos suficientes para que o Estado possa invocar em nome do interesse público o resgate da empresa. Isso está previsto no contrato de concessão”, afirma José Soeiro.
O deputado bloquista defende que é preciso salvar os CTT de uma administração que “tem basicamente interesse no banco e que está a degradar completamente as valências de serviço público, como a distribuição de correio e de encomendas”.
O Bloco de Esquerda vai mesmo agendar um debate sobre o assunto, que só deverá acontecer em 2018, tendo em conta que a agenda parlamentar está marcada até ao final de Dezembro.
A renacionalização dos CTT é também a intenção de José Rosário, da comissão de trabalhadores da empresa, que denunciou que a administração está a distribuir dividendos acima dos lucros obtidos e começou um processo de rescisões amigáveis que pode atingir 400 pessoas.
“Precisamos urgentemente de gente nas áreas operacionais, mas a empresa está apostada em reduzir pessoal. Essa redução vai reflectir-se num agravamento do serviço, porque nós já não temos hoje condições em todo o território nacional para assegurar uma distribuição domiciliária cinco dias por semana nem um atendimento dentro dos padrões de qualidade contratualizados”, adverte José Rosário.
Segundo o representante da comissão de trabalhadores, “há pessoas a esperar cinco dias, 15 dias, por uma carta e isto nunca aconteceu nos CTT”.
Os CTT têm um universo de mais de dez mil trabalhadores. Segundo estes representantes, alguns podem estar em risco de saída devido a um processo de reestruturação da empresa. 
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Fonte: http://rr.sapo.pt/noticia/99530/be-quer-renacionalizar-os-ctt-administracao-esta-a-destruir-a-empresa?utm_source=rss

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Constata-se, mais uma vez, que afinal o sector privado não é sempre «o mais competente» e que a entrega a privados daquilo que ao Estado pertence só serve para beneficiar meia dúzia de rapinas, não a população autóctone.

EUA CONTINUAM A ENVIAR ARMAS PARA OS CURDOS APESAR DE TEREM GARANTIDO O CONTRÁRIO À TURQUIA

O presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu ao seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, que não forneceria mais armas norte-americanas às forças de auto-defesa curdas.
Sobre isso comunicou o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, como resultado da conversa telefónica entre os dois líderes. Por sua vez, o representante oficial do Pentágono, Eric Pahon, declarou que os Estados Unidos somente "avaliam ajustes no fornecimento de armas" das unidades curdas na Síria.
Abdulaziz Yunus, responsável pelas relações externas das Forças Democráticas da Síria, em entrevista à Sputnik Turquia comentou a situação quanto ao fornecimento de armas aos curdos: "Os EUA e as forças da coligação continuam a ajudar-nos. As informações de que os EUA deixaram de fornecer armas são incorrectas e não correspondem à realidade. Na véspera, os Estados Unidos enviaram-nos centenas de camiões repletos de armas. Eles foram levados de Qamishli a Deir ez-Zor, ou seja, às regiões onde efectuamos operação contra o Daesh."
"No momento actual, Estados Unidos não deram declaração alguma quanto à suspensão do fornecimento de armas. Pelo contrário, dizem que procuram estreitar cooperação connosco e aumentar assistência às Forças Democráticas da Síria. Esta é a sua estratégia actual. Nós, por nossa vez, esperamos que o apoio continue", concluiu ele.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/201711289947069-eua-curdos-fornecimento-armas/

HOJE - TERTÚLIA EM LISBOA SOBRE ENDOVÉLICO



Sobranceiro à ribeira de Lucefécit, num pequeno morro, ergueu-se o que pode ser considerado o maior santuário da Lusitânia em período romano, como o número de ex-votos encontrados assim atesta. Se há um santuário, existe um deus, estruturas físicas para culto e um corpo de sacerdotes para dirigirem esse culto. Da divindade sabemos que se chamava Endovélico. Das estruturas físicas, pouco ou nada resta, se exceptuarmos o espólio que se encontra, em grande parte, no Museu de Arqueologia. Da componente humana, deduzimos. É sobre este personagem, considerado por especialistas na matéria como uma divindade tutelar e salvífica, em simultâneo tópica, infernal e salutífera, que iremos desenvolver o próximo CODEX, que terá a participação de Filomena Barata, Pedro Teixeira da Mota e Amílcar Guerra, que se irão pronunciar num conjunto de eixos que nos permitirão abordar a religiosidade lusitana em período romano; os vestígios da sacralidade do lugar; a continuidade de Endovélico transfigurado em S. Miguel.
Hoje às 21:30 - 23:30 
Mais informações: codex.chavesdahistoria@gmail.com +351 919175069
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Fonte: https://www.facebook.com/events/1596229083800892/?active_tab=about

terça-feira, novembro 28, 2017

ACERCA DA LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA DO GALEGO NO PAÍS AO QUAL PORTUGAL CONSEGUIU ESCAPAR...

Marcos Maceira é presidente d’A Mesa desde 2014. Antes destacou sobretodo no ativismo estudantil e como historiador. A sua chegada à presidência da principal associaçom pola língua do país coincidiu com a nova etapa que a Lei Paz Andrade abriu ao movimento reintegracionista, cujos últimos sucessos Marcos valoriza mui positivamente. Por isso e por mais razões se tornou sócio da AGAL há um ano e até anuncia ações conjuntas por parte das duas associações.
Fomos falar com ele, por ser um dos nossos sócios mais recentes e também para conversar sobre as últimas iniciativas e denúncias levadas a cabo pola entidade que preside.

Marcos, como começou a tua relaçom com o galego?
Embora sem o falar desde criança, a língua sempre estivo presente no meu âmbito. Penso que essa relaçom mais ou menos próxima e com muitas contradições foi fundamental para tomar consciência de termos umha língua própria subordinada a outra e também de sermos umha naçom. Já no ensino secundário acompanhei esta reflexom de consequências práticas assumindo o monolinguismo em galego, como principal contributo para tornar normal o que intuía que nom era.

O teu ativismo começou no movimento estudantil universitário. Ouve-se dizer que aquele movimento enfraqueceu muito. A que pensas que se deverá?
Nom estou em condições de avaliar isso porque nom participo do movimento estudantil desde há mais dumha década. Em todo o caso, todo é diferente sempre; o nível de intensidade e os conflitos de cada momento variam. De facto, vejo agora um ressurgimento do movimento estudantil e sobretodo muita nova gente a mobilizar-se. Nas manifestações a favor da língua ou recentemente contra os incêndios e a política florestal, a participaçom da mocidade foi grande. Mesmo na recolha de assinaturas da ILP Senso Comum para a garantia dos direitos linguísticos no âmbito socioeconómico, houvo coletivos como Erguer ou comissões de residências universitárias que se pugérom em contacto com a Mesa para recolherem assinaturas. Com todas as mudanças, lógicas, que pode haver a cada momento, isto é umha esperança.

Como historiador, coordenaste vários eventos para recuperar a nossa memória cultural. Ainda há muito por fazer neste campo, nom é?
A ocultaçom da Galiza a todos os níveis é abafante e seria muito mais se nom existissem iniciativas de todo o tipo para mostrar algo tam simples como que a Galiza existe por si mesma, como naçom, com língua, cultura, história. A ausência e a açom contrária dos poderes e instituções públicas galegas a respeito destas iniciativas é chamativa. Nem têm eles a iniciativa da recuperaçom nem apoiam quem a tem. Nem sequer para legitimar a sua existência, porque é claro que se nom tivéssemos toda umha história como naçom atrás nem haveria Junta, nem Autonomia, nem nada.
É surpreendente como a cultura galega sobrevive sem mais espaços de difusom que os que gera por si própria. O absentismo da rádio e televisom públicas dumha funçom que deveria ser a principal é clamoroso. Nos horários em que se emitem na TV os programas sobre a Galiza só falta pôr dous rombos. Sem o movimento associativo, sem autoras, músicas, sem o trabalho de pessoas e coletivos para a recuperaçom da nossa história, nom teríamos nem a pouca luz que ainda há.

Quando chegaste à presidência d’A Mesa já tinhas muita experiência no associativismo cultural. Pensas que este continua a ter a mesma capacidade de incidir na sociedade que quando começaste?
A Galiza nom tem instituições próprias que a amparem. Nem para mostrar o seu passado nem para defender o seu futuro. Realmente o povo galego depende de si próprio. Bons exemplos temos estes dias, com as pessoas apagando o lume sozinhas, como outrora tivérom que recolher o piche nas rias. Isso é o que provoca que o movimento cultural galego tenha muitas dificuldades e limitações, mas também sem ele estaríamos muitíssimo pior. Por isto mesmo fai falta fazer muitíssimo mais. É o movimento cultural e associativo o que muitas vezes se encarrega do papel que num país normal seria das instituições.
Por citar um exemplo em relaçom à língua, a açom normalizadora dos coletivos a favor da língua é muitíssimo superior à de qualquer instituiçom pública na Galiza, até o ponto de que às vezes parece que há umha troca de papéis, ainda que a capacidade em recursos e meios seja sensivelmente inferior à da administraçom da Junta da Galiza, que ademais tem umha funçom legal que nom realiza.
Sem esta trajetória e sem todo o trabalho que se desenvolve muitas vezes em solitário, nom se teria visto a força social da língua em movimentos como Queremos Galego, que foi capaz de somar a capacidade de incidência de centenas de coletivos de todo o tipo para promover mobilizações históricas e que obrigárom a mudar o discurso galegófobo ainda que se mantivesse na açom política.

O REINTEGRACIONISMO
Conheces a AGAL e o reintegracionismo desde há muito tempo. Achas que foi ganhando compreensom por parte da sociedade? O que te levou a tornares-te sócio da AGAL?
Acho que o discurso reitegracionista conseguiu importantes avanços em como é percebido socialmente, embora falte muito por fazer. Neste sentido, a AGAL fai um trabalho mui importante e mui bom. Tornei-me da AGAL antes de mais porque acho que o galego tem que participar do espaço comum da Lusofonia, mas também porque complementa outro âmbito onde sou muito ativo, que é o da luita pola normalidade para o galego.

O reintegracionismo deu passos à procura de consensos partidários e institucionais avançando com a iniciativa legislativa popular Valentim Paz Andrade. Achas possível umha via de colaboraçom permanente de todo o movimento normalizador e de todas as forças políticas promovendo a aplicaçom dessa lei?
Nom só a acho possível, senom que é absolutamente necessária em relaçom à aplicaçom da Paz Andrade ou de quaisquer outras iniciativas que pressuponham avanços para fazermos algo tam simples, mas tam difícil, como podermos utilizar a nossa língua no nosso país.
As diferenças que houver som legítimas, mas estamos de acordo em que temos umha língua própria, em que queremos viver nela e que por enquanto nom temos direitos básicos que se podam exercer para o fazer. Sem esse mínimo nom podemos avançar, seja qual for a opçom ortográfica.
As vantagens para a normalizaçom do idioma através do conhecimento amplo do Português ou da possibilidade de acesso aos meios de comunicaçom portugueses som evidentes em todo o que afeta a língua, entre outras cousas porque abriria os ouvidos a outras formas de falar galego . Isto último está reconhecido na Carta Europeia das Línguas Minorizadas ratificada polo Estado Espnhol em 2001, mas a Junta e o Estado fam como em quase todo, como se isto nom existisse. Mas de que nos serve que a nossa língua seja falada por milhões de pessoas em todo o mundo, se no nosso país temos limites de todo o tipo para a empregar com um mínimo de normalidade? Ainda que isto seja muito elementar, parece que ainda há quem nom o queira entender e, normalmente,os mesmos que nom querem que se poda abrir umha bancária ou solicitar a ajuda do guindaste na estrada em galego som os mesmos que temem que apareça algures um perigoso NH ou um Ç. Se calhar porque com umha língua normalizada o NH ou o Ç teriam mais facilitada a sua penetraçom.

O Plano de Normalizaçom Linguística nom recebeu um apoio entusiasta por parte do reintegracionismo. E é que o Português e a Lusofonia nom som praticamente mencionados… achas que, nesse sentido, seria preciso reescrevê-lo?
Nom se podem continuar a elaborar planos, leis, decretos, assinar acordos, declarações, em relaçom à língua, sempre com a condiçom de que nom se cumpram, como aconteceu sempre na história autonómica. Nom só digo isto a respeito do PGNLG, mas também em relaçom à LNL, ou à Carta Europeia das Línguas.
O principal problema do PGNLG é que quando se começou a cumprir foi boicotado e agora na prática suprimido. Se a Junta ou o Parlamento figessem um mínimo exercício de responsabilidade com os seus documentos aprovados por unanimidade parlamentar, avaliaria o cumprimento do Plano para mudar aquilo que nom funcionou ou introduzir aquilo que falta, como contempla o próprio Plano. Isto nom é possível porque para o fazer primeiro há que aplicá-lo. Ainda assim, o exercício de ver o que se cumpriu e o que nom só o fijo umha entidade social como A Mesa através dum informe que foi remetido a todas as forças parlamentares. A maior responsabilidade, por ter maioria absoluta no Parlamento, é do PP, precisamente quem mais fijo por converter em inútil um Plano que contou com a participaçom de quase 1.000 pessoas representativas de todos os âmbitos da sociedade galega.
Se se tivesse aplicado o PGNLG é claro que se teriam introduzido ações concretas para promover a reintegraçom do Galego no seu âmbito linguístico, mesmo a atividade do reintegracionismo seria muito mais visibilizada. Porém, na prática, o Galego ainda nem é língua oficial, diga o que dixer o estatuto.
No que diz respeito ao PGNLG em relaçom ao reintegracionismo, pode ser percebido como dizes, mas nom deixa de ser certo que se realmente se chegassem a aplicar, na prática, as 440 ações do Plano, hoje o Galego estaria muito mais presente, com muitos menos âmbitos de exclusom, e haveria menos dificuldades para estabelecermos canais de aproximaçom à Lusofonia.

A MESA
A língua nom tem tido sorte com as últimas e últimos valedores…
A funçom da instituiçom do Valedor do Povo é precisamente defender o povo contra abusos ou atuações arbitrárias dos poderes públicos. Ademais de toda a legislaçom que ampara o direito ao uso do galego, teoricamente cooficial na Galiza, a Declaraçom Universal dos Direitos Humanos indica que nenhumha pessoa pode ser discriminada, entre outras razões, pola língua. Porém, isto acontece no nosso país todos os dias sem que a administraçom faga nada para o remediar. O desamparo é maior quando umha instituiçom como a do Valedor fai o contrário do que é a sua única funçom. A atitude de 2 dos 3 últimos valedores a respeito da língua foi muito agressiva. No caso do demitido Benigno López chegando a solicitar a censura de livros de texto por dizerem que o Galego é a língua própria da Galiza, e no caso de Milagros Otero estendendo essa postura a todos os âmbitos.
Porém, é mais um motivo para continuar a denunciar, a fazer visível e a pôr de manifesto umha realidade que nom se pode ocultar: na Galiza nom se pode viver em Galego com a mesma normalidade que um cidadão de Madrid vive em Espanhol, ou umha de Paris em Francês.
Enquanto há centenas de entidades sociais, culturais, de mães e pais, ou de vizinhos e vizinhas, que agem todos os dias para repor a língua naqueles espaços onde está excluída, a Galiza nom conta com instituições que garantam como mínimo a possibilidade de empregarmos o idioma em todo e para todo. Por isso temos que nos organizar e procurar alternativas enquanto esta atitude hostil à língua nom mudar.
Os poucos avanços para o Galego nas últimas décadas fôrom consequência da mobilizaçom da sociedade. Até um anterior valedor tivo que demitir pola mobilizaçom que provocara aquela recomendaçom de retirar dum livro de texto que o Galego era a língua própria de Galiza.
Na Mesa contamos com um serviço público gratuito, ainda que nom conta com nenhumha ajuda da Junta, que garante a confidencialidade se for necessário, para tramitar denúncias pola violaçom de direitos linguísticos por administrações, empresas… mas também para dar os parabéns a quem contra vento e maré insiste em utilizar a nossa língua, porque perante a ausência de apoio institucional temos que dar visibilidade ao apoio popular. Recomendo descarregar a App para Android e Apple disponível só com pesquisar “A linha do Galego”.

A valedora atual nom atendeu até 300 queixas por discriminaçom linguística. Podes falar-nos de algumha delas?
A atual valedora começou no cargo instando a Junta a deixar de editar em Galego os cartões de vacinaçom infantil. Perante as queixas apresentadas pola Mesa pola Normalizaçom Lingüística como a intensificaçom da reduçom de horas de Galego graças à combinaçom da distribuiçom horária da LOMCE com o decreto de plurilinguísmo, justificou mais a Junta que a própria Conselharia. Esta atitude repete-se em casos como o da pessoa a que lhe denegárom a abertura da barreira na estaçom de Santiago por se dirigir em Galego à empresa que o gere. A empresa pediu desculpas enquanto a Valedora justificou a atitude por ser umha empresa de fora. Assim poderíamos continuar até 300 casos.
Por outro lado, tivo iniciativa para apoiar a limitaçom do uso do Galego, mesmo contra a lei.
No último caso conhecido avalizou a atitude galegófoba, denunciada pola Mesa, do quartel da Guarda Civil de Gondomar, que solicitou retirar dous sinais de trânsito por estarem na nossa língua. A valedora chegou a fazer mençom a um artigo da lei de trânsito que indica que a toponímia deve estar em Galego e Castelhano, obviando que a LNL assinala que a única toponímia oficial é a Galega. Temos que lembrar que o mesmo quartel é reincidente. Em Agosto de 2016 negou-se a tramitar umha denúncia por ser feita em Galego.
A valedora atua como se por cada sinal em Galego nom existissem milhares em Espanhol mesmo deturpando a toponímia, ou como se por cada documento do SERGAS em Galego nom estivessem milhares só em Castelhano, excluindo o Galego das suas comunicações, ou como se centenas de pessoas nom sofressem todo o tipo de abusos, discriminaçom, falta de atençom só por quererem utilizar sempre o nosso idioma. Dispara sistematicamente contra os poucos espaços onde o Galego avançou algo nas últimas décadas, precisamente os conquistados por pressom social. Age como a coirmã do Zumosol, mas para defender o abusador do recreio.

Como está o caso da meninha discriminada por usar a forma Galiza?
Este é um dos casos mais lamentáveis, porque é um abuso contra umha menor com limitações para se defender. Onde fica o amparo que as administrações públicas devem dar aos menores? Galiza é umha forma legítima, plenamente galega, utilizada por centenas de coletivos de todo o tipo e mesmo reconhecida pola atual norma oficial. Segundo a justificaçom do centro, da Junta e da Valedora, a meninha devia ter empregado Comunidade Autónoma de Galicia. Isto é absurdo em qualquer caso e mais numha composiçom, numha produçom escrita para as aulas, quando fora delas, em casos semelhantes, nom se fai. O que evidencia é que o sectarismo e o racismo linguístico nom têm limites. Acontece neste assunto o mesmo que em qualquer outro. Por cada meninha que escreve Galiza há centenas que passam por todas as etapas educativas sem saberem nada da língua, da cultura, da história da Galiza, mas a preocupaçom máxima da Junta e da Valedora é atacar quem mostra um mínimo de conhecimento ou de vontade de o ter.
A “valentia” que demonstrárom contra umha meninha de 9 anos nom se vê nas centenas de casos de deturpaçom da toponímia, já nom só por parte da administraçom pública, estatal ou autonómica, mas também de empresas privadas que trabalham para elas por milhares de euros. Paga-se a quem desrespeita a legalidade enquanto se abusa dumha menor que nem sequer tivo um erro ortográfico.

Para finalizar, fala-nos de algum projeto estrela que A Mesa esteja a desenvolver neste momento.
Ademais dos projetos que já desenvolvemos, muitos para cobrir espaços dos quais desertou a Junta como A Linha do Galego de que falava antes, Abertos ao Galego para empresas e estabelecimentos que usam o Galego habitualmente, ediçom de materiais para o ensino infantil ou assessoramento sobre direitos linguísticos, a açom reivindicativa e de elaboraçom de alternativas, todos elas realizadas sem nengumha ajuda da Administraçom galega, agora mesmo estamos pendentes da tramitaçom da ILP de medidas para a garantia dos direitos linguísticos no âmbito socioeconómico. Com ela pretendemos que se garantam uns direitos mínimos de uso real do Galego num espaço onde se desenvolve grande parte da nossa vida, o que é imprescindível para acedermos a serviços básicos, onde a presença do Espanhol está muito regulada e o Galego está excluído.
No Estado existem mais de 500 disposições legais de todo o tipo que exigem a presença do Espanhol. Desde a Constituiçom até o último regulamento de elaboraçom de produtos à base de carne, por pôr um exemplo. Para o Galego há meia dúzia e nem sequer se cumprem. Somos conscientes de que nom vai resolver todos os problemas para o uso normal do Galego, mas também de que é incrível que no ano de 2017 nom avancemos nada para conseguir algo que de facto existe no caso doutras línguas oficiais no Estado.
Além disso estamos a preparar umha iniciativa conjunta com a AGAL de que teremos notícias em breve…
Em qualquer caso, e já para finalizar, no caso da Mesa e de quase todas as entidades sociais que trabalhamos em prol do nosso idioma, acho que conseguimos suster todo e somos capazes de desenvolver atividades e favorecer pequenos avanços, só porque contamos com o apoio de sócias e sócios. Por isso quero animar todas aquelas pessoas que nom som sócias da Mesa, da AGAL, ou da entidade cultural que trabalha na sua localidade ou comarca, a que o faga.

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Fonte: http://pgl.gal/marcos-maceira-discurso-reintegracionista-conseguiu-importantes-avancos-percebido-socialmente/utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

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Sirva a entrevista que acima se pode ler para se perceber quer a sobrevivência da comum identidade galaico-portuguesa quer, também, a sorte que Portugal teve em 1668.


COMUNIDADE CIGANA EM ESPANHA TOMA PARTIDO CONTRA A INDEPENDÊNCIA DA CATALUNHA

La Guardia Civil fue homenajeada este lunes por la comunidad gitana de Galicia por su labor en Cataluña en defensa de una España unida. Jeremías Barrul, presidente de la Asociación Promesa Gitana Cultural y Ambulante, entregó al general jefe de la Guardia Civil de Galicia, Ángel Alonso Miranda, el bastón de mando del patriarcado gitano. Barrul le agradeció al general la labor del instituto armado en Cataluña porque «en la comunidad gitana estamos en contra del independentismo y queremos una España unida». 
«Tenéis un 'primo' aquí en esta casa», ha dicho el general en alusión al término que utilizan los gitanos para expresar su pertenencia al mismo grupo, a lo que Barrul ha respondido que «es un patriarca más en nuestra comunidad». 
El general jefe ha confesado que nunca se había imaginado que iba a ser patriarca de la comunidad gitana pero que se siente «muy agradablemente sorprendido, es la primera vez que esto sucede», ha destacado rompiendo una lanza en favor de los gitanos pese los «tabúes, el chiste» sobre la relación de esta etnia y la Guardia Civil.El nombramiento de patriarca al general de la Guardia Civil de Galicia no ha sentado bien a todos los colectivos gitanos. 
El secretario de Sociedad Gitana de Galicia, Sinaí Giménez, desautorizó a Jeremías Barrul como representante de los gitanos gallegos. Giménez aseguró que está de acuerdo con la labor que está realizando la Guardia Civil en Cataluña, pero lamenta que Barrul haya hecho la entrega del bastón sin consultar a nadie y «sin saber cuál es el significado del bastón de patriarca». 
Poco después,Sociedad Gitana Española hizo público un comunicado en el que indica que las declaraciones efectuadas por Jeremías Barrul y el gesto simbólico de entregar una cachaba gitana al general jefe de la Guardia Civil en Galicia y nombrarlo de forma simbólica patriarca gitano «no ha sentado bien en la comunidad gitana gallega».   Este colectivo señala que «la cachaba o bastón gitano es un símbolo dentro de la cultura gitana muy especial, ya que desde el año 1471 y en Galicia desde hace 250 años, representa el orgullo y la cultura gitana». Añade la Sociedad Gitana Española que «el joven Barrul no representa a la comunidad gitana de Galicia ni ha sido autorizado para llevar a cabo tal entrega. Lo ha hecho unilateralmente y sin contar con la comunidad y no puede trasladar ni vender algo que no es ni ha sido elegido para ello». Asegura este colectivo que en todo caso Barrul «podría hablar en nombre de las 15 familias del antiguo poblado chabolista de la conservera Celta». En el comunicado señalan que «en los próximos días esperamos que su abuelo corrija a su nieto y pida disculpas de forma pública en nombre de este a toda la comunidad gitana».  El comunicado termina diciendo que las comunidades gitanas están «a favor de todas las fuerzas de seguridad del Estado, incluida la Guardia Civil, cosa que en más de una ocasión han manifestado de forma pública por su trabajo, lucha y firmeza ante las amenazas de los independentistas catalanes y estamos muy contentos y agradecidos al general jefe de Galicia por su compromiso y buen hacer hacia la comunidad gitana, pero creemos que hay otros símbolos que representarían mucho mejor el agradecimiento al trabajo y al buen comportamiento de este cuerpo sin tener que ser una cachaba». Explican que «la entrega de una cachaba solamente se le hace a aquellas personas que han cumplido durante muchísimo tiempo con la cultura gitana y han trabajado por el bienestar de nuestra comunidad y pertenecen a nuestra etnia».
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Fonte: https://www.lavozdegalicia.es/noticia/galicia/2017/11/27/gitanos-gallegos-reconocen-guardia-civil-defender-unidad-espana/0003_201711201711271511795635152.htm

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Compreende-se bem que a hoste cigana se borrife para a causa independentista - é mais fácil estar do lado do mais forte e, de resto, os Ciganos são estrangeiros a toda a Ibéria, Catalunha incluída, pelo que preferem que seja mais fácil a deslocação pela maior parte da península do que terem de lidar com limites nacionais e correspondentes burocracias...
Por outro lado é curioso que um mandante possa falar em nome da comunidade toda a respeito de uma questão ideológica, como se de uma só pessoa se tratasse - será que esta gente é indiferente ao conceito de pluralidade democrática individual?...



DEBATE ENTRE UM REPRESENTANTE DO GOVERNO HÚNGARO E REPRESENTANTE(S) DA ELITE POLÍTICO-CULTURAL REINANTE

Esta semana, Insiders analisa a situação na Hungria, cujo Governo parece aproximar-se da Extrema-Direita no espectro político. Uma posição de confronto com vários Estados membros da União Europeia e instituições de Bruxelas.
Assista ao debate entre o eurodeputado húngaro Grupo do Partido Popular Europeu (Democratas-Cristãos), György Schöpflin# e a eurodeputada holandesa do Grupo dos Verdes/ Aliança Livre Europeia, Judith Sargentini, com a moderação da jornalista Sophie Claudet. 

Euronews Mr Schöpflin, começamos com o senhor. Os refugiados não são bem-vindos à Hungria. Ouvimos o primeiro-ministro Viktor Orbán falar dos refugiados como se fossem veneno, uma invasão muçulmana, equiparando a migração ao terrorismo. Agora, temos o partido Força e Identidade, que defende a ideologia nacional socialista. Estão a aproximar-se a Extrema-Direita e o partido Fidesz?

György Schöpflin De maneira nenhuma. Isso é o que dizem os opositores do primeiro-ministro. É algo que têm vindo a dizer durante os últimos 25 anos. Não há novidade nenhuma. E claro, os media ocidentais, como vocês, pegaram no assunto.

Euronews Mas quando comparam os migrantes a veneno, a invasões, com uma ameaça à Europa cristã…

György Schöpflin Bem, durante o ano de 2015, parecia realmente que enfrentávamos uma invasão, uma forma de violência estrutural.

Euronews Sim, mas as coisas mudaram. E os são aceites muitos poucos pedidos de asilo e os senhores continuam a falar de migrantes…

György Schöpflin Porque acabou o problema? Porque a Hungria construiu uma defesa. A ideia de uma comunidade significativa de muçulmanos na Hungria, aliás, já lá vivem vários, não é aceitável. Nem para o meu partido nem para a maioria da sociedade. É uma questão de escolha democrática.Queremos ou não queremos uma sociedade multicultural?

Euronews Mas é disso que se trata, então. Os senhores não querem uma sociedade multicultural?

György Schöpflin Não se trata apenas disso, mas respondo que sim à sua questão.

Euronews Muito bem. Senhora Sargentini, o facto de que a Hungria esteja a virar à Direita, com as limitações nas liberdades fundamentais, o que implica a discriminação contra as minorias, sejam de natureza étnica ou sexual, por exemplo,é algo que esteja analisar no seu trabalho?

Judith Sargentini Analisamos vários casos que sugerem uma fragmentação do Estado de Direito. Acontece no caso das leis do ensino superior ou quando a Hungria desrespeita as leis europeias sobre as migrações ou no caso dos ataques contra a liberdade de expressão, com o fecho de jornais.Queremos saber se é uma mudança estrutural no Estado de Direito e na Democracia.

Euronews Senhor Schöpflin, como encara estas investigações?

György Schöpflin Contente. Estou muito feliz. Acho que o relatório vai ser aceite, de uma forma muito radical o que será perfeito para a campanha que terá lugar na próxima Primavera para as eleições legislativas. Seguirá depois para o Conselho, que terá de confrontá-lo com o artigo 7 (do Tratado Europeu) e acabará esquecido, porque é demasiado complicado e o Conselho não irá fazer nada sobre o assunto. Penso que vai demonstrar o quão inútil é o Artigo 7.

Euronews Para os nossos espectadores entenderem, o Artigo 7 poderá privar a Hungria do direito de voto na UE.

György Schöpflin Ou menos do que isso. Se o artigo 7 for activado, coisa que duvido que aconteça, a Hungria poderia ser expulsa do Espaço Schengen, pelo que não estou particularmente preocupado. Como membro do partido Fidesz, fico feliz com isso.

Euronews O senhor parece quase divertido com a situação.

György Schöpflin Estou realmente divertido, sim.

Euronews E quer explicar-nos porquê?

György Schöpflin Com um grande prazer, encantado. Este Governo assumiu o poder em 2010. Desde então, tem sido alvo de ataques sistemáticos da parte das forças hegemónicas liberais que determinam as opiniões do Ocidente.

Judith Sargentini Acho que o Parlamento Europeu deve permanecer firme ao defender o Estado de Direito e os Direitos Fundamentais. Estamos juntos neste projecto Europeu. Penso que um país como a Hungria é um país Europeu. Partilha a História dos Europeus. Enquadra-se na União Europeia. Partilhamos os mesmos valores e temos de proteger-nos uns aos outros.

Euronews Quando a Hungria decidiu entrar para a União Europeia, em 2014, passou a fazer parte de um grupo de Estados com valores comuns, penso eu. Se dissermos isso ao primeiro-ministro Orbán, ele fica muito incomodado. Porquê permanecer então na UE se não suportam as instituições?

György Schöpflin Porquê ficar? É uma questão de segurança, o que me parece benéfico para a Hungria. Ainda que haja diferenças fundamentais entre nós e a família Europeia, ainda que o Ocidente não as reconheça. A Europa Central jamais será a Europa Ocidental e o Ocidente não aceita o nosso passado, que é muito diferente. Penso em quase todos os países Ocidentais, talvez não na Suíça, mas os países com passado colonial.Fomos parte de três Impérios e ninguém se lembra disso. Não temos a chamada culpa colonial, não governámos a Índia.

Euronews Então defende que os valores de que fala a eurodeputada Sargentini são essencialmente valores europeus Ocidentais.

György Schöpflin Não, não é isso que estou a dizer. Digo que cada país os interpreta de forma diferente. E não se pode homogeneizar esses valores sem um estilo quase leninista europeu, algo que não vai acontecer.

Judith Sargentini É aí que me parece que temos opiniões diferentes. Poderíamos ter este mesmo debate a propósito dos Direitos Humanos Universais. São algo inventado pelo Ocidente ou válido para todos? Penso que se olharmos para as pessoas e para os cidadãos, há direitos que são valores universais. Valores Europeus, valores para todos. Acho problemático que, seja na Hungria, seja noutros países da Europa Central, se sugira que esses valores não aplicam a este grupo de cidadãos.

György Schöpflin Alguns desses valores estarão sempre em contradição. Isso significa que têm de ser contextualizados localmente, como a justiça e a misericórdia, por exemplo.

Euronews E os direitos das minorias?

Judith Sargentini Com os direitos das minorias, está tudo bem. Mas nem todas as minorias têm o mesmo grau de protecção. A comunidade LGBT goza claramente de um elevado grau de protecção, o que não acontece com as minorias linguísticas. Têm sido escolhidas prioridades. Por exemplo, na Ucrânia, com a nova lei de educação, a minoria de língua húngara deixou de ter o Direito Fundamental à educação na língua materna e a Hungria foi abandonada na defesa deste tema. Ninguém diz nada, a não ser a Roménia, que tem o mesmo problema. E penso que se os liberais do Ocidente quiserem ser levados a sério neste tema…

Judith Sargentini O problema é que duas situações erradas não dão origem a uma certa.

György Schöpflin Exactamente, por isso, porque não fazer alguma coisa sobre o assunto e dizer aos Ucranianos que não podem fazer isto.

Judith Sargentini E porque não fazemos isso juntos? E poderemos também analisar a situação noutros países. Eu não me importo de analisar os problemas do meu país. Ter autocrítica é importante para podermos criticar os outros. A Europa é um processo de pares, de amigos, amigos que dizem a verdade uns aos outros.

Euronews Bem e de amigos que se investigam uns aos outros…

Judith Sargentini É a chamada pressão de grupo, sim…

Euronews Sim e também significa que o diálogo falhou. Felizmente, podemos ter esse diálogo aqui.

György Schöpflin O problema é que a Europa Central não é ouvida. Para entendermos tudo o que se passa, é preciso ouvir as pessoas que dizem o que não gostamos de ouvir.

Judith Sargentini Se falamos do facto de que um partido que cresce deve ser ouvido, é verdade que deve ser ouvido. Mas para ser levado a sério, é preciso que sejam analisadas as políticas que leva a cabo. Tendo em contra as leis e os Direitos Fundamentais, para podermos criticar esse partido se não defenderem o que é concebido como uma sociedade democrática regida pelas regras de Direito.

György Schöpflin Mas então a Lei e o Direito devem ser aplicados da mesma forma em toda a União Europeia. Deixe-me dar-vos um exemplo: Tem havido vários problemas em Espanha entre os tribunais Constitucional e Supremo. Nada a ver com a Catalunha. Batalhas importantes. Aconteceram situações parecidas na República Checa e na Eslovénia. As decisões dos Tribunais Constitucionais foram pura e simplesmente ignoradas. Onde está o Direito nestes casos? Disse isto ao vice-presidente Timmermans e respondeu-me que não poderiam ocupar-se de tudo. Por isso não esse tal império da lei e são as decisões políticas que dominam. Se acontecer na Hungria, temos de analisar o caso, se acontecer na República Checa, vamos ignorar as coisas. Veja o que acontece na Eslováquia, totalmente disfuncional. Sabia disso?

Judith Sargentini Não nos importamos nada de analisar as situações de todos esses países. Acho que deveríamos fazê-lo. A lei dos media no tempo de Berlusconi. Os problemas na Polónia. A jornalista assassinada em Malta. Tudo deve ser analisado. Temos de ter a liberdade para falarmos juntos. Sobre tudo o que se passa nos nossos países. Mas os erros dos outros não podem ser uma boa desculpa para justificarmos os nossos problemas.

György Schöpflin Não entendeu o que eu disse. O que quero dizer é que, para esse relatório ser levado a sério, temos de aceitar a ideia de um espaço legal comum a toda a Europa. Sem dois pesos nem duas medidas. Não se surpreenda se as pessoas disserem que se trata de uma decisão política, motivada por um ataque contra a Hungria. As tais leis e o Direito estão a ser utilizados para atacar o Governo do Fidesz. 

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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://pt.euronews.com/2017/11/24/migrantes-e-refugiados-o-confronto-entre-bruxelas-e-budapeste-em-debate

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O magiar acertou plenamente no alvo em praticamente tudo e brilhou particularmente quando salientou o direito democrático à escolha popular contra a presença maciça de alógenos. Perfeito. Contra este e outros valores, a ecologista acabou por confessar que «é preciso» ver se um partido que cresce democraticamente está a defender «o que é concebido como um sociedade democrática», ou seja, o que ela e seus pares, e donos, consideram como aceitável - é como quem diz que o povinho pode escolher votar no partido que quiser, desde que o partido seja aprovado pela elite político-cultural reinante...
O húngaro teve também um bom desempenho ao salientar a questão da culpa colonial, como se dissesse «a nós não nos impõem esse sentimento de culpa para com as minorias vindas dos tempos coloniais, tirem daí o sentido, connosco não pega» - volta a bater numa tecla importante para explicar o cerne do sentimento de culpa autenticamente «religioso» da Santa Madre Igreja Anti-Racista e Multiculturalista dos Últimos Dias do Ocidente, embora a questão seja mais complexa e profunda, porque esse sentimento de culpa para com o Amado Outro Alógeno (AOA) existe também no seio das elites de países que não tiveram colónias fora da Europa, porque a raiz da coisa é mais antiga.
Entretanto, revela-se significativo que afinal não se possam apresentar queixas sérias a respeito dos direitos das minorias, antes pelo contrário, os LGBT estão bem protegidos, conforme é afirmado no debate acima sem contraditório.