quarta-feira, julho 25, 2018

SOBRE A LIGAÇÃO ENTRE GANGUES E ISLAMISMO EM FRANÇA

Uma história curiosa está a chamar a atenção em França. Dois produtores de vinho japoneses que vivem em Banyuls-sur-Mer desde 2016 foram notificados que terão de deixar a França devido à falta de recursos financeiros. Rie Shoji de 42 anos de idade e Hirofumi Shoji de 38, chegaram ao país em 2011 com a intenção de se tornarem produtores de vinho. Primeiro trabalharam como agricultores e comerciantes de vinhos em Bordeaux e Burgundy, estudaram e receberam diplomas de administração agrícola e Enologia. Em 2016 investiram US$170 mil na compra de terras. O projecto era produzir um vinho natural orgânico na região dos Pirineus Orientais, onde tudo é produzido artesanalmente.
A primeira safra de nome Pedres Blanques surgiu em 2017 e foi considerada uma "revelação". Já se encontra na carta de vinhos de restaurantes famosos de França e Espanha. "O preço do vinho está a subir rapidamente", salientou o advogado deles, Jean Codognès "e o governador da província diz que o vinho não tem futuro. O governo não está com a cabeça no lugar".
O governo, o mesmo, que quer deportar investidores japoneses consentiu em receber 100 mil imigrantes do Norte de África e da África Sub-sariana, isto só em 2017, a maioria sem qualquer qualificação e sem dinheiro.
O governo que quer deportar os japoneses, criadores de um novo e espectacular vinho em França, está prestes a soltar da prisão o terrorista Djamel Beghal, da Al Qaeda, ligado ao massacre na redacção da revista Charlie Hebdo em 2015.
A 5 de Agosto de 2018, Djamel Beghal, de 52 anos, terá cumprido todas as penas de prisão por uma série de crimes como por exemplo o planeamento para explodir a embaixada americana em Paris. França quer deportar Beghal para a Argélia no dia em que ele deixar a prisão de Vezin, em Rennes. Beghal tem passaporte argelino, mas os seus advogados insistem que ele corre risco de vida se retornar à terra natal. Até agora o governo argelino não respondeu aos pedidos do governo francês. Em 13 de Junho a ministra da justiça Nicole Belloubet salientou numa entrevista à rádio: "ainda não é certo se o governo argelino aceitará Beghal de volta, o facto é que ele já não é cidadão francês..." O que acontecerá se a Argélia se recusar a permitir a sua entrada no país? "Será colocado em regime de prisão domiciliária."
De acordo com a nova lei anti-terror que entrou em vigor em 2017, a "prisão domiciliária" pode ser expandida para englobar um distrito de uma cidade ou ampliada para cobrir a cidade da sua residência, a fim de proporcionar maior liberdade para que o terrorista desfrute de uma vida profissional e familiar.
A história de Djamel Beghal não é caso isolado. A partir de hoje até ao final de 2019, segundo um comunicado da ministra da Justiça, França irá soltar da prisão 50 terroristas islâmicos e 450 reclusos radicalizados. Confirmou ao canal de notícias BFMTV que "450 reclusos radicalizados estarão fora da prisão até 2019, somados a outros 50 terroristas islâmicos".
"Haverá 20 terroristas islâmicos que deixarão a prisão no corrente ano e outros 30 terroristas islâmicos no ano que vem. A partir de hoje até 2019 sairão da prisão 450 presos radicalizados. Entre eles estarão criminosos comuns que foram radicalizados durante o cumprimento da pena...
"É claro que acredito que tudo está a ser feito para proteger os nossos compatriotas. Estamos realmente determinados a monitorizar essa gente. A criação de uma agência nacional para centralizar as informações sobre os elementos mais perigosos é uma resposta eficaz."
É bom lembrar que o jihadista do ISIL de 19 anos que cortou a garganta do Padre Jacques Hamel, em Saint-Étienne-du-Rouvray estava sob vigilância e a ser monitorizado usando uma pulseira electrónica.
Em Janeiro de 2018, a mesma ministra da justiça, de grande coração, Nicole Belloubet, salientou publicamente que a França interviria se um jihadista francês fosse condenado à morte na Síria ou no Iraque. "O Estado Francês", salientou, "interviria por meio de negociações com o Estado em questão." A declaração ocorreu logo depois de um tribunal iraquiano condenar uma mulher alemã à morte por enforcamento por considerá-la culpada de fazer parte do ISIL, a primeira sentença desse tipo imposta a uma europeia. A França e a União Europeia têm uma política de longa data contra a pena de morte e todos os Estados membros abandonaram a prática.
Na realidade as autoridades francesas trazem consigo uma mistura de sentimentos contraditórios sobre como lidar com os jihadistas do ISIL. Perante o público, estendem a mão para seduzirem os jihadistas para que eles se integrem na sociedade francesa. Mas na verdade, ao que tudo indica, o que não é de se admirar, têm medo desse grupo de cidadãos. Em Maio de 2017, o Wall Street Journal publicou uma investigação alegando que as forças especiais francesas forneceram uma lista de alvos a serem eliminados composta de cerca de 30 elementos, "identificados como alvos de alto valor" às forças iraquianas. O ex-presidente francês François Hollande confirmou que pessoalmente autorizou pelo menos quatro assassinatos de "alvos de alto valor" por forças especiais nas operações conhecidas em França pelo termo "homicídio".
De acordo com os dados divulgados pelo governo em Novembro de 2017, cerca de 1.700 muçulmanos franceses juntaram-se ao ISIL no Iraque e na Síria desde 2014. Pelo menos 278 morreram e 302 retornaram a França, incluindo 66 mulheres e 58 menores. Os demais foram capturados na Síria ou no Iraque, foram mortos nos combates ou fugiram para os territórios controlados pelo Estado Islâmico ou engajaram-se noutras conflagrações de dimensões épicas promovidas pelos jihadistas (na Líbia em particular).
Em concordância com uma fonte do governo que pediu para permanecer no anonimato, no entanto, as autoridades francesas estão a começar a ficar particularmente preocupadas com a provável conexão entre muçulmanos radicalizados libertados da prisão e jihadistas que retornam da Síria e do Iraque a França de um lado e gangues muçulmanas dos subúrbios de outro. "Subúrbios" em França passaram a significar "zonas proibidas", regiões principalmente muçulmanas, controladas por salafistas e traficantes de drogas. Segundo a fonte: "Sabemos com certeza que os subúrbios estão a ser inundados por um fluxo significativo de armas. A maioria dessas armas (metralhadoras automáticas Kalashnikov e Uzis) estiveram por muitos anos nas mãos de traficantes de drogas. O que se sabe é que esses elementos agora estão a usar essas armas para controlarem o seu território com mais rigor".
Em Maio de 2018 um vídeo a mostrar integrantes de gangues vestidos de preto, disparando metralhadoras automáticas Kalashnikov contra outras gangues e também contra polícias disseminou-se nas redes sociais. Conforme inúmeras fontes, "de três a sete milhões de armas ilegais estão em circulação em França".
"Tememos que haja uma ligação entre os gangues muçulmanos dos subúrbios e os jihadistas que serão em breve libertados de um lado e os jihadistas que estão retornando da guerra no Iraque do outro", salientou a fonte. "Nos faltam informações. A questão não é a ameaça, a questão é a nossa capacidade de reagir. No momento não temos preparação e capacidade de reagir a uma aliança tão factível".
Para compreender o perigo temos de fazer um cálculo simples, realça a fonte: "Temos 400 'subúrbios' em França. São cinco milhões de pessoas, na sua maioria muçulmanas. Dessa população 90% dá o sangue para sobreviver. Meio milhão, ou seja 10%, no entanto, trabalham para os salafistas ou para os traficantes de drogas. Se 10% desses 10% fizerem uma aliança com os jihadistas, isso representaria um exército de 50 mil soldados. A polícia não tem condições de combater um inimigo interno dessa magnitude".
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Yves Mamou, escritor e jornalista, radicado em França, trabalhou por duas décadas como jornalista do Le Monde. Está a acabar de escrever o livro "Colaboradores e Idiotas Úteis do Islamismo em França", a ser publicado em 2018.
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Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/12757/franca-soltando-extremistas

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É o que eu ando a dizer há anos... as prisões da Europa têm cada vez mais pinta de virem a fazer as vezes das catacumbas da antiga Roma - destas, alastrou a peste cristã, daquelas está a alastrar a peste islâmica...