segunda-feira, janeiro 04, 2016

SOBRE A ASCENSÃO DA EXTREMA-DIREITA NA ALEMANHA - MAIS UM «HITLER»?

Björn Höcke, 43 anos, tornou-se popular em toda a Alemanha em pouco tempo como um dos principais líderes da nova extrema-direita. Em consequência da crise dos refugiados, o seu partido AfD (Alternativa para a Alemanha, sigla do nome em alemão) subiu em pouco tempo de 5% para 8% das preferências de voto.
Höcke, presidente do AfD na Turíngia, reúne todas as semanas milhares de pessoas em eventos onde fala sobre “a ameaça da violência dos homens muçulmanos contra as mulheres louras alemãs”. Setenta anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial e da morte do ditador Adolf Hitler, ele é aplaudido pelo povo quando fala sobre a Alemanha de mil anos, em referência ao “Reich de mil anos” dos nazistas. Pela terminologia, o estilo carismático e a capacidade de angariar a cada semana milhares de novos adeptos, Höcke começa a ser chamado de “novo Hitler”, embora, segundo o cientista político Christoph Giesa, não exista perigo de a extrema-direita voltar a conquistar o poder.
Höcke e seus colegas são considerados “cidadãos perigosos” por alguns, mas autoridades consideram maior o perigo que vem dos seus adeptos. “Estamos muito preocupados com a nova tendência, que faz políticos e jornalistas vítimas da violência e deixa abrigos de refugiados em chamas”, disse Thomas Oppermann, chefe dos social-democratas no Parlamento alemão. (Graça Magalhães-Ruether/AG)
*
Fonte: http://www.osul.com.br/movimentos-de-extrema-direita-ganham-forca-na-alemanha-e-alarmam-autoridades/

Mais recentemente, Höcke disse mais qualquer coisa: http://www.nytimes.com/2015/12/30/opinion/the-new-face-of-racism-in-germany.html?_r=0 - proferiu um discurso a falar das «diferentes estratégias de reprodução» de Africanos e de Europeus. Falou de tal modo que já houve no seu partido quem lhe exigisse a demissão.
O «racismo» e a Extrema-Direita costumavam até aqui estar limitados a certos sectores da sociedade mais baixa - pessoal das margens político-sociais, gente a viver em habitações sociais. Höcke e outros como ele, a dirigir o partido AfD, parecem um sintoma de que agora o «racismo» alastra à classe média e até média-alta. A AfD está neste momento entre os oito e os dez por cento nas sondagens.

Höcke é um entre muitos, com mais ou menos carisma que outros. 
De momento está-se no princípio do século, ainda se olha demasiado para a questão das lideranças e da espera por um fulano que diga o que pensar e o que fazer, daí que este indivíduo possa vir a dar que falar, como mais um «Le Pen» dos tempos que correm. A pouco e pouco, a Democracia vai permitir ultrapassar este fulanismo. Mas, para já, usam-se as ferramentas possíveis...

Interessa sobretudo o que a AfD representa. A 18 de Outubro, Günther Jauch [apresentador de televisão] foi convidado para o talk show televisivo, a meio do qual tirou uma bandeira alemã do bolso do casaco e disse: "A AfD fala com a voz do povo - contra as políticas dos partidos velhos, que enlouqueceram." 
Fonte: http://www.dn.pt/mundo/interior/lider-da-afd-na-turingia-a-voz-inflamada-contra-os-refugiados--4897135.html