COMO O ACTUAL PRESIDENTE DA REPÚBLICA COMPAROU A VINDA DE REFUGIADOS COM O RETORNO DOS PORTUGUESES QUE ESTAVAM EM ÁFRICA

Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/politica/cavaco-silva-fala-dos-refugiados-e-lembra-portugueses-que-regressaram-das-antigas-colonias_a885143

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Na última vez em que Cavaco Silva profere a tradicional mensagem de Ano Novo, o Presidente da República fala de incerteza mas também de esperança.

Nesta mensagem de Ano Novo, Cavaco Silva lamentou as situações de desigualdade e de pobreza. Falou também dos refugiados, que comparou aos portugueses que regressaram das antigas colónias.

A vocação universalista de Portugal foi referida por Cavaco Silva, ao falar dos refugiados.

Para garantir que não havia da parte da jornalista nenhum exagero a respeito da comparação dos ditos refugiados com os retornados de há quarenta anos que Cavaco Silva teria feito, fui ouvir o discurso do fulano na íntegra. Constatei que a jornalista nada exagerou - a respeito do tema, a conversa de Cavaco alinha pelo diapasão do politicamente correcto anti-racista da hoste neo-liberal da «Direita» conservadora no seu pior, que pouco se distingue da conversa dos antirras de Esquerda. Comparar o retorno de portugueses à terra do seu sangue com a vinda de alógenos que nada têm a ver com Portugal só pode mesmo ter cabimento numa mentalidade de visceral desenraizamento étnico e civilizacional, pouco interessando que a seguir o senhor se ponha a falar na obrigatoriedade de respeitar os nossos valores civilizacionais e tal, como se estivesse a «avisar» os alegados refugiados de que precisam de se portar bem em solo europeu. A parte em que diz que por Portugal ter recebido os retornados tem agora o «dever» (sic) de receber quem «nos procura» (pode ouvir-se isto a partir dos 6:15 aqui: http://www.publico.pt/multimedia/video/mensagem-de-ano-novo-de-cavaco-silva-20160101-211338) é particularmente obscena. E a seguir faz o resto que a cambada da elite reinante costuma fazer, e que por acaso já ouvi da boca de Marcelo Rebelo de Sousa nas suas charlas televisivas, regurgitando a cartilha da alegada herança histórica universalista «portuguesa» em contraste com a «xenofobia» política, o que, bem vistas as coisas, é uma espécie de totalitarismo sonso e subtil que consiste em dizer que por sermos portugueses temos obrigação de pensar de acordo com a ideologia «portuguesa», que é forçosamente universalista e tal coisa. É nestas alturas que se torna essencial repetir o óbvio - ser português é

tão somente isto

e nada mais do que isto:

ser filho de portugueses, sendo os Portugueses um Povo caucasóide da família etno-linguística indo-europeia, do continente europeu, do ramo celto-italiota, do sub-ramo latino, da faixa ocidental da Ibéria. Ponto final. Acabou. Ser português é ser isto. Não ser isto é não ser português. Não há nisto espaço para concessão de nacionalidade por «serviços prestados», «cultura» ou o caralho a quatro. Ou se é de sangue português ou não. E tanto é português D. Afonso Henriques como Mário Soares, D. Francisco de Almeida e Álvaro Cunhal, D. Nuno Álvares Pereira e António de Oliveira Salazar, António Variações ou Zezé Camarinha.

Duvido que haja muitos figurões da ala esquerda do PSD à ala direita do CDS que discorde das palavras de Cavaco Silva. Em Portugal só o PNR pode defender verdadeiramente a identidade étnica portuguesa, conquanto possa contar com a presença política e activa de militantes empenhados neste combate.