UM S. JORGE NEGRO QUE TAMBÉM É MUÇULMANO - PADROEIRO DE INGLATERRA

E se ainda há dúvidas sobre o que se observou no tópico imediatamente anterior, cá vai mais uma facadazita nas costas que a Cristandade deu ao Nacionalismo e à Europa, é que foi logo a seguir, nem diz talvez: o BNP começou a receber queixas da parte de indígenas de Manchester indignada por ver que a catedral da cidade decidiu africanizar São Jorge e transformar o seu dia tradicional num festival de jazz.

E não fica por aqui. Ainda a procissão vai no adro, já que se fala em religião...

A ideia é do reverendo Andrew Shanks - este sim, um reverendo sem dúvida... Segundo a revista oficial da catedral de Manchester, o festival de São Jorge será caracterizado por «liturgia experimental, poesia fresca por poetas eminentes com acompanhamento jazz especialmente composto para o evento. Há um aspecto político nisto, também. Certos grupos da extrema-direita estão apostados em tentar apropriar-se de São Jorge como o "seu" santo. O nosso gigante Jorge, a representar o ideal de uma Inglaterra verdadeiramente inclusiva, é um jovem afro-caribenho numa t-shirt da selecção nacional inglesa. (...) Não esqueceremos que S. Jorge (Al Khidr) é também um herói mítico na tradição islâmica.»

Eis então este «novo» S. Jorge, que por acaso também está, por adopção, e influência inglesa (desde Aljubarrota), ligado a Portugal:

S. Jorge ao assalto do dragão...

Volta, Santiago Matamouros, que estás perdoado por teres lutado ao lado dos Castelhanos em Aljubarrota...

Ou então que se vão ambos embora, porque é precisamente o credo que os sustenta aos dois, e a outros mais, que está não só na origem da tragédia identitária europeia, como também na linha da frente do combate anti-racista contra o Nacionalismo. Mas combate anti-racista contra o Nacionalismo abertamente assumido e declarado, com todas as letras e documentos oficiais, como se lê neste e sobretudo no tópico imediatamente anterior.

Porque, diga-se o que se disser, o efeito é o da lógica e da bola de neve: quando se deitaram abaixo as estátuas de Deuses europeus para em seu lugar erigir a imagem de um Deus semita universalista, estavam lançadas as bases doutrinais e morais para o que agora está a suceder.