ODE A UMA RESTAURAÇÃO EM CURSO...

A actual restauração do culto aos Deuses da Herança Europeia, ou Neo-Paganismo Europeu, é feita com base na combinação da informação fornecida pelas fontes antigas, entre as quais os pedaços de pedra contendo inscrições dedicadas às Divindades, isto sobretudo nos países em que, a respeito do tema, há pouquíssimos testemunhos literários antigos mas abundantes vestígios pétreos legados pela Romanização, como se verifica em Portugal, Espanha e França, cujos paganismos não têm, que se conheça, nenhuma Ilíada, nenhum Eddas, nenhum Mabinogion, como têm outras tradições pagãs europeias, mais bem conhecidas. A Arqueologia constitui pois um dos poucos auxiliares do Paganismo no sudoeste europeu, e que bem calha o vocábulo, naquele que deveria ser sempre o seu sentido essencial: não o estudo de pedras puro e simples, mas o conhecimento (logia) dos Princípios (Arkhé)...

Este é um trabalho duro, esfomeado, baseado em fragmentos e especulações, mas que não perde por isso o mérito, antes pelo contrário...

Ara dedicada a Trebaruna, Deusa lusitana

Monte de fósseis que albergam Segredo

Tesouro votado ao mais vil degredo

Torna agora à luz do dia

Quase como em tempos fulgia...

Guardam letras, nomes de outrora

Palavras que torpes ventos levaram

Palavras que ventos sadios trouxeram

Augúrios de uma nova aurora...

Ecos por entre a bruma

Pedaços de um mundo esquecido

De um eixo que aos poucos se apruma

Farol que não está perdido

Sons que luzem vitais forças

Visões que se evadem, quais corças

Mas que são pistas, são fontes

Com que se fazem as pontes

E tal como a verdade que vem ao de cima

Quer a Justiça que o espírito anima

Que voltem ao trono do Génio da Grei

Os Lídimos Guardas da Antiga lei

Mal saberiam os incréus

Que por trás de calhaus baços

Se erguem Colossos aos Céus

Com Quem se fazem os laços

Quem quer que Eles sejam

Estejam Lá onde estejam

Pairando nos ares, algures nos castros

Guiando as nuvens, ao cimo da serra

Guardando os infernos, ou pulsando entre os astros

Nutrindo os amores, brilhando na guerra

Fluindo nas águas, ou sendo nas fráguas

E quando trovejam, pode ser que Se vejam...

Templo de Évora, dito popularmente «de Diana»