FULGORES DIVINOS NOS CÉUS DA EUROPA...
Embora alguns de vós, caros leitores, possam pensar que quem nesta longa noite percorre os ares é um velhote a quem chamam Pai Natal (quem acredita em certos mitos antifas, ou dimiescos, acredita em tudo), saibam que na verdade a ideia de que por esta altura há presenças sobrenaturais a correr pelos céus nocturnos vem de há muito - só que quem o faz é a chamada «Hoste Furiosa», imenso e violento tropel de caçadores fantasmas, empenhados naquilo a que se chama «Caçada Selvagem», que é perseguição incansável, ora de um javali, ora de um cavalo, ora de belas virgens, ou ninfas...
O mortal que visse este bando e dele troçasse, seria castigado; quem pelo contrário se Lhe juntasse, seria recompensado, eventualmente com ouro...
A nível humano, parece haver correspondência desta tropa sobrenatural nas sociedades de guerreiros das quais já aqui se falou a propósito dos Caretos.
Os nomes e conceitos relativos a este mito norte-europeu variam de etnia para etnia, mesmo de nação para nação nalguns casos:
- na Irlanda, é a Sluagh Sidhe, espécie de espectros ou de fadas especialmente perigosas que tudo destroem e matam à sua passagem, e que são seguidos pelos seus Cu Sidhe (Cães das Fadas), igualmente saídos do inferno; o líder da hoste é o Deus Mannanan Mac Lir, ou, noutra variante, o lendário herói Fin Mac Cumhail, que conduz os seus Fianna;
- em Gales, trata-Se de Arawn, ou de Gwyn ap Nudd, Deus das Profundezas e da Morte, que conduz a sua temível matilha vermelha e branca, a Cwn Annwn (Cães de Annwn ou Inferno) pelos ares desde o Outono até ao início da Primavera; noutras variantes, é o lendário Rei Artur quem conduz a caçada sobrenatural;
- também na Cornualha, nação céltica, se fala a este respeito dos «cães do diabo»; noutras partes do Reino Unido, crê-se que estes cães andam em busca de almas perdidas;
- na Bretanha (nação céltica do noroeste do Estado Francês), é o lendário rei Artur quem dirige a caçada;
- em certas partes de Inglaterra, é Herla, rei que ficou demasiado tempo com as Fadas e quando voltou já tinham passado cinco séculos; outras personagens do folclore inglês que supostamente dirigem esta caçada são Herne, Old Nick, ou até o famoso e histórico Sir Francis Drake; naturalmente que a Inglaterra, sendo uma nação germânica, também teve no seu folclore a crença de que esta hoste furiosa era dirigida por Woden, Deus germânico da Sabedoria e do Combate;
- na Holanda, é, tradicionalmente, Wodan, que é o mesmo que Woden, como é fácil de ver;
- em certas partes da Alemanha, é a Deusa Diana, ou uma certa feiticeira de nome Holda, Quem conduz esta atroadora tropa; e, claro, sucede o mesmo na Alemanha que na Inglaterra e na Holanda a respeito do mais antigo condutor desta cavalgada sobrenatural, ou seja, o Seu nome é Wotan;
-no norte de França, é Hallequin, espírito sobrenatural demoníaco, ou então Carlos Magno e Rolando...
A versão mais conhecida, que aliás pode bem estar na origem das outras todas, é a germânica-escandinava, que vê nesta tenebrosa Hoste das Alturas os guerreiros mortos do Valhalla a correrem na esteira das Valquírias, todos conduzidos por Odin (nome escandinavo de Wodan), o terrível zargo, Deus da Sabedoria e da Morte em Combate... há até quem vislumbre o Seu sinistro semblante por debaixo do disfarce de Pai Natal, enquanto outros vêem na rubra indumentária, na longa barba, no físico avantajado e no afável temperamento do velhote natalício um eco da roupagem vermelha e da barba ruiva do brutal mas jovial Thor, Deus do Trovão, que dirige um carro puxado, não por renas, mas por bodes...
Veja-se a «evolução» abaixo:
- na Irlanda, é a Sluagh Sidhe, espécie de espectros ou de fadas especialmente perigosas que tudo destroem e matam à sua passagem, e que são seguidos pelos seus Cu Sidhe (Cães das Fadas), igualmente saídos do inferno; o líder da hoste é o Deus Mannanan Mac Lir, ou, noutra variante, o lendário herói Fin Mac Cumhail, que conduz os seus Fianna;
- em Gales, trata-Se de Arawn, ou de Gwyn ap Nudd, Deus das Profundezas e da Morte, que conduz a sua temível matilha vermelha e branca, a Cwn Annwn (Cães de Annwn ou Inferno) pelos ares desde o Outono até ao início da Primavera; noutras variantes, é o lendário Rei Artur quem conduz a caçada sobrenatural;
- também na Cornualha, nação céltica, se fala a este respeito dos «cães do diabo»; noutras partes do Reino Unido, crê-se que estes cães andam em busca de almas perdidas;
- na Bretanha (nação céltica do noroeste do Estado Francês), é o lendário rei Artur quem dirige a caçada;
- em certas partes de Inglaterra, é Herla, rei que ficou demasiado tempo com as Fadas e quando voltou já tinham passado cinco séculos; outras personagens do folclore inglês que supostamente dirigem esta caçada são Herne, Old Nick, ou até o famoso e histórico Sir Francis Drake; naturalmente que a Inglaterra, sendo uma nação germânica, também teve no seu folclore a crença de que esta hoste furiosa era dirigida por Woden, Deus germânico da Sabedoria e do Combate;
- na Holanda, é, tradicionalmente, Wodan, que é o mesmo que Woden, como é fácil de ver;
- em certas partes da Alemanha, é a Deusa Diana, ou uma certa feiticeira de nome Holda, Quem conduz esta atroadora tropa; e, claro, sucede o mesmo na Alemanha que na Inglaterra e na Holanda a respeito do mais antigo condutor desta cavalgada sobrenatural, ou seja, o Seu nome é Wotan;
-no norte de França, é Hallequin, espírito sobrenatural demoníaco, ou então Carlos Magno e Rolando...
A versão mais conhecida, que aliás pode bem estar na origem das outras todas, é a germânica-escandinava, que vê nesta tenebrosa Hoste das Alturas os guerreiros mortos do Valhalla a correrem na esteira das Valquírias, todos conduzidos por Odin (nome escandinavo de Wodan), o terrível zargo, Deus da Sabedoria e da Morte em Combate... há até quem vislumbre o Seu sinistro semblante por debaixo do disfarce de Pai Natal, enquanto outros vêem na rubra indumentária, na longa barba, no físico avantajado e no afável temperamento do velhote natalício um eco da roupagem vermelha e da barba ruiva do brutal mas jovial Thor, Deus do Trovão, que dirige um carro puxado, não por renas, mas por bodes...
Veja-se a «evolução» abaixo:
Foi-Se pois enevoando até passar a ser visto com nova forma...
A propósito de tempestade, é de notar que em Roma o dia 23 de Dezembro era precisamente consagrado a Tempestas, o Nume, ou Entidade Divina, da tempestade, que por acaso Se tem feito sentir hoje, e que igualmente Se manifestou durante uma batalha naval entre Roma e Cartago, ajudando a primeira a arrasar a frota da segunda.
Para ler algo mais sobre a possível genealogia do Pai Natal, clique aqui.
Por cá, o equivalente galaico-português será talvez o Secular das Nuvens, ou Escolar das Nuvens, ou Nubeiro, na Galiza, do Qual já se falou no Gladius - I, II, III, e que se pode também ler aqui, onde há também textos centrados na figura do Nubeiro. Ora é interessante observar que de acordo com o folclore galego, o Nubeiro cobre-se de peles caprinas, o que remete aos bodes sagrados que puxam o carro de Thor... por outro lado tem sido considerado o equivalente de Odin, que, como acima se lê, dirige a Cavalgada Selvagem, como aqui se lê.
Outras vezes são representados como uma espécie de génios da Tempestade. Ao mesmo tempo, pode haver nos «Caretos» um eco físico e social deste mito, pois que também estes parecem personificar entidades sobrenaturais que nesta altura do ano fazem uma espécie de «raide» fantasmagórico pelas povoações...
A propósito de tempestade, é de notar que em Roma o dia 23 de Dezembro era precisamente consagrado a Tempestas, o Nume, ou Entidade Divina, da tempestade, que por acaso Se tem feito sentir hoje, e que igualmente Se manifestou durante uma batalha naval entre Roma e Cartago, ajudando a primeira a arrasar a frota da segunda.
O dia é no calendário romano igualmente consagrado a Bruma, Deusa do Inverno, e também aos Lares Permarinis (espíritos-guias nos caminhos), a Acca Larentia, a Hércules, a Diana, a Juno Regina e a Júpiter. Hoje é entretanto o culminar da Saturnália, celebração presidida por Saturno, o Deus das Sementeiras e da Idade de Ouro.
17 Comments:
Então não vais ao Chupa-mos defender a tua posição?
http://forum.chupa-mos.com/showthread.php?t=345394
No maior forum português é debatido um dos teus postais e tu nem apareces lá?
Sim? Porque não vêm cá eles?
Caturo disse...
Sim? Porque não vêm cá eles?
23 de Dezembro de 2009 22h59min00s
Se a montanha não vai a Maomé, Maomé tem que ir à montanha! Acho que devias assinalar de alguma forma o debate que está a decorrer no Chupa-mos acerca do teu postal. Até porque, talvez não o saibas, já foste citado várias vezes nesse forum pelo antifa e membro do chupa-mos que dá pelo nome de Cylon. O "bruxo do pnr", é assim que ele por lá se costuma frequentemente referir a ti.
Se não queres ir ao Chupa-mos faz um comentário sobre o debate que lá está a ocorrer aqui no teu blog para incentivar a malta do chupa-mos a vir até aqui.
Bom natal camarada caturo
de novo, eu vou ter que te copiar.
«Se não queres ir ao Chupa-mos faz um comentário sobre o debate que lá está a ocorrer aqui no teu blog para incentivar a malta do chupa-mos a vir até aqui.»
Pelos vistos, já há aí malta que vem até aqui, porque comentaram mais de um tópico, mas pelos vistos não lhes apetece comentar aqui...
De qualquer modo, também não têm grande coisa a dizer. Não li uma só crítica inteligente ao que escrevi, todos os que atacaram as minhas afirmações, nemn por uma só vez as contestaram com argumentos ideológicos, ficando-se por lugares-comuns e «observações» cultural e intelectualmente medíocres. Para isso, já cá anda o ex-ariano.
O saber não pode ser tão arrugante,caturo!!
Desce até ao povo Caturo. Não te encerres na tua redoma de cristal. Não és tu que falas muita vez na elite que não percebe o "povinho burro" e com ele não sabe nem quer dialogar? Então e agora, em vez de desceres até ao povo do chupa-mos para o educares na via do nacionalismo, limitas-te a dizer que são pouco inteligentes e cultos?
"Não li uma só crítica inteligente ao que escrevi, todos os que atacaram as minhas afirmações, nemn por uma só vez as contestaram com argumentos ideológicos, ficando-se por lugares-comuns e «observações» cultural e intelectualmente medíocres."
Há excepção do Hyperion.
Sim, claro, o camarada Hypérion fez um óptimo trabalho. Referia-me aos que tentaram atacar o que escrevi.
«Não és tu que falas muita vez na elite que não percebe o "povinho burro" e com ele não sabe nem quer dialogar?»
Sem dúvida. E alguns dos que «pertencem» a essa elite é que escrevem o que ali escrevem.
«Então e agora, em vez de desceres até ao povo do chupa-mos para o educares»
Não preciso - essa parte do «povo» sobe até aqui para ser educada. :)
Já que se fala no Chupa-mos diz-nos então o que pensas desse mitico forum, que é por vezes "acusado" de fazer o jogo da extrema direita ao permitir que cada um ali escreva, sem censura, tudo o que lhe vem à cabeça, inclusive coisas "racistas".
Ai sim? Por aí se vê o estado de fanatismo instituído nos mérdia: chega-se a um ponto de intolerância inquisitorial em que o simples facto de deixar que o lado contrário fale passa a ser considerado como ideologicamente suspeito.
Enfim, nos tempos que vão correndo, a moderação desse forum merece um louvor.
Já lá vai algum tempo,Caturo...
Continuo viva e de saúde,até agora,mas com bastante trabalho.Estou a trabalhar com doentes sinistrados e não tenho tido tempo para (quase) mais nada.
É a vida...
Vim desejar-te Boas Festas,pelo príncipio de união,solidariedade e companheirismo que deve presidir a esta época.
Tudo de bom para ti e os teus.
Quando o tempo o permitir,voltarei a este espaço.
Até breve.
Patrícia
Que agradável surpresa, cara Patrícia, é sempre bom receber aqui a tua visita. Um esplêndido Natal também para ti, que tudo te corra bem, e que voltes cá mais vezes, como fazias dantes.
Neste momento há menos censura no chupa-mos que no gladius.
No Gladius não há censura ideológica.
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