O ANTI-ISLAMISTA CALDEROLI PREPARA-SE PARA VOLTAR AO PODER EM ITÁLIA

Segundo diz este artigo, o italiano Sílvio Berlusconi enfrenta a eventual oposição do mundo islâmico ao aceita um membro da extrema-direita anti-islamista no seu executivo.

Roberto Calderoli, militante da Lega Nord, enfureceu os muçulmanos há dois anos por aparecer na televisão com uma t-shirt na qual se via uma das caricaturas satirizando Maomé feitas e publicadas na Dinamarca, tendo isto acontecido precisamente no pico da tensão internacional então gerada pelos violentos protestos muçulmanos um pouco por todo o mundo islâmico. O consulado italiano na Líbia foi incendiado e onze pessoas morreram em motins.

Calderoli também ameaçou «macular» o local onde seria edificada uma mesquita, em Pádua, fazendo um porco andar por cima do chão destinado a este templo muçulmano.

E, quando a Itália venceu a França na final do Campeonato do Mundo de Futebol, em 2006, declarou que os Franceses tinham «sacrificado a sua identidade ao pôr em campo negros, muçulmanos e comunistas».

As controvérsias forçaram-no a resignar como ministro em 2006, mas, ao que tudo indica, terá novamente uma pasta ministerial, devido aos fortes resultados obtidos pelo seu partido, a Lega Nord, nas eleições gerais.

O filho de Muamar Kadafi, Saif Kadafi, afirmou que esta decisão de Berlusconi teria «consequências catastróficas» para o comércio entre a Itália e a Líbia. A Itália é o maior parceiro comercial europeu da Líbia, além de importar petróleo desse país norte-africano.