PRESIDENTE FRANCÊS INSISTE NA UNIÃO MEDITERRÂNICA

O presidente francês Nicolas Sarkozy afirmou na passada semana que não se pode permitir que o conflito israelo-palestiniano constitua obstrução à planeada União do Mediterrâneo, que, segundo diz, irá «mudar o mundo».
Sarkozy tenciona lançar em Paris, no dia 13 de Julho, o novo agrupamento dos vinte e sete países da União Europeia com os seus vizinhos do sul do Mediterrâneo.
Teve para isso de contornar um contra-tempo devido ao facto de a Alemanha ter feito cerrada oposição a tal projecto por temer uma divisão da União Europeia e a dispersão de fundos comuns.
Assim, no passado mês, os líderes da U.E. concordaram em aprovar uma forma de união envolvendo uma reunião regular entre os líderes da U.E. e os líderes mediterrânicos, com uma presidência conjunta e um pequeno secretariado.
A Síria, a Líbia e outros países árabes parecem indiferentes ao projecto, visto que este sugere uma normalização indirecta das relações com Israel sem que o conflito palestiniano seja resolvido. A esta questão, Sarkozy responde que esta situação só deve servir para que incitar à acção harmonizadora, não a estagnar as negociações.

À crítica de que o seu plano poderia prender os Estados da U.E. a posições políticas indesejáveis, o presidente francês respondeu que o novo agrupamento iria permitir que alguns Estados trabalhassem numa estreita cooperação e outros ficassem à margem...

Confirma-se, mais uma vez, que Sarkozy é o representante máximo do patriotismo da salsada e da mixórdia. Um minho-timorense lá do sítio. Do mesmo modo que a Direitinha neo-salazarista tuga queria uma ligação de Portugal aos «palops» e ao Brasil, esta Direitinha franciú aposta nos seus laços com o norte de África. A diferença é que ao menos no caso português, só Portugal seria afectado, ao passo que o francês quer meter o resto da Europa no seu laço norte-africano...

É assim que funciona a ideia do «voto útil» - dá poder aos que a curto prazo podem resolver problemas urgentes mas, a médio ou longo prazo, acabam por enterrar a Nação.