sexta-feira, setembro 14, 2007

É MATEMÁTICO...

Já se sabia que a coexistência de dois ou mais grupos étnicos/raciais debaixo do mesmo Estado dava quase de certeza origem a conflitos. E quem diz debaixo do mesmo Estado, diz em situação de fronteira indefinida, porque o cerne do problema reside precisamente na delimitação do poder de cada grupo étnico/racial - a questão está em determinar quem manda em que território e até onde se estende esse território.

Quando dois ou mais grupos humanos bem definidos partilham um mesmo espaço, seja por indefinição de fronteiras, seja por viverem no mesmo país, há pois situação de confronto potencial, iminente ou factual.

Usando-se a gíria popular portuguesa, pode dizer-se que isto «é matemático».

E, pelos vistos, já não é só uma questão de gíria popular - investigadores britânicos afirmam ter chegado a um modelo matemático que permite prever onde no mundo irão ocorrer os próximos conflitos étnicos, num artigo publicado na revista Science desta semana.
(...)
Os investigadores aplicaram um modelo de formação de padrões globais que diferencia as regiões por culturas e descobriram que áreas de grande mistura étnica com fronteiras mal definidas têm maior predisposição para conflitos.
"A nossa pesquisa mostra que a violência ocorre quando, no mesmo território, um grupo étnico é suficientemente grande para impôr normas culturais em espaços públicos, mas não grande o bastante para evitar que essas normas sejam quebradas" disse May Lim, investigador de Brandeis, salientando que isto geralmente ocorre "quando as fronteiras entre os grupos não estão clarificadas".
Em resumo, o estudo concluiu que "a separação parcial com limites mal definidos promove o conflito", pelo que fronteiras bem definidas ajudam a prevenir tensões étnicas.

(...)
Descobriram que a violência étnica ocorre em determinados padrões previsíveis, tal como acontece com outros comportamentos colectivos nos sistemas complexos físicos, biológicos e sociais.
(...)




Ou seja, a Ciência confirma aquilo que o Povo já diz desde sempre: «cada macaco no seu galho».



Eu próprio, por exemplo, já constatei, há alguns anos, que em havendo,
de noite,
grupos de «jovens» negros (sem brancos nem mulheres no seu seio)
numa determinada área de Lisboa
sem que haja nessa área qualquer agente policial,
é matemático que vai haver chatice (assaltos, provocações, agressões, enfim).


Agora, falta aplicar-se o mesmo estudo aos conflitos religiosos... porque também é matemático que onde quer que haja encontro entre muçulmanos e crentes de outras religiões, o conflito será tanto mais provável quanto maior for o poder dos muçulmanos para se afirmarem pela força contra o(s) outro(s) grupo(s) religioso(s).

11 Comments:

Blogger Silvério said...

Estive mesmo agora a comentar esta notícia no café, achei curioso vir no jornal.

14 de setembro de 2007 às 22:22:00 WEST  
Blogger Esoj said...

Oh Caturo, não sejas pessimista.

15 de setembro de 2007 às 23:41:00 WEST  
Blogger Oestreminis said...

O "problema" por cá - e noutros sítios onde a imigração extra-europeia não é fundamentalmente isLlâmica - é que o aspecto de diferença cultura está mais mitigado, logo a popularidade das correntes que consideram aspects como a língua ou a religião os aspectos unificadores dentro de um país; como não existe aparentemente um factor de diferenciação tão ostensivamente ortodoxo como acontece com as comunidades islâmicas qualquer discussão acaba com "Mas só pelo tom da pele?mas isso é racismo!", visto que as tensões óbvias e crescentes são imediatamente remetidas para a simples exclusão social, etc, etc.

Isto porque é aceitável alguém discriminar culturalmente, mas tabú alguém referir que o cerne da questão passa pelas diferenças etno-culturais e o impacto inegável e progressivo que a substituição populacional em curso tem no tecido populacional da Europa.

Discriminar por língua? Pode ser. Discriminar por escolaridade? Nada contra. Não querer que Lisboa fique igual a Benguela? Horror, perfídia, anátema! Tal é a cartilha politicamente correcta por qual muitos se educam, contribuíndo activa ou passivamente para que a raíz do problema fique intocáda ao mesmo tempo que se preocupam com aspectos acessórios.

16 de setembro de 2007 às 18:07:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

O povo Português sempre se caracterizou por uma forma peculiar de conviver com raças e culturas diferentes da sua.Vide as Descobertas e os processos de colonizacão adoptados pelos Portugueses,muito mais humanos e afectivos que os das outras nações colonizadoras,criando,deste modo,populações mestiças,herdeiras da civilização Portuguesa que funcionaram como garante da presença lusitana nos mais recônditos lugares,bem como de fixação e esboço civilizacional.A responsabilidade histórica de Portugal para com as suas antigas colónias ultramarinas não pode,nem deve,ser escamoteado ou negado,visto que possuímos laços afectivos,culturais e históricos fortes,e é,precisamente neste ponto que Portugal tem que afirmar a sua singularidade,funcionando como um elo de ligação entre o Brasil,os PALOP,Timor,Macau e a antiga Índia Portuguesa e os nossos parceiros comunitários.Portugal deve assumir a sua verdadeira faceta oceânica e ecuménica,como sempre foi na era da Expansão Ultramarina,e não adoptar teorias demagógicas decalcadas de modelos europeus de cariz totalitário e extremista,baseados na intolerância racial e eurocentrismo.
Não é essa a verdadeira natureza e índole do povo Português.

16 de setembro de 2007 às 19:23:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

O anónimo das 7.23 é uma besta , ou então mulato.

16 de setembro de 2007 às 22:02:00 WEST  
Blogger Oestreminis said...

O povo Português sempre se caracterizou por uma forma peculiar de conviver com raças e culturas diferentes da sua.

Ai sim? Vamos ver então.

Vide as Descobertas e os processos de colonizacão adoptados pelos Portugueses,muito mais humanos e afectivos que os das outras nações colonizadoras,

Muito mais humanos em quê? Mas que delírio é este? Não que me importasse - sou contra tratamentos desumanos em geral, e ao contrário de muitos luso-tropicalistas e demais correntes não trato os povos africanos com uma espécie de condescêndencia e menorização sistemática. Mas dizer que foi política especial da clonizaçã portuguesa ser "mais humana" éuma parvoíce pegada que não resiste a uma leitura cursória das politicas reais e práticas correntes na altura.


criando,deste modo,populações mestiças,herdeiras da civilização Portuguesa que funcionaram como garante da presença lusitana nos mais recônditos lugares,bem como de fixação e esboço civilizacional.

A esmagadora maioria da dita miscigenação não foi política do Reino, sendo até expressamente proibída por várias vezes como perniciosa. Os cargos de poder estavam vedados a pardos, e nem as ordens religiosas admitiam quem não fosse Europeu. A miscigenação em África praticamente não ocorreu devido até à escassa presença populaciona portuguesal na zona até ao sećulo XX, e no Brasil só a partir do final do século XIX é que começou a ter a importância que tem hoje, pois até ai também estavam vedados a mulatos, pardos e nativos os direitos correspondentes aos europeus. Estas políticas foram, de resto, reafirmadas internamente tão recentemente como 1960, quando durante a explicação da Lei do Indigenato Marcello Caetano - com quem não simpatizo particularmente - afirmou implicitamente que os nativos não eram portugueses de facto, e explicitamente que qualquer miscigenação era errada, perigosa e completamente a evitar. Do mesmo teor são as declarações dos responsaveis coloniais portugueses do século XVII até ao XX, tirando quando usavam o luso-tropicalismo como farsa para a manutenção das "provincias ultramarinas" perante a ONU.


A responsabilidade histórica de Portugal para com as suas antigas colónias ultramarinas não pode,nem deve,ser escamoteado ou negado,visto que possuímos laços afectivos,culturais e históricos fortes

Responsabilidade é palavra demasiado forte, visto ser hoje óbvio que não um dos problemas de África é exactamente este paternalismo atroz; quanto a ligações, é óbvio que existem ligações históricas, principalmente do domínio linguistico, que é interessante preservar e até usar como razão para uma ajuda sincera em áreas chaves. Isto não se traduz de forma nenhuma na importação das populações das ex-colónias para Portugal, nem tal é conducente a qualquer desenvolvimento das regiões em causa.

e é,precisamente neste ponto que Portugal tem que afirmar a sua singularidade,funcionando como um elo de ligação entre o Brasil,os PALOP,Timor,Macau e a antiga Índia Portuguesa e os nossos parceiros comunitários.

Mas se Portugal é tão singular porque razão é que, por exemplo, a Commonwealth britânica é de facto uma estrutura bastante mais madura?Querem ver que não somos afinal de contas tão sui generis? Além disso é completamente ingénuo pensar em que o nosso papel como ex-colonizadores nos dá um papel privilegiado na arena internacional por si só.

Portugal deve assumir a sua verdadeira faceta oceânica e ecuménica

Ui,já cá faltava o ecumenismo. A faceta "oceãnica" de Portugal é uma realidade óbvia, histórica e geográfica. Issso não significa de forma alguma que algo nos ligue de especial maneira a populações de áreas por nós descobertas, muito menos se essa faceta "oceânica" for usada como uma oposição à Europa, a sua civilização, o seu povo e a sua cultura, que foi de resto uma das razões para a existência da expansaão em primeiro lugar. Querer tomar um efeito secundária e torná-lo uma espécie de matiz principal é irresponsael, perigoso e fantasista.

,como sempre foi na era da Expansão Ultramarina,e não adoptar teorias demagógicas decalcadas de modelos europeus de cariz totalitário e extremista,baseados na intolerância racial e eurocentrismo.


Pois, bonito bonito era um Portugal em que a população fosse uma mistura de todos os continentes, isso sim era uma grande virtude.Quando ao "eurocentrismo", mais fantasias luso-tropicalistas que se recusam a simplesmente ler os textos históricos onde é por demais notório que nesse ponto as políticas e práticas foram praticamente iguais à de muitos outros.

Não é essa a verdadeira natureza e índole do povo Português.

Para haver "verdadeira natureza e índole do povo Português" tem que haver Povo Português, algo que seguindo essa cartilha do Império Intramarino rapidamente deixa de ser verdade, desaparecendo o povo português para passar a existir uma massa indiferenciada, incaracterística e sem raízes reais. Com tanta conversa sobre a verdadeira missão de Portugal (espanta-me não ter falado nos Templários, aparecem sempre como penhor dessa missão que parece ter como fim a transofrmação de Portugal no Nordeste brasileiro) é natural que desapareça qualquer preocupação com os portugueses reais, o povo que tem aqui as suas raízes na completa dimensão etno-cultural, e se decida imolá-lo em nome de uma ideia mal engendrada de globalismo militante e missões miscigenatórias inatas retiradas de operetas literárias de valor histórico nulo e recheadas de neo-imperialismo mal disfarçado.

17 de setembro de 2007 às 01:47:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Brilhante, camarada Oestreminis, absolutamente brilhante. Esmigalhou por completo a cassete do tuga (nunca um nick foi tão bem escolhido), que é a da globalização em versão tuga.

17 de setembro de 2007 às 13:31:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Com tanta conversa sobre a verdadeira missão de Portugal (espanta-me não ter falado nos Templários, aparecem sempre como penhor dessa missão que parece ter como fim a transofrmação de Portugal no Nordeste brasileiro)

Ahahahahahhh, em cheio, ahahahhah

17 de setembro de 2007 às 13:32:00 WEST  
Blogger Esoj said...

O post do salazarento Tuga é de ir às lágrimas e o Oestreminis respondeu-lhe à letra.
Mas, não sei porquê, tenho a impressão de que as minhas razões não são identicas às do Caturo

17 de setembro de 2007 às 15:43:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Eu expus as minhas.
O esoj é que não.

17 de setembro de 2007 às 15:57:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Com tanta conversa sobre a verdadeira missão de Portugal (espanta-me não ter falado nos Templários, aparecem sempre como penhor dessa missão que parece ter como fim a transofrmação de Portugal no Nordeste brasileiro)


Bem como a meia duzia de coroneis que eram os burgueses colonizadores que hoje são estes luso tropicalistas com a sua horda de neo escravos

4 de outubro de 2007 às 08:00:00 WEST  

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