PRIMEIRO TEMPLO MAZDEÍSTA NO CURDISTÃO IRAQUIANO DESDE HÁ MIL ANOS
Surgiu no passado dia 21 do corrente o primeiro templo da religião de Zaratustra no curdistão iraquiano desde há mil anos.
A religião de Zaratustra ou Zoroastro é também conhecida como Mazdeísmo, o culto do Deus ariano Ahura-Mazda ou Ormuzd, Senhor Sábio, eventual equivalente do védico (ariano da Índia) Varuna, por sua vez potencialmente equivalente ao grego Úrano. Ahura Mazda tem ao Seu lado seis espíritos benfazejos no combate ao espírito do mal, Angra-Mainyu, e outros seis espíritos malfazejos. Esta religião árica reformada pelo profeta irânico Zaratustra (talvez fosse curdo, dizem alguns curdos, que lhe chamam Zardasht) tem por lema «Bons Pensamentos, Boas Palavras e Boas Acções» e o cerne do seu ritual centra-se no fogo. De acordo com a sua escatologia, no fim do mundo haverá um Julgamento Final.
O novo edifício sagrado situa-se na cidade de Sulaimani. Na inauguração acendeu-se uma chama e tocou-se um tambor - dois elementos do ritual - para celebrar a ocasião.
Os zoroastrianos deste templo esperam assim que esteja estabelecido o ambiente apropriado para que se reintroduza esta religião entre os Curdos.
Awat Hussamaddin Tayib, a líder dos zoroastrianos no Curdistão Iraquiano - a que em Curdo se chama Bashur ou Curdistão Sul - disse à imprensa que há dúzias de curdos a retornar ao Zoroastrianismo, mas mantêm esta tendência em segredo por medo de represálias da parte de islamistas, como se esperaria.
Awat Hussamaddin Tayib declara-se orgulhosa do seu credo porque aí ela pode dirigir os assuntos da comunidade «sem qualquer discriminação de género». Tendo vivido na Europa até há quatro anos atrás, é agora a representante dos Zoroastrianos no ministério regional do Curdistão para assuntos religiosos, cargo que ocupa desde o reconhecimento oficial do Zoroastrianismo em 2015.
Os zoroastrianos curdos acreditam que o dialecto curdo Hawrami, ainda amplamente falado nas áreas curdas do Irão e do Iraque, guarda muitas semelhanças com a antiga língua de Zaratustra, uma vez que ao longo dos milénios tem permanecido relativamente isolado nas montanhas, as quais valeram a este Povo uma certa independência ao longo da maior parte da sua história.
Tayib, que não fala o Avesta, língua de Zaratustra, está, juntamente com outros curdos, a aprendê-la, de modo a salvá-la da extinção. E adianta que a quantidade de curdos zoroastrianos situa-se nas centenas de milhares.
Os números oficiais a nível mundial indicam que os mazdeístas não atingem de momento os duzentos mil crentes; a Índia é o país que tem mais destes religiosos, onde se chamam «parses»; os EUA são o segundo país com mais zoroastrianos.
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Fonte:
http://ekurd.net/zoroastrian-temple-kurdistan-2016-09-22#.V-NuUs40pgc.facebook
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A edificação deste templo constitui mais um sinal do retorno dos Curdos à religião étnica ancestral, antes da imposição do mundialismo em versão islamista. É caso para dizer que há males que vêm por bem... ou que, pelo menos, têm o seu lado bom: a desconstrução política na região graças à irrupção do califado permitiu a reacção curda, que pode levar à soberania de um Povo árico contrário ao Islão e potencialmente aliado da Europa ou, pelo menos, da Rússia.
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