UM OU DOIS FUTUROS
De momento, enquanto escrevo isto, pouco depois da uma da tarde de um plácido (até ver) 12 de Julho de 2015, vejo dois futuros prováveis para a Europa: ou o continente continuará cada vez mais a ser uma coutada de plutocratas, e, por essa via, a lógica da lei do mais forte capitalista levará inevitavelmente ao domínio chinês, com o desrespeito pelos direitos humanos que se conhece da parte dos chineses, pelo que os Europeus de níveis sócio-económicos mais baixos viverão cada vez mais oprimidos,
- ou então a médio prazo vai-se desenvolvendo uma revolução europeia, com a queda dos grandes potentados financeiros e a deslocação do eixo do poder para as mãos do povo, um pouco como a Islândia vai fazendo e a Grécia quis ou se calhar ainda quer fazer – Grécia e Islândia, coincidentemente dois pilares históricos da Democracia, a primeira com a Democracia formalmente dita, a segunda com o seu Allthing, instituição de raiz germânica que conheceu no país particular desenvolvimento, julgo, dado que aí nem chegou a haver monarquia (islandesa). É célebre a resposta dos Vikingues que se preparavam para atacar território francês quando um emissário lhes perguntou quem era o seu senhor: «Não temos amo, somos todos iguais.»
Retornar-se-á a um caminho genuinamente europeu, o da dignificação e capacitação política do homem comum, do cidadão. E talvez, num futuro mais longínquo, digamos, a um século daqui, quase todos na Europa sejam funcionários públicos; longe, num passado violento, estarão os dias do capitalismo selvagem, tal como os dos sacrifícios humanos, da Inquisição e da escravatura…
Haverá pouco desporto – deixar-se-á, paulatinamente, de gostar de assistir à vitória de uns para desgraça de outros.
O transporte público, estritamente controlado pelos melhores profissionais e por máquinas excepcionalmente aperfeiçoadas, será maciçamente dominante – o tempo em que qualquer um podia pegar num automóvel e com a sua imperícia ou capricho pôr em risco a vida de outros parecerá um absurdo selvático de um passado de pesadelo.
Deixar-se-á de comer quaisquer animais, concretizando assim a ética do visionário Pitágoras, que condenava a crueldade de encher as próprias entranhas com corpos mortos de outros seres vivos; a alimentação europeia será composta ou de vegetais ou de carne feita em laboratório, o que, aliás, já é possível.
E muitas outras amenidades haverá, que de momento não me ocorrem, adiante...
Haverá pouco desporto – deixar-se-á, paulatinamente, de gostar de assistir à vitória de uns para desgraça de outros.
O transporte público, estritamente controlado pelos melhores profissionais e por máquinas excepcionalmente aperfeiçoadas, será maciçamente dominante – o tempo em que qualquer um podia pegar num automóvel e com a sua imperícia ou capricho pôr em risco a vida de outros parecerá um absurdo selvático de um passado de pesadelo.
Deixar-se-á de comer quaisquer animais, concretizando assim a ética do visionário Pitágoras, que condenava a crueldade de encher as próprias entranhas com corpos mortos de outros seres vivos; a alimentação europeia será composta ou de vegetais ou de carne feita em laboratório, o que, aliás, já é possível.
E muitas outras amenidades haverá, que de momento não me ocorrem, adiante...
O mais verosímil é que tudo isto só seja possível numa Europa devidamente protegida pelas suas fronteiras, a todos os níveis… a Liberdade, e a Igualdade, são luxos europeus. Norberto Bobbio reparou que a Democracia foi o produto político europeu que mais sucesso teve no Ocidente e menos sucesso teve fora dele. Já Aristóteles fazia notar a diferença entre os «homens do frio» (bárbaros do Norte, Ocidente, Leste, antepassados do grosso dos Europeus dominantes de hoje, entenda-se) e os Gregos, por um lado, e os bárbaros orientais, por outro – o amor pela Liberdade, comum a Setentrionais e Gregos, amor esse que não existiria entre os Orientais e gentes do sul. Mais tarde, César e Tácito descreveram a relativa igualdade em que viviam os Germanos – o primeiro chegou mesmo a dizer que entre as tribos da Germânia nem havia propriedade da terra precisamente para que uns não tivessem mais poder do que outros. Hoje, Noruega (nação germânica) e Arábia Saudita fazem fortuna com o petróleo – mas enquanto a primeira é talvez a sociedade mais igualitária do mundo, a outra é um país de contraste obsceno entre ricos e pobres.
Uma Europa pacífica e livre pressupõe por isso uma Europa de Europeus – no sentido rigoroso e literal do termo, isto é, no sentido étnico.
23 Comments:
«(…) vejo dois futuros prováveis para a Europa: ou isto continuará cada vez mais a ser uma coutada de plutocratas, e, por essa via, a lógica da lei do mais forte capitalista levará inevitavelmente ao domínio chinês (…) ou então a médio prazo vai-se desenvolvendo uma revolução europeia, com a queda dos grandes potentados financeiros e a deslocação do eixo do poder para as mãos do povo»
Acho que estás a ser muito optimista, caro camarada. Há um terceiro futuro que é, quanto a mim, o mais provável de todos: a Europa cai perante o Islão, a “teoria da conspiração” da Eurábia concretiza-se por via da pressão demográfica e da protecção conferida pelo politicamente correcto aos muçulmanos. Nesse cenário, os plutocratas continuarão a mandar, quiçá até com maior facilidade dada a falta de capacidade de pensamento crítico por parte das massas. A coca-cola, por exemplo, já vende mais na Ásia do que na Europa. E a América Latina está prestes a alcançar o velho continente. Os povos “demasiado” civilizados tendem a saber o que é melhor para eles, o que não é do interesse do capitalismo selvagem, que precisa de gente estúpida a quem impingir os seus produtos.
«(...) Retornar-se-á a um caminho genuinamente europeu, o da dignificação e capacitação política do homem comum, do cidadão.»
Para isso era preciso continuar a haver europeus, meu caro! O exemplo dos viquingues é deveras irónico, porque hoje em dia as escolas primárias da Suécia e da Noruega estão completamente irreconhecíveis, pejadas de alógenos “diversos” e “vibrantes”!
«(…) E talvez, num futuro mais longínquo, digamos, a um século daqui, quase todos na Europa sejam funcionários públicos; longe, num passado violento, estarão os dias do capitalismo selvagem, tal como os dos sacrifícios humanos, da Inquisição e da escravatura…»
Mas ó Caturo, para haver funcionários públicos tem de haver quem crie riqueza e pague impostos. Não estarás aqui a cair no mesmo erro dos comunas, que acham que o Estado pode tomar conta de tudo sem nunca explicarem de onde vem a riqueza para o sustentar?
«(…) Hoje, Noruega (nação germânica) e Arábia Saudita fazem fortuna com o petróleo – mas enquanto a primeira é talvez a sociedade mais igualitária do mundo, a outra é um país de contraste obsceno entre ricos e pobres.»
Pois… mas a Noruega também é uma das nações mais iminvadidas do mundo… enquanto a Arábia Saudita é uma das nações mais invasoras do mundo! O problema da igualdade é mesmo esse: só tem sentido entre os membros do povo da Nação! O drama dos países nórdicos é que estenderam a igualdade –que se tornou num autêntico dogma!– aos iminvasores. E apesar de estarem muito bem hoje, no caso da Noruega graças ao petróleo, no caso da Dinamarca, Suécia e Finlândia graças à especificidade da sua organização social e territorial, o mais provável é virem a sofrer muito pela engenharia social operada ao longo das últimas décadas.
«Não temos amo, somos todos iguais.»...
Não tinham amos mas tinham reis e hierarquias. Como também diz o célebre ditado: todos são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.
Hipótese mais realista: logo a Europa (aliás, parte dela) vai abaixo, como já ocorreu várias vezes no passado, não só por causa de muslos e invasores mas também por brigas internas que sempre houveram e haverão. Para voltarmos à idade média pode ser um passo, assim como ocorreu com Roma por causa de invasores ditos "livres e igualitários" vindos da própria Europa. Além de que vários povos africanos e indígenas também são conhecidos por sua "liberdades e igualdades", mas são o que são.
Mas tudo é apenas ciclos, hoje se está bem, amanhã se está melhor e depois vai tudo abaixo, talvez as coisas sejam reconstruídas, e é isto até o dia em que toda humanidade for extinta e nada mais disso importar. Isso sem falar de catástrofes naturais que podem devastar a humanidade(ou mesmo a vida na Terra) antes que o próprio homem o faça.
«Não tinham amos mas tinham reis e hierarquias»
Podiam era tê-los menos do que os outros Povos.
«Acho que estás a ser muito optimista, caro camarada. Há um terceiro futuro que é, quanto a mim, o mais provável de todos: a Europa cai perante o Islão, »
Pois claro... por isso é que eu no fim disse que a Europa das liberdades só se fará cada vez mais se os Europeus continuarem a ser europeus... sem isso, é o caos, nem vale a pena referir.
«Mas ó Caturo, para haver funcionários públicos tem de haver quem crie riqueza e pague impostos. Não estarás aqui a cair no mesmo erro dos comunas, que acham que o Estado pode tomar conta de tudo sem nunca explicarem de onde vem a riqueza para o sustentar?»
Nem tanto. Há empresas públicas que até dão lucro por isso mesmo é que a privatagem lhes quer deitar a mão. De notar por exemplo que o banco português actualmente em melhor estado é precisamente o do Estado - até ver, porque a privatagem não descansará enquanto lhe não ferrar o dente.
Faço também notar que os países da Europa que alcançaram melhores níveis de bem-estar foram aqueles que em Democracia mais funcionários públicos tiveram, a saber, os escandinavos. A conversa que se generalizou contra os funcionários públicos cá pelo burgo foi obra de uma certa direitinha que agora anda contentinha da vida com o saque que vem fazendo ao País, assim é que é bom, dizem eles, pudera.
«O problema da igualdade é mesmo esse: só tem sentido entre os membros do povo da Nação!»
Exacto. Por isso é que o único bom socialismo é o socialismo nacionalista.
«(…) E talvez, num futuro mais longínquo, digamos, a um século daqui, quase todos na Europa sejam funcionários públicos; longe, num passado violento, estarão os dias do capitalismo selvagem, tal como os dos sacrifícios humanos, da Inquisição e da escravatura…»
Isso é que é muito bom, tudo dentro do Estado, como dizia Mussolini. O nosso modelo não devem ser países "capitalistas selvagens" como o sub-desenvovido e disfuncional Japão, mas paraísos proletários onde é tudo funcionário público, como a próspera e igualitária China:
http://www.businessinsider.com/chart-of-the-day-government-sector-employment-2011-11
«(…) vejo dois futuros prováveis para a Europa: ou isto continuará cada vez mais a ser uma coutada de plutocratas, e, por essa via, a lógica da lei do mais forte capitalista levará inevitavelmente ao domínio chinês (…)
Menos mal, ao sermos governados pelos chineses podemos estar sob domínio estrangeiro, mas pelo menos seremos todos funcionários públicos.
isto ha coincidencias, estou a ver agora na sic noticias e o gajo que atropelou 13 pessoas na praia da rocha tem 25 anos e é natural de s tome e principe..
Enfim, é o calor humano.. e nos temos de levar com ele. Podia ter morrido gente.. Parece que só houve 2 feridos graves.
"Faço também notar que os países da Europa que alcançaram melhores níveis de bem-estar foram aqueles que em Democracia mais funcionários públicos tiveram, a saber, os escandinavos."
O caturo, mas nao compares a Escandinavia com Portugal. Os Escandinavos são dos povos com maior produtividade, criação de riqueza do mundo. Criando tantas empresas privadas e cada uma delas com tanta riqueza e ainda por cima sendo menos corruptos, claro que podem ter mais funcionários publicos.
Portugal não. Nós não criamos praticamente riqueza. Limitamo-nos a fazer pequenas pequeninas empresas. Primeiro ninguém as quer fazer e quando as fazem é sempre cafés, lojinhas, restaurantes, nunca fazemos empresas muito complicadas que geram mais receita ou que vendam por todo o mundo. Mesmo quando temos dinheiro não sabemos fazer um plano para aumentar a empresa, expandi-la (quando é para expandir é sempre os países onde a má gestão consegue safar-se com baixos salarios como Brasil, Angola, etc).
Muitos dos ricos portugueses não têm capacidade, inteligencia de fazer empresas e preferem investir em coisas mais fáceis como comprar apartamentos e aluga-los entre outras coisas.
A Dinamarca segundo uma noticia deste blog, gasta 40% da segurança social com 5% da população que sao muçulmanos. Nós ficariamos mais que falidos porque geramos pouca riqueza. A Dinamarca é tao rica, gera tanta riqueza por habitante que claro, não se nota tanto.
«Menos mal, ao sermos governados pelos chineses podemos estar sob domínio estrangeiro, mas pelo menos seremos todos funcionários públicos.»
Pois claro - os melhores exemplos de funcionalismo público generalizado estão precisamente na Europa democrática, mas é mais giro ignorar por completo os exemplos bem sucedidos da Escandinávia, aham cof cof, e ir falar da China e do Mussolini, pois claro, e entretanto dizer que o Japão, com um nível de trabalho diário desumanp para os Europeus, isso assim é que é bom, ide-vos preparando que aquilo como eles fazem é que é preciso fazer...
E nada de ficar a pensar na Noruega, porque a Noruega tem o petróleo e por isso aquilo ali é diferente, porque o sistema do funcionalismo público dá cabo de tudo e e é sempre pior para todos excepto quando não o é de todo: http://blogdotarso.com/2014/04/13/noruega-um-paraiso-com-muito-estado-social-servicos-publicos-e-impostos/
«O caturo, mas nao compares a Escandinavia com Portugal. Os Escandinavos são dos povos com maior produtividade, criação de riqueza do mundo. Criando tantas empresas privadas»
Isso não é argumento, nem de perto nem de longe. Têm proporcionalmente menos empresas privadas que outras partes do mundo. E isso, pelos vistos, não é só por si um antro de incompetência e falta de produtividade e opressão como a China e etc.. Se o sistema escandinavo é menos corrupto, é menos corrupto em tudo, seja privado ou público. Se o país tem muita corrupção, pôr tudo nas mãos dos privados não é de certeza solução para coisa alguma - um país corrupto só com privados é a garantia da desgraça da generalidade da população, porque então aí é que a privatagem cria o maior fosso sócio-económico possível.
«Portugal não. Nós não criamos praticamente riqueza. Limitamo-nos a fazer pequenas pequeninas empresas.»
Pois... e a solução para isso é... dar ainda mais poder a essa malta das empresasitas pequeninas. Como somos pouco empreendedores e pouco eficientes como empresários, a solução para isso é, deixa cá ver... já sei - dar ainda mais papel interventivo aos empresários portugueses, que é para o seu peso de gente pouco empreendedora e pouco eficiente ser ainda maior na sociedade... isso mesmo, é continuar por esse caminho que isso assim é que vai correr bem.
Hospital para negros saqueado peça por peça.
http://mikesmithspoliticalcommentary.blogspot.com.br/2015/07/the-futility-of-helping-blacks-in-sa.html?m=1
"Pois claro - os melhores exemplos de funcionalismo público generalizado estão precisamente na Europa democrática"
Mas os maiores exemplos de funcionalismo público generalizado estão precisamente no terceiro-mundo marxista.
"ignorar por completo os exemplos bem sucedidos da Escandinávia"
Não ignorei, apenas fui buscar o maior exemplo, se bem que nem o exemplo da China se compara àquilo que tu desejas para a Europa porque nem mesmo naquele pardieiro comunista o Estado engole tudo. E menos ainda na Escandinávia, onde a maior parte do emprego é privado.
"e ir falar da China e do Mussolini"
De facto não são exemplos excelentes, pois tanto na China comunista como na Itália fascista havia empresas privadas.
"Japão, com um nível de trabalho diário desumanp para os Europeus"
Como assim? Os japoneses trabalham apenas ligeiramente mais horas do que a maior parte dos europeus:
http://faculty.tamucc.edu/sfriday/wordpress/?p=2651
«Ligeiramente mais horas» é mais horas. E o «ligeiramente» é agora. Desde há anos que isso tem vindo a ser incrementado no Japão, onde o trabalho era há uns anos muito mais duro, a todos os níveis, inclusivamente por causa do código de honra da população.
De resto, eu nunca disse que no futuro não existiriam empresas privadas - disse que a maioria da população poderá estar empregada em empresas privadas, quando a sua mentalidade for já diferente da que é hoje: menos competitiva.
Quanto aos exemplos de funcionalismo público, é curioso que os países da Europa, do mundo até, com melhor nível de vida são também os países com mais funcionalismo público na Europa, tendo até muito mais disso do que países terceiro-mundistas ou perto disso, como a Turquia, o México e o Brasil (e mais até do que a Federação Russa): http://esquerda-republicana.blogspot.pt/2011/09/percentagem-de-funcionarios-publicos-na.html
Como sempre o sr. Caturro sabe tudo , é um sabichão !
"«Ligeiramente mais horas» é mais horas. E o «ligeiramente» é agora. Desde há anos que isso tem vindo a ser incrementado no Japão,"
Se vires o gráfico que eu trouxe verás que é precisamente ao contrário: desde os anos 90 que a carga horária laboral dos japoneses tem vindo a diminuir. Aliás, foi um dos países da OCDE em que ela mais diminuiu, estando hoje quase ao nível dos europeus (na verdade, como se pode ver, há países europeus onde se trabalha mais horas). De facto, hoje, os japoneses trabalham apenas ligeiramente (sem aspas) mais horas que a maior parte dos europeus, estando por isso muito longe do suposto cenário de trabalho diário desumano segundo os padrões ocidentais de que tu falaste.
"De resto, eu nunca disse que no futuro não existiriam empresas privadas - disse que a maioria da população poderá estar empregada em empresas privadas,"
Não é isso que está lá escrito. Disseste apenas que daqui a cem anos o ideal seria sermos quase todos funcionários públicos.
"
quando a sua mentalidade for já diferente da que é hoje: menos competitiva. "
Não há mal nenhum na competição. Pelo contrário, é a competição que permite a criação de riqueza e prosperidade, e é também um dos sintomas de uma sociedade livre (a tal Liberdade europeia, que tu tanto louvas). E a competição não é uma em mentalidade que desapareça por decreto (os marxistas, para os quais é tudo social e económico, é que acham que sim), é uma característica da natureza humana, estando particularmente evidenciada nos países norte-europeus, e dentro destes, particularmente exacerbada nos países anglo-saxónicos - ou seja, nos países mais prósperos e desenvolvidos do mundo. ´
E as evidências não deixam espaço para discussão: países de primeiro-mundo, de matriz europeia, são dos mais competitivos do mundo, países de terceiro-mundo, são pouco competitivos:
https://en.wikipedia.org/wiki/Global_Competitiveness_Report
"Quanto aos exemplos de funcionalismo público, é curioso que os países da Europa, do mundo até, com melhor nível de vida são também os países com mais funcionalismo público na Europa"
Ainda assim, a maior parte dos empregos nesses países não são públicos. E os países com maior funcionalismo público do mundo pertencem ao terceiro-mundo comunista. De notar ainda que, apesar de terem muitos funcionários públicos (coisa que a que eu não me oponho, se é assim que as coisas são, desde que funcionem bem - como no caso desses países), esses países europeus estão no topo dos mais competitivos - como já mostrei - e dos mais economicamente livres do mundo:
http://www.heritage.org/index/ranking
"«Ligeiramente mais horas» é mais horas. E o «ligeiramente» é agora. Desde há anos que isso tem vindo a ser incrementado no Japão,"
«Se vires o gráfico que eu trouxe verás que é precisamente ao contrário:»
Não, foi exactamente isso que eu disse - no Japão trabalhava-se muito mais que no Ocidente, e consumia-se muito menos, até que o Estado resolveu tornar a população mais consumista e menos agarrada ao batente. O «isso incrementado» a que me referi foi precisamente isto, esta ocidentalização dos hábitos laborais. Por esse motivo é que eu disse, a seguir, isto: «Desde há anos que isso tem vindo a ser incrementado no Japão, onde o trabalho era há uns anos muito mais duro,».
"De resto, eu nunca disse que no futuro não existiriam empresas privadas - disse que a maioria da população poderá estar empregada em empresas privadas,"
Não é isso que está lá escrito.»
É sim, como tu próprio dizes a seguir: «Disseste apenas que daqui a cem anos o ideal seria sermos quase todos funcionários públicos.»
Ora «quase» todos é «a maioria».
«Não há mal nenhum na competição»
Pode haver se levar ao esmagamento de uns por outros, aí há mal de certeza. E o que se constata na História da Humanidade (pelo menos na ocidental) é um lento progresso no sentido da igualdade, em que cada vez menos se quer oprimir outros e até se começa a ter uma sensibilidade para se achar que tal acto tem mau aspecto.
«Pelo contrário, é a competição que permite a criação de riqueza e prosperidade,»
Não é a competição em si que permite a criação de riqueza e prosperidade. Competição é o que não falta em África, a todo o momento, levando a banhos de sangue sucessivos. O que permite a criação de riqueza e prosperidade é a racional colaboração entre as pessoas, com sentido de responsabilidade e auto-controlo.
«e é também um dos sintomas de uma sociedade livre (a tal Liberdade europeia,»
É um «sintoma» de toda e qualquer sociedade humana, sobretudo das mais violentas.
«E a competição não é uma em mentalidade que desapareça por decreto»
Claro que não, por isso é que eu disse que se tratará eventualmente de uma evolução, lenta, gradual, ao longo de décadas. Aliás, disse que este tipo de coisas poderá concretizar-se a um século daqui - cem anos. Falei aliás da questão do desporto, que possivelmente tornar-se-á menos importante do que é hoje, do mesmo modo que hoje em dia a Europa tem muito menos guerras do que há quinhentos anos, e os portugueses da sociedade portuguesa actual até são menos violentas do que as dos anos setenta...
«estando particularmente evidenciada nos países norte-europeus,»
Isso não sei. Sei é que na Suécia, na Noruega e na Dinamarca até há, popularmente, uma tendência para deitar abaixo quem quer que actue como se fosse mais do que os outros. É a chamada Lei de Jante: «is the idea that there is a pattern of group behaviour towards individuals within Scandinavian communities that negatively portrays and criticises individual success and achievement as unworthy and inappropriate.» (...)
«Sandemose wrote about the working class in the town of Jante, a group of people of the same social position. He expressly stated in later books that the social norms of Jante were universal and not intended to depict any particular town or country. It should be understood that Sandemose was seeking to formulate and describe attitudes that had already been part of the Danish and Norwegian psyche for centuries.»
https://en.wikipedia.org/wiki/Law_of_Jante
«E as evidências não deixam espaço para discussão: países de primeiro-mundo, de matriz europeia, são dos mais competitivos do mundo,»
Alto... são das economias mais eficientes e produtivas, ou seja, mais competitivas. As economias é que são mais competitivas. Não são as pessoas em si que se mostram mais competitivas que as do terceiro-mundo.
"Quanto aos exemplos de funcionalismo público, é curioso que os países da Europa, do mundo até, com melhor nível de vida são também os países com mais funcionalismo público na Europa"
«Ainda assim, a maior parte dos empregos nesses países não são públicos»
Pois. Mas são os países em que se vive melhor e, curiosamente, são os que têm mais gente no funcionalismo público. Equacionar funcionalismo público com inoperância é por isso mesmo logicamente impossível.
«E os países com maior funcionalismo público do mundo pertencem ao terceiro-mundo comunista»
Pois... mas é por serem do terceiro-mundo... ou é por serem comunistas?
«De notar ainda que, apesar de terem muitos funcionários públicos (coisa que a que eu não me oponho, se é assim que as coisas são, desde que funcionem bem - como no caso desses países), esses países europeus estão no topo dos mais competitivos - como já mostrei - e dos mais economicamente livres do mundo»
Ou seja, mais funcionalismo público não é igual a menos competitividade económica ou menos eficiência de qualquer espécie.
"Pode haver se levar ao esmagamento de uns por outros, aí há mal de certeza"
Mas só por si a competição não tem mal nenhum. Se há esmagamento de uns por outros, isso já cai fora do âmbito da competição e entra no âmbito da ética. Se assim não fosse as economias altamente competitivas do norte e centro da Europa seriam as que mais esmagamento provocariam.
" As economias é que são mais competitivas."
São as pessoas que fazem a economia. E como tal pessoas competitivas fazem economias competitivas.
Não necessariamente. As pessoas podem não ser especialmente adeptas da competição mas, ao trabalharem bem em conjunto, criar uma economia capaz de suplantar outras. Parece ser esse o caso dos Escandinavos.
Quanto ao esmagamento de uns por outros, inclui por exemplo o alargamento do fosso sócio-económico a que se assiste no mundo ocidental. E as economias que provocam menos esmagamento são aquelas no seio das quais actua um vector, formalmente político ou mais provavelmente naturalmente popular, que contraria esse esmagamento, como é o caso na Noruega e na Islândia.
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