SOBRE QUEM SE INDIGNA CONTRA UM PROFESSOR UNIVERSITÁRIO RACISTA
Agradecimentos a quem aqui trouxe estas páginas:
- http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/sociedade/detalhe/professor_racista_alvo_de_investigacao.html
- http://www.ionline.pt/artigo/389657/pedro-cosme-vieira-o-blogger-racista-que-nao-se-incomoda-com-as-criticas?seccao=Portugal_i
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Abjecto, imoral, ignorante. Pedro Cosme Vieira é o alvo. Tractor, contentor de betume, racista (os epítetos chegam a ser criativos mas, este último, o professor universitário até encaixa). Esta semana entrou directamente para os primeiros lugares da lista de personalidades contra as quais o povo destila o seu ódio. E nem foi por iniciativa própria. Bastou uma referência ao seu nome por parte do deputado Duarte Marques (PSD), num artigo de opinião, e, a seguir, a resposta de Francisco Louçã com o “cadastro” de Cosme Vieira. O mundo ficava a conhecer quem é e o que pensa o professor da Faculdade de Economia do Porto.
Os qualificativos passam-lhe ao lado. “Não me incomodam nada porque, de facto, essa adjectivações não são sobre mim enquanto pessoa, mas apenas enquanto personagem de um mundo virtual. Quando eu vou à farmácia, ao supermercado, ao café, ou caminhar à beira mar, nesses mundos não existe qualquer ligação com a minha personagem enquanto bloguista”, refere, em declarações ao i. Pedro_Cosme Vieira é, antes do mais, um homem pragmático – há quem prefira outros termos, mas isso já ficou claro. “Para aumentar o número de contribuintes [em Portugal], é preciso desviar os barcos com pretalhada que atravessam o Mediterrâneo para o Algarve.” Ou então esta: “Para diminuir o número de pensionistas, é preciso matá-las.” (sic)
Foram ideias expressas neste registo e publicadas no blogue de Pedro Cosme Vieira (“Económico-financeiro”) que chamaram a atenção de Louçã. O professor universitário estava preparado para o ataque, há muito que o esperava. “Mostrando eu no meu blog com números e factos que o denominado outro caminho’ anunciado pelos pensadores de esquerda é um embuste, uma história para adormecer criancinhas, sem qualquer viabilidade prática, não lhes sobraria mais do que atacar o meu carácter.” Quando recorreu ao termo “pretalhada” para se referir aos cidadãos africanos que atravessam o mar Mediterrâneo para fugir à morte certa nos países de origem, limitou-se a dar o mote para que o veio a acontecer na última semana.
Mera “estratégia” de comunicação, assume o professor universitário. “Não interessa chamar a um pobre ‘Ex.mo Sr. Pobre e Desgraçado’ para, depois, o mandar embora sem esmola.” A dada altura, defendeu o abate a tiro, um a um, dos migrantes que, por acaso, conseguissem sobreviver ao plano A: abalroar as suas embarcações de borracha com os barcos das autoridades marítimas europeias. Noutra passagem, também já se referiu a uns como “alienígenas que chegaram de barco” à Europa e a outros como os “milhares de amarelados” que procuram a paz europeia vindos do Paquistão e do Afeganistão.
Em qualquer dos momentos, diz Pedro_Cosme Vieira, tentava apenas destacar-se – era “uma forma de gritar no meio da multidão dos blogs”. Era, ao mesmo tempo, um “grito de indignação”, uma convocatória para a passagem à prática ou, pelo menos, para que quem se refere à situação daquelas pessoas apresentasse uma “solução minimamente credível” para os milhões que “levam vidas de extrema miséria”. Os fins justificam os meios?
O professor universitário é uma personagem singular. Com os seus “gritos” opinativos, conseguiu entrar na efémera onda mediática. Ao mesmo tempo, assume-se como um excluído social. Telemóveis, não usa. “Telefonar, receber telefonemas ou cartas e falar com pessoas causa-me mal estar.” (sic) Sensação complicada de gerir para quem passou os últimos 20 anos a dar aulas na universidade.
Ainda que na terra natal, o_Porto, a imagem que os conterrâneos têm dele seja ligeiramente diferente. “Na aldeia onde vivi desde que me lembro até ir estudar para a universidade, não sabem que eu sou professor universitário, pensam que eu não tenho emprego e que vivo à custa da reforma da minha mãe.”
A aversão ao contacto social é também uma espécie de fobia estranha de compreender depois de, já este ano, ter concorrido à direcção do Conselho Pedagógica da Faculdade de Economia (o resultado não foi bom: zero votos). “Deve ser uma doença qualquer”, arrisca. Afinal, Pedro_Cosme Vieira é apenas um liberal que, aos 49 anos, já votou no CDS, no PSD e no PS. A internet é o seu palco.
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O texto do Correio da Manhã termina com uma referência à lei que manda prender quem exprima opiniões racistas:
«Segundo o Código Penal, difamar ou injuriar pessoas por causa da sua raça ou cor de pele é punível com pena de prisão até cinco anos.»
Um detalhe jurídico que envergonharia os anti-racistas do sistema que vituperam o «tempo em que não se podia falar!» mas acham bem que alguém seja preso por expressar opiniões ideologicamente criminalizadas... Mas isso era só se tal cambada antirra tivesse vergonha na cara e absolutamente nada no seu procedimento o indica, antes pelo contrário.
Um detalhe jurídico que envergonharia os anti-racistas do sistema que vituperam o «tempo em que não se podia falar!» mas acham bem que alguém seja preso por expressar opiniões ideologicamente criminalizadas... Mas isso era só se tal cambada antirra tivesse vergonha na cara e absolutamente nada no seu procedimento o indica, antes pelo contrário.
Quanto à notícia redigida no I, reproduzida acima, salienta-se, em grande plano, logo à cabeça do artigo, uma imagem dos refugiados nas embarcações que chegam pelo Mediterrâneo, «se calhar» para enternecer o público leitor e fomentar o ódio contra o professor racista, fomento esse que eventualmente seria desejado pelo jornalista que escreve a coisa, quando depois diz, no primeiro parágrafo, que este docente universitário «entrou directamente para os primeiros lugares da lista de personalidades contra as quais o povo destila o seu ódio.» Ai o povo odeia o prof. Cosme, porque sim, porque o povo odeia racistas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!, ou se não odeia, enfim, cof cof, devia odiar... Quem escreve o artigo ainda nem apresentou nenhuma sondagem para saber o quanto é que o povo odeia o racista Cosme, mas não interessa, isso as sondagens talvez se arranjem depois...
Pelo menos 99.9% da população portuguesa nunca deve ter ouvido falar no prof. Cosme racista, mas o jornalista já garante que o prof. Cosme racista é das figuras mais odiadas em Portugal, quiçá por cima de José Sócrates, de Passos Coelho, de Cavaco Silva ou do Bicho Papão... Assim de repente parece que está a pedir pelamordedeus que as pessoas odeiem o racista!!!, mas dando por adquirido que esse imenso ódio já existe, que é uma maneira sonsa de incitar ao ódio sem ser acusado de o fazer, que isso da incitação ao ódio só é proibida se for feita por racistas brancos contra gente doutras raças...
6 Comments:
AGORA CURIOSO QUE NENHUMA DAS POLEMICAS ENVOLVA JUDEUS HEHE..OUTRO PONTO É MATAR VELHOS PRA DIMINUIR DESPESAS A NIVEL INTRA-TRIBAL; ISSO JÁ É QUASE TRAIÇÃO INTERNA CONTRA O PROPRIO POVO E ANCESTRAIS
caso semelhante,desta vez no Brasil:
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/universidade-de-federal-do-es-afasta-professor-acusado-de-racismo-por-estudantes-14467318
Quem se indigna são os da turma do Chico Ganzas, também conhecido por Francisco Louçã, que aqui neste mesmo blogue já vi ser louvada a sua abundante inteligência.
Je suis Pedro Cosme Vieira.
Entretanto, continuam a entrar ilegalmente no país também por via dos "futebóis".
http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/detalhe/sef_identifica_mais_de_mil_futebolistas_estrangeiros_ilegais.html
« que aqui neste mesmo blogue já vi ser louvada a sua abundante inteligência»
Pois tu ver vês, mas perceber nunca é contigo.
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