PARTIDO DOS DEMOCRATAS SUECOS JÁ PROPÕE UMA RESERVA ÉTNICA SUECA...

Fonte: http://www.thelocal.se/44318/20121108/

Na Suécia, o partido dos Democratas Suecos (SD - Sverige Demokraterna) pediu ao primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt que se estabelecesse uma «reserva» da cultura e da tradição sueca, sugerindo que tal bastião identitário se venha a criar no condado de Jämtland, na região setentrional do País.

O pedido foi endereçado em carta aberta por Marie Stensby, representante do SD em Krokom, Jämtland - «estabeleça-se uma "reserva sueca" onde possamos continuar a seguir as nossas tradições e a nossa cultura sueca».

A missiva começa com um sumário do que tem acontecido de mal no país por via da imigração, que ameaça mergulhar a Suécia numa «abismo negro» de «indescritível caos».

Diz também: «nos meus momentos mais deprimentes, imagino se o senhor (Reinfeldt)... consideraria adoptar um antigo modelo americano. Para nós suecos que querem continuar a ser simplesmente isso, suecos.»

Jämtland tem um historial de difícil integração no reino sueco; fora anteriormente parte da Noruega. Os seus habitantes, os «Jämts», foram o último povo de um território adquirido a tornarem-se cidadãos suecos, o que aconteceu em 1699. Existe aí um movimento independentista desde os anos sessenta do século XX e o principal evento cultural do Verão - o festival de música Storsjöyran - é tradicionalmente realizado pela «República de Jämtland». O festival começa usualmente com um discurso do presidente do movimento, que é actualmente Ewert Ljusberg, que satiriza os «grão-suecos» e o seu governo de Estocolmo.

O movimento costuma ser ridicularizado e a própria Marie Stensby explicou mais tarde que o seu pedido de uma reserva sueca não deveria ser tomado demasiado a sério: «aprendi que da próxima vez que eu quiser levar a uma piada ao extremo, devo escrever (ah ah ah) entre parêntesis (...)».

Felizmente que a proposta da militante nacionalista é para ser levada em sentido figurado... o que Marie Stensby está a dizer é «vê lá se é preciso pôres-nos numa reserva para ficarmos em paz, ao menos isso...»

E digo felizmente porque a ideia, ainda que ingenuamente boa, estabeleceria um precedente perigoso - efectivamente, é ainda demasiado cedo para que os Nacionalistas comecem a «retirar», a recuar em sua própria casa, isto é, no seu próprio País. Não é só Jämtland que pertence aos Suecos, é toda a Suécia - e em toda a Suécia, área marítima incluída, tal como em todo espaço da Noruega, da Dinamarca, da Rússia, da Grécia, de Portugal, é a cultura indígena que deve estar indiscutivelmente acima de todas as outras, a todo e cada momento.