segunda-feira, janeiro 24, 2011

SOBRE OS RESULTADOS ELEITORAIS DAS PRESIDENCIAIS DE 2011

Uma retumbante vitória da abstenção é o que se verifica neste acto eleitoral - trata-se da maior abstenção de sempre em eleições presidenciais do regime abrilino, testemunho de que a população cada vez dá menos valor à Política e, também, que o fosso entre a elite reinante e o povo aumenta a olhos vistos.

Outro indicador desta diferença ideológico-social entre a elite e o povo é o notório triunfo do candidato Aníbal Cavaco Silva - como ainda há pouco Marcelo Rebelo de Sousa observou, comentando os resultados na RTP1, Cavaco Silva é o mais popular dos políticos de Direita em Portugal, e o único presidente da República que não veio nem da classe alta nem da classe média; um político que faz questão de dizer que «veio de baixo», do povo, e que, sintomaticamente, era (e ainda é, mas menos) continuamente ridicularizado pela elite política e mediática devido à sua alegada falta de maneiras e de etiqueta, e de educação, e de, digamos, «pergaminhos», «nivel».
Que não haja mal-entendidos - em termos propriamente ideológicos, Cavaco Silva é um representante da elite reinante, pelo seu mundialismo em versão liberal. É, por exemplo, um dos grandes responsáveis (enfim, se não fosse ele era outro qualquer) pela avalanche migratória terceiro-mundista que entrou no País.
É pois da elite - mas em menor grau do que os seus pares. Está genericamente mais perto do povo do que os seus rivais. O seu inegável sucesso - em seis embates políticos, cinco vitórias, e vitórias significativas - constitui por conseguinte mais um indicador da distância entre a elite e o povo.

Quanto à descoberta de um documento que indicaria a colaboração de Cavaco com o Estado Novo, pelos vistos não alterou nada nem serviu para levantar a «indignação» do povo contra um suspeito de «pactuar» com o Fascismo... porque, de facto, o bicho-papão «fascista» não mete realmente medo à população, embora pareça causar um verdadeiro susto histérico no seio da elite.

14 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O Cavaco é originário da pequena burguesia rural e não do povo.
Um facto a assinalar nestas eleições foi o bom resultado do candidato José Manuel Coelho, que, praticamente sem meios financeiros, não tendo sido convidado para os debates televisivos e, sem hipocrisias, assumindo-se publicamente como sendo ainda ideologicamente bastante comunista (é um ex militante do PCP) obteve ainda assim 4.5% dos votos.
Sabe chamar a atenção e apresentar-se como anti sistema, o que esteve na base do sucesso alcançado.
Aqui na noticia do CM dizem que o Coelho era o candidato do PNR nestas eleições....coitado do homem, que grande enxovalho que o CM lhe fez.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/eleitores-de-lisboa-reelegem-cavaco-silva

E o que é facto é que o Coelho tirou ao PNR o exclusivo da luta "anti sistema" nestas eleições. E isto é só o inicio. Em futuras eleições outros candidatos surgirão a disputar os votos do "anti sistema"....o PNR que se cuide porque a concorrencia vai aumentar.

24 de janeiro de 2011 às 00:56:00 WET  
Blogger Caturo said...

Dizes tu que ele é da «pequena bureguesia rural», Marcelo Rebelo de Sousa diz que ele é do povo - e o que é facto é que, socialmente, esteve sempre mais abaixo do que os seus pares.

http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/marcelo-rebelo-de-sousa-diz-que-cavaco-ganhou-porque-e-do-povo-povo_1476747


Quanto ao facto de o candidato Coelho se reclamar «anti-sistema», não é novidade nenhuma, sempre houve gente na Esquerda com análoogas pretensões. O que sucede é que, ao çlongo das décadas, quem demonstra ser realmente anti-sistema é a Direita Nacionalista. Foi e está a ser assim lá fora, e não há motivo nenhum para que não venha a ser assim em Portugal.

24 de janeiro de 2011 às 02:25:00 WET  
Blogger Caturo said...

E, em Portugal, só há um partido nacionalista: o PNR.

24 de janeiro de 2011 às 02:31:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Existe o PNR, com o sucesso que se vê. Nem uma miseravel recolha de assinaturas para concorrerem ás eleições presidenciais conseguiram organizar.

24 de janeiro de 2011 às 02:37:00 WET  
Blogger Caturo said...

Sim, com o sucesso que se vê: por várias vezes o PNR duplicou os votos e desta vez esteve bastante próximo de conseguir recolher as sete mil e tal assinaturas. Ora isto para um partido que já anda há anos a ser declarado como «morto» por parte da súcia com dor cotovelar, e da minho-timoragem mais infecta, é, no mínimo, obra...

24 de janeiro de 2011 às 03:25:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

que interessa de que "classe social" veio o Cavaco??
é igual ou pior do que os outros, em tudo - incluindo no tema multiculturalismo.

a suposta "origem humilde" do sujeito, vem atenuar alguma coisa??
desculpabiliza-o??

24 de janeiro de 2011 às 04:20:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

o José Manuel Coelho é um palhaço, tem pinta de maçon "revolucionario" esquerdista. ridiculo.

quanto ao "fascismo", a mim mete-me medo...pelo minho-timorismo, pelo beatismo cristão, pelo fanatismo, pela falta de liberdade, integralismo, asfixia e outras coisas mais.
claro que o comunismo é 100 vezes pior, não esta em causa.

convem distinguir fascismo de nacionalismo decente digno desse nome.

24 de janeiro de 2011 às 04:28:00 WET  
Blogger Anti-ex-ariano said...

«E o que é facto é que o Coelho tirou ao PNR o exclusivo da luta "anti sistema" nestas eleições. E isto é só o inicio. Em futuras eleições outros candidatos surgirão a disputar os votos do "anti sistema"....o PNR que se cuide porque a concorrencia vai aumentar.»

Não é facto coisa nenhuma, não há qualquer indicador em concreto que permita corroborar essa afirmação.

A votação no JMC parece ter sido (a avaliar pelos resultados obtidos na Madeira) apenas uma forma de protesto contra a perpetuação do poder por parte de Alberto João Jardim. Querer traçar uma relação entre os resultados obtidos por JMC e o discurso "anti-sistema" é de um exagero e uma de boa vontade que roçam o absurdo.

Além do mais, desde quando é que o PNR detinha o exclusivo da luta "anti-sistema"? Os comunas, os bloquistas e outros partidos de extrema-esquerda sempre reclamaram ser "anti-sistema" por nunca terem sido governantes. Não foi por isso que o PCTP/MRPP ou os nabos do POUS conseguiram votações expressivas.

Isso do "anti-sistema" é mais um chavão do que outra coisa qualquer. Mais pessoas têm optado por abster-se ou por votar nulo do que em qualquer dos supostos candidatos "anti-sistema". O discurso “anti-sistema” é (ou, pelo menos, deveria ser) apenas uma componente entre muitas outras no discurso político dos partidos. Até porque os portugueses não são tão burros quanto muita boa gente os quer fazer e não votam em alguém que apenas subscreve a lógica do “bota abaixo”. É preciso apresentar medidas e alternativas concretas para conquistar o eleitorado.

24 de janeiro de 2011 às 11:35:00 WET  
Blogger Anti-ex-ariano said...

«Existe o PNR, com o sucesso que se vê. Nem uma miseravel recolha de assinaturas para concorrerem ás eleições presidenciais conseguiram organizar.»

O que muito se deve à capacidade que os partidos do sistema têm para impor um clima de verdadeiro terror nas pessoas que votam no PNR. Os números não mentem: nas europeias de 2009, o PNR teve 13039 e nas legislativas do mesmo ano, 11628 votos. Se o PNR não consegue reunir 7500 assinaturas tendo tido muitos mais votos em actos eleitorais recentes, é porque os seus eleitores têm os seus motivos para não quererem dar a cara.

Ou seja, o eleitorado está lá, mas simplesmente não está disposto a ceder os seus dados pessoais para efeitos da recolha de assinaturas às presidenciais, que seriam apenas 7500.

A pergunta que certas pessoas que se dizem democratas teimam em não responder é simples: porque é que há tantas pessoas que votam no PNR a coberto do anonimato mas que têm reservas a apoiar o PNR quando têm de fornecer os seus dados a entidades fora da esfera privada?

Essa é a pergunta à qual o sistema não quer que ninguém responda. E ser capaz de responder a essa pergunta – e agir em conformidade – é que é ser verdadeiramente “anti-sistema”.

24 de janeiro de 2011 às 11:47:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

quanto ao "fascismo", a mim mete-me medo...pelo minho-timorismo, pelo beatismo cristão, pelo fanatismo, pela falta de liberdade, integralismo, asfixia e outras coisas mais.
claro que o comunismo é 100 vezes pior, não esta em causa.

convem distinguir fascismo de nacionalismo decente digno desse nome.
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O fascismo enquanto sistema e em doutrina é e sempre foi nacionalista, pelo menos em todos os países europeus em que esteve implantado.
O fascismo teve de cristão em Portugal e Espanha mas na Itália onde ele nasceu até era adverso ao mesmo, não é que isto muito interesse, mas é importante saberem das coisas.
1 milhão de vezes que tivesse trunfado o fascismo e o nacional socialismo na II Guerra Mundial á vitória comunista, judaico-maçónia dos EUA, Urss e UK controlado.

24 de janeiro de 2011 às 21:16:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Notei um sinal vermelho com esta eleicção, a elite ainda se irritará muito.

25 de janeiro de 2011 às 00:11:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"1 milhão de vezes que tivesse trunfado o fascismo e o nacional socialismo na II Guerra Mundial á vitória comunista, judaico-maçónia dos EUA, Urss e UK controlado."


de acordo. mas fascismo é fascismo e nacional-socialismo é nacional-socialismo. não estão no mesmo saco, por muito aliados que tenham sido.
e não concordo que o fascismo seja nacionalista, muito menos em todos os paises em que esteve implantado - como pode o fascismo espanhol ter sido "nacionalista", por exemplo, se sufocou várias naçoes ibéricas???
isso é uma impossibilidade.

mas, claro, o conceito de "nação" varia do fascismo para o NS. para o fascismo, "nação" é apenas um Estado.

25 de janeiro de 2011 às 18:26:00 WET  
Blogger Titan said...

"O fascismo enquanto sistema e em doutrina é e sempre foi nacionalista, pelo menos em todos os países europeus em que esteve implantado."

Pois em Portugal não foi, com a doutrina minho-timorista.

26 de janeiro de 2011 às 23:38:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Pois em Portugal não foi, com a doutrina minho-timorista."


ele está farto de saber isso e muito mais, só não quer dar o braço a torcer, porque para ele o Salazar é um idolo.
nada a fazer...

26 de janeiro de 2011 às 23:46:00 WET  

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