sexta-feira, dezembro 17, 2010

IO SATURNÁLIA!

O Natal genuíno tem origem na grande cerimónia da Saturnália, uma das celebrações mais festivas e desinibidas da Romanidade, que marcava o aniversário da dedicação do templo de SATURNO.
Durava sete dias e incluía o Solstício de Inverno.
Quem a preside é SATURNO, o Deus da semente e da semeadura (e, por extensão, do semen), derivando o Seu nome, provavelmente, de «Satus» («brotado de» ou «semeado»). A Sua celebração ocorria no final da última semeadura do ano.
A Sua esposa é OPS, o recurso alimentar do qual os Romanos usufruíam após a colheita do Verão. A Opália tem lugar a 19 de Dezembro.
Diz a Wikipédia que, passo a citar,
Na época romana, acreditava-se que tais Divindades, saídas das profundezas do solo, vagassem em cortejo por todo o período invernal, isto é, quando a terra repousava e era inculta por causa das condições atomosféricas. Deviam então ser aplacadas com a oferta de presentes e de festas em Sua honra e, além disso, induzidas a retornar ao outro mundo, onde teriam favorecido as colheitas da estação estiva. Tratava-se, em suma, de uma espécie de longo "desfile de carnaval".

O templo de SATURNO continha a estátua do Deus, recoberta de óleo, o que constituiria eventualmente uma técnica de preservação; estava além disso envolvida em laços de lã, que eram desfeitos no dia do Seu festival.

Macróbio diz que isto simboliza a semente que tinha estado nas entranhas e que brota no décimo mês, que era Dezembro, como o próprio nome do mês indica, isto no antigo calendário, no qual o primeiro mês do ano era Março. («Saturnália», 1.8.5).
O templo de SATURNO também continha o tesouro do Estado («Aerarium Saturni»).

A SATURNÁLIA, o «melhor dos dias» (optimus dierum, de acordo com Catulo, em «Carmina» 14:15) era iniciada neste templo com um grande sacrifício, no qual os senadores e os cavaleiros usavam as togas. Os sacrifícios a SATURNO eram realizados «Graeco Ritu», isto é, de acordo com o Rito Grego, ou seja, com a cabeça descoberta («capite aperto»), segundo o que diz Plutarco em «Questões Romanas» (11). Tal facto pode derivar da identificação de SATURNO com o grego CRONOS, Rei da Idade do Ouro, que é um aspecto de SATURNO especialmente importante durante a SATURNÁLIA, por motivo óbvio, como a seguir se verá.
A seguir ao sacrifício, realizava-se um banquete («convivium publicum», ou «convivium dissolutum»), ao qual toda a gente podia ir e que parece ter sido estabelecido em 217 b.c. ou 433 a.u.c. (segundo Macróbio, «Saturnália», 1.10.18; e também segundo Tito Lívio, «Ab Urbe Condita», ou «Desde a Fundação da Cidade», 22.1.19).
Lívio diz que se realiza nesta ocasião um «lectisternium», ou seja, um banquete oferecido aos Deuses em certas cerimónias solenes ou em sinal de reconhecimento, em que as estátuas dos Deuses são colocadas em leitos junto das mesas.

Neste dia, usavam-se roupas menos formais («synthesis») e capas leves («pilei»); as pessoas enchiam as ruas gritando «Io Saturnalia!».
A alegria reinava; encerravam-se lojas, tribunais, escolas, e os aedis permitiam a jogatina em público.
Nas casas com servos, os donos tratavam-nos como iguais. No seio da família, juntamente com os escravos, escolhia-se um rei momo, ou «Saturnalicius Princeps», que usava máscara e trajava de vermelho (a cor dos Deuses), o que não deixa de fazer lembrar o actual Pai Natal. Na verdade, esta igualdade, e por vezes inversão social (escravos a serem servidos por senhores) seria mais simbólica e religiosa do que propriamente social e real, pois que na maior parte dos casos eram os escravos que preparavam o banquete e, por detrás da desordem festiva, permanecia a sólida ordem romana.
Ofereciam-se presentes, tais como pequenos objectos de cerâmica, incluindo bonecas de cerâmica («sigillaria») às crianças (especialmente nos sextos e sétimos dias). Aos amigos, davam-se velas de cera («cerei»). Catão (em «De Agricultura», 57), recomendava que se concedesse aos subordinados uma ração adicional de 3+1/2 de vinho («vinum familiae»).

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

vc acha que os romanos plagiaram os deuses gregos ou fizeram um sincretismo, tipo como outros povos aryas tinham deuses com propriedades parecidas apesar de nomes divergentes, a exemplo de odin e zeus por exemplo..?

17 de dezembro de 2010 às 11:41:00 WET  
Blogger Caturo said...

O Panteão romano original é diferente do Panteão grego. Sucede que, devido à influência cultural helénica sobre Roma, esta acabou por de certo modo helenizar os seus Deuses no que à estética diz respeito, e também no campo das concepções teológicas, não tanto a respeito do essencial, que é o ritual.

Independente e anteriormente a isso, Roma tem em comum com a Grécia, e com outros povos, um fundo indo-europeu.

17 de dezembro de 2010 às 16:21:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

O Panteão romano original é diferente do Panteão grego. Sucede que, devido à influência cultural helénica sobre Roma, esta acabou por de certo modo helenizar os seus Deuses no que à estética diz respeito, e também no campo das concepções teológicas, não tanto a respeito do essencial, que é o ritual.

Independente e anteriormente a isso, Roma tem em comum com a Grécia, e com outros povos, um fundo indo-europeu.

legal, seria bom um topico sobre os deuses romanos pre-influencias helenicas pra gente ver ate que ponto eles foram influenciados pelos gregos neste aspecto..

17 de dezembro de 2010 às 17:09:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

possivelmente os etruscos devem ter influenciado algo no credo deles..como povo med nostraticoide pre-aryah..

17 de dezembro de 2010 às 17:10:00 WET  
Blogger betoquintas said...

IO SATURNALIA!

18 de dezembro de 2010 às 15:38:00 WET  

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