quarta-feira, junho 18, 2008

TOURADA PERDE APOIO DE VÁRIOS PATROCINADORES

Seis grandes empresas desvincularam-se de eventos tauromáquicos que tinham apoiado antes da polémica judicial sobre a emissão de touradas na televisão antes das 22h30 e da intensificação recente dos protestos anti-tourada.
Primeiro, foi a gelataria internacional Ben and Jerry’s, que ao saber que as festas académicas, que apoiava, incluíam uma garraiada, decidiu afastar-se do evento, relata a associação de defesa dos animais, Animal.
No mesmo dia, também a Caixa Geral de Depósitos se afastou do patrocínio dessa garraiada que acabou por ir para a frente à mesma, mas sem patrocinadores, denuncia também a Animal em comunicado.
Já em Maio, a Super Bock terá mandado recolher materiais promocionais que associavam a marca a uma tourada marcada para 10 de Maio em Moura. Segundo o comunicado da empresa, «a associação ou apoio a este tipo de eventos não faz parte da estratégia de comunicação de Super Bock ou de qualquer marca da Unicer».
A Kodak, a cadeia de hotéis Marriott e a marca de roupas sueca Melka também acabaram por se desvincular de eventos tauromáquicos que inicialmente tinham apoiado.
«A mensagem que queremos passar a estas e a todas as outras empresas é que apoiar a tortura de animais, como acontece com a tourada, além de eticamente inaceitável, é também uma opção ruinosa, em termos publicitários, promocionais e comerciais» , salienta Rita Silva, vice-presidente da Animal. «Por todo o mundo e certamente em Portugal, os consumidores estão cada vez mais conscientes, mais informados, mais preocupados e mais activos».


Viva pois a Caixa Geral de Depósitos, a Ben and Jerry’s, a Kodak, a Marriott, a Super Bock, a Unicer e a Melka... e viva também quem ao longo dos anos trabalhou a campanha anti-tourada. É uma questão de decência.

13 Comments:

Blogger Silvério said...

Vamos a ver se, passada esta fase, se consegue salvar a festa do touro, com a dignificação que ela traz a este animal, mas sem a parte da tortura. É que se forem para acabar cortados ás postas no matadouro e vendidos embalados em prateleiras dos supermercados, depois de terem tido uma vida de reclusão nas fabricas de carne, acaba por não se ganhar grande coisa. Contudo a abolição da tortura, seja ela qual for, é sempre positiva.

18 de junho de 2008 às 21:50:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Caro Caturo,

Como a liberdade de expressão acaba, na casa de Daniel Oliveira, quando as berloquices que por lá se pespegam não são subscritas sem restrições, deixo aqui um comentário que ele não publicou.

JV, por mim mandamos todos embora com a condições dos emigrantes portugueses nos serem devolvidos. Como para si imigrantes e descendentes de imigrantes é a mesma coisa, são cinco milhões. Vai ser uma enchente. É da maneira que o interior fica finalmente apinhado.

Budapeste, Praga, e outras capitais de Estados substancialmente mais pequenos do que Portugal têm dois milhões de habitantes e até mais. E são uma única cidade. Pelo que não seria essa a razão de uma qualquer avalanche demográfica, como já salientou, e bem, o leitor Caturo.

Portugueses terem discurso anti-imigrantes é a prova que a irracionalidade não tem limites.

E porquê? Porque temos emigrantes? Mas isso é porque determinados Estados acharam que precisavam de mão-de-obra estrangeira, e decidiram aceitar a proveniente de Portugal. Por cá, não temos razão nenhuma para aceitar isso: ou é do nosso interesse receber imigrantes, ou isso não prejudica a população nacional, ou então não o fazemos. A asserção segundo a qual «se Portugal tem emigrantes logo tem de aceitar os emigrantes» não tem o mais pequeno sentido - os Estados aceitam ou não a entrada de estrangeiros consoante isso é ou deixa de ser útil para as suas políticas. O contrário é ter uma visão ideológica sobre a imigração: ora, parafraseando Disraeli, os Estados não têm ideologias, têm interesses.

Desculpe colocar o comentário aqui, mas, como disse, o lápis azul do grande democrata bloquento censurou o que lá escrevi. E apesar de não concordar totalmente com aquilo que disse - a divergência, de resto, só faz bem - permita-me que o felicite pelo bom trabalho que tem desenvolvido.

JV

18 de junho de 2008 às 22:00:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

só não acabam é com certos bois carecas... ups!

18 de junho de 2008 às 22:20:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

uiiii!
que tanta sensibilidade que estes senhores têm...
tomara vós, terem os colhões
dos touros

19 de junho de 2008 às 00:23:00 WEST  
Blogger Silvério said...

Eu sei que isto é mesquinho, mas não resisti, achei graça às maçãs humanas.

"Daniel Oliveira 19 Jun 2008 às 1:12

O problema é partir do princípio que a imigração é, à partida, um problema. Eu não acho que o seja. Independentemente de haver problemas relacionados com a imigração, a imigração é uma oportunidade, não tem de ser um problema. As nações mais pujantes e dinâmicas do Mundo foram construídas por imigrantes. Quando há uma quebra de natalidade e um envelhecimento da população na Europa, acho mesmo que a imigração é uma vantagem.

Quanto à regulação dos fluxos migratórios, exige mais tempo de conversa, sendo certo que não há força, nunca houve na história da humanidade, que contenha os movimentos de maças humanas em fuga da miséria. A questão é mais o que se pode ir fazendo para melhorar as condições de vida nos lugares de origem, como gerir a entrada dos que vêm e a sua permanência. E quais são as prioridades. Uma coisa é certa: a criminalização do imigrantes, para além de nos desumanizar com a desumanização do outro, apenas agrava os problemas que se dizem querer resolver, Dá forma à clandestinidade e à ilegalidade, não a retira. Dificulta a integração social, não a facilita. Cria conflitos, não os reduz. E não impedirá ninguém de tentar a sua sorte. É estúpido e tem como único objectivo alimentar o medo e dar força a todo o tipo de populismos. Olhem para os melhores exemplos e nenhum teve nada a ver com isto."

19 de junho de 2008 às 01:40:00 WEST  
Blogger Caturo said...

É que se forem para acabar cortados ás postas no matadouro e vendidos embalados em prateleiras dos supermercados, depois de terem tido uma vida de reclusão nas fabricas de carne, acaba por não se ganhar grande coisa. Contudo a abolição da tortura, seja ela qual for, é sempre positiva.

Concordo inteiramente.

19 de junho de 2008 às 11:10:00 WEST  
Blogger Caturo said...

que tanta sensibilidade que estes senhores têm...
tomara vós, terem os colhões
dos touros


Tomara era todos os aficcionados da tourada terem os tomates de enfrentarem o touro de igual para igual sem de antemão lhe embolarem os cornos...

19 de junho de 2008 às 11:11:00 WEST  
Blogger Caturo said...

achei graça às maçãs humanas.

Maçãs ou maças, isto é, clavas de guerra... :)

19 de junho de 2008 às 11:14:00 WEST  
Blogger Caturo said...

As nações mais pujantes e dinâmicas do Mundo foram construídas por imigrantes.

Significativo. Muito significativo mesmo. Um esquerdista bloquista, daqueles mais fanaticamente anti-racistas e igualitaristas, afirma aqui que afinal é preciso descaracterizar Nações, fazer com que umas se deixem moldar por outras para seguirem exemplos alegadamente superiores...

Assim, o que este e quejandos querem é convencer os Europeus a começarem outra vez para ficarem por exemplo como os Americanos... como se aquilo que definisse a Europa perante as nações mais recentes não fosse a ancestralidade, que, ao contrário do que o sujeito diz, nada tem a ver com «imigrantes». A este propósito, vale a pena lembrar que a dada altura desta discussão, lembrou-se de dizer que o conde D. Henrique também era um imigrante... Ora D. Henrique veio juntamente com outros para ajudar a reconquistar a Ibéria, ou seja, veio participar na construção dum mundo cujas fronteiras não estavam definidas. Mas, para DO e afins, como naturalmente apátridas que são (o modo de ser apátrida, até mesmo pária, é nesta gente um traço ontológico, uma forma de ser) tanto faz as fronteiras estarem definidas ou não, isso de divisões territoriais é tudo relativíssimo e pode ser alterado como se fosse feito de plasticina.


Agora, uma das pérolas mais típicas, mais absolutamente típicas, da Esquerda vigente:
nunca houve na história da humanidade, que contenha os movimentos de maças humanas em fuga da miséria

Ou seja, o argumento da moda no seio dessa hoste: «não se pode evitar, portanto mais vale aceitar...»
É o argumento supremamente desonesto, visceralmente desonesto, profundamente desonesto, do «facto consumado», em que a situação se legitima, não por ser justa, mas por «não se poder evitar».

Portanto, se há assassinatos, legitimem-se os assassinatos, porque sempre os houve, por mais polícias que existam...

Claro que a situação foi provocada pelos donos e afins do DO, mas estes querem que ela seja considerada como «natural e habitual». Ora uma iminvasão como aquela que está a acontecer, ou como está para acontecer - certos DOs dizem que vai ser preciso meter cento e cinquenta milhões de imigrantes na Europa... - é comparável, em termos populacionais, e não só, às invasões bárbaras dos alvores da Idade Média, por exemplo. Mas os DOs querem fazer crer que a Europa sempre sofreu disto todos os dias ao pequeno-almoço e ao lanche...
Portanto, argumenta esta gentinha que a situação não se pode resolver, mas quando alguém a quer resolver, aqui d'el rei que não se pode tentar fazê-lo porque não, porque é crime... é crime não deixar entrar um estranho em nossa casa...



Uma coisa é certa: a criminalização do imigrantes, para além de nos desumanizar com a desumanização do outro, apenas agrava os problemas que se dizem querer resolver, Dá forma à clandestinidade e à ilegalidade, não a retira

Cá está - portanto, na opinião desta gentinha, acaba-se com a forma jurídica da coisa e pronto, o problema está resolvido... se o assassinato é crime, acabem-se com as leis que o proíbem e pronto, o caso fica resolvido...

Isto é a miséria ética abissal como nunca antes se viu à face da terra.

19 de junho de 2008 às 11:43:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Mas que mal têm as garraiadas? Nas garraiadas o toiro dá marradas nas pessoas. Nada mais de especial se passa. É sabido que é da natureza do toiro dar marradas. Por isso parece-me que o toiro, se pudesse, até agradecia por lhe permitirem dar umas marradas na malta.
Quanto às touradas, é claro que deviam acabar. Torturar toiros por devertimento é uma verdadeira imbecilidade.

19 de junho de 2008 às 18:07:00 WEST  
Blogger Silvério said...

"Mas, para DO e afins, como naturalmente apátridas que são (o modo de ser apátrida, até mesmo pária, é nesta gente um traço ontológico, uma forma de ser) "

E isso é o maior dos problemas, é o mesmo que fazer uma pessoa acreditar em fantasmas. No nosso mundo é muito complicado com o tipo de racionalismo que temos que foi desapegado do resto do conhecimento e dos sentidos tentar explicar esse tipo de ideias, porque em oposição a uma nação existe sempre um individualismo, que actualmente é mais facil de fundamentar, e que com esta estrutura de pensamento não deixa espaço para onde está um, caber lá mais um.

Este pessoal até acredita que as suas ideias são as melhores, que estão mais certos do que os outros, promovem uma ideia de esclarecimento superior e de cultura, que visivelmente não têm. Isto acontece porque caem logo na primeira ideia que lhes aparece pela frente, geralmente a mais fácil, e como o facilitismo é encorajado, nunca mais de lá saem. Lembra muito aquele pessoal que abandona a religião cristã e logo se tornam os maiores cépticos donos da verdade absoluta, sair é fácil, o mais dificil é voltar a entrar na religião.
Costuma-se dizer que o mais cego é aquele que não quer ver, eu diria neste caso, que o mais cego é aquele que pensa que vê, mas não vê.

19 de junho de 2008 às 22:59:00 WEST  
Blogger Silvério said...

"Mas que mal têm as garraiadas? Nas garraiadas o toiro dá marradas nas pessoas."

Garraiadas penso que sejam bezerradas, é como as conheço. Não vejo grande mal, mas existem situações de excessivo cansaço para o animal ou mesmo de brincadeiras de mau gosto visto que se tratam de novilhos. Por exemplo puxar pelo rabo do bicho não acho que seja grande espectáculo. E depois também não são imunes aos interesses comerciais, quando o touro deixa de ter valor comercial geralmente acaba no matadouro na mesma. Mas isso já é um problema estrutural e muito mais grave.

19 de junho de 2008 às 23:03:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Não sou grande entendido mas parece-me que os intervenientes nas bezerradas são pouco mais do que crianças. É só por causa da miudagem que as bezerradas existem.
Quanto aos excessos praticados nas garraidas (e bezerradas) devem ser punidos, com expulsão por exemplo, tal como no futebol, por ex., um pontapé na canela do adversário é punido.
E há que pensar no futuro. No futuro, distante ou não, as touradas serão proibidas ou perderão público (em resultado da mudança da consciência cívica colectiva sobre o assunto). Actualmente a grande maioria dos toiros bravos são criados exclusivamente para as touradas. Acabando as touradas é bom que se mantenha a criação de toiros bravos. Por isso há que criar alternativas às touradas de modo a manter a criação, comercial, de toiros. As garraiadas e os rodeos poderão ser alternativas (os rodeos, apesar de não fazerem parte da nossa tradição, poderão, eventualmente, vir a cair no goto dos portugueses se forem promovidos).

20 de junho de 2008 às 09:46:00 WEST  

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