POR NÁBIA CORONA, POR LIDA, POR JÚPITER... A NOVE DE ABRIL
Coloco aqui este artigo porque se trata de uma descrição sumária daquele que é talvez o único ritual indígena (lusitano, galaico) que é hoje mais ou menos conhecido por parte dos estudiosos das religiões indígenas da Europa Antiga - poder-se-á tratar duma «páscoa lusitana»?
Este ritual pode assim constituir uma ponte que permite, aos portugueses e galegos leais à parte mais sagrada da herança que trazem no sangue, estabelecer um elo com o Outro Mundo dos Deuses da nossa estirpe, Cujo culto desapareceu, mas que nada impede de reaparecer.
A inscrição da Ara de Marecos é uma das mais importantes da religião indígena lusitana, ou, mais precisamente, galaico-luso-romana: galaica e lusitana, porque foi encontrada mais ou menos na fronteira entre Galaicos e Lusitanos; romana, porque tem uma Divindade latina, Júpiter, ao lado de Deuses indígenas, além de ser redigida em Latim.
Aqui se podem contemplar nomes de Deuses ibéricos citados juntamente com um nome de um Deus romano:
O(ptimae V(irgini) CO(ornigerae uel conservatrici)
ET NIM(phae)
DANIGO/M
NABIAE CORONAE VA/CA(m) BOVEM NABIAE AGNV(m)/ IOVI
AGNVM BOVE(m)
LA/CT(endem) [...]VRGO AGNVM LIDAE (uel Idae)
COR/(nigerae uel
cornutae uel
coronam)/ ANN(o) ET DOM(o) ACTVM V APR(ilis) LA/RGO
ET MESALLINO
CO(n)S(vlibvs) CURATOR(ibvs)/ LUCRETIO VITULINO
LUCRETIO SAB/INO
POSTVMO
PEREGRINO
Tradução:
«À excelente virgem protectora e ninfa de
Danigo Nabia
Corona, uma
vaca, um boi; a Nabia um cordeiro; a Júpiter um
cordeiro, um
vitelo; a
[...]Vrgo um cordeiro; a Lida (ou Ida) uma coroa (ou
cornuda).
Procederam-se
aos sacrifícios para o ano e no santuário (ou casa)
no quinto dia
dos idos
de Abril sendo cônsules Largo e Messalino, foram
ordenantes Lucrécio
Vitulino, Lucrécio Sabino e Póstumo Peregrino.»
Ler mais sobre o Sacrifício entre os Lusitanos.
Ora os idos de Abril calha a 13.
O ritual de NABIA aconteceria no quinto dia dos idos, e este quinto conta-se para trás, incluindo os dias do princípio e do fim da contagem, ou seja: o quinto dos idos de Abril é 9 de Abril.
Nesta inscrição, são dedicadas a várias Deidades - NABIA, JÚPITER, LIDA, entre Outras - algumas oferendas, o que poderá prender-se com uma celebração de fertilidade, verosimilmente típica da época, Abril, mês consagrado a VÉNUS, Deusa do Amor e da Fertilidade («Abril» vem de «Aprire», pois que «Abril» é o mês no qual a terra abre).
Os dias 7 e 8 de Abril foram celebrados pelos Germânicos antigos como datas da Easter, festa religiosa em honra de OSTARA, Deusa (saxã) da Primavera e da Lua.
Esta festividade saudava a chegada da Primavera à zona do norte da Europa, enquanto os Romanos, mais a sul, a celebravam no princípio de Março.
Se os Lusitanos e seus parentes indo-europeus da Ibéria vieram de uma região fria da Europa - Europa central, por exemplo - então faz todo o sentido que a celebração de NABIA fosse similar em essência à de OSTARA.
Este ritual pode assim constituir uma ponte que permite, aos portugueses e galegos leais à parte mais sagrada da herança que trazem no sangue, estabelecer um elo com o Outro Mundo dos Deuses da nossa estirpe, Cujo culto desapareceu, mas que nada impede de reaparecer.
A inscrição da Ara de Marecos é uma das mais importantes da religião indígena lusitana, ou, mais precisamente, galaico-luso-romana: galaica e lusitana, porque foi encontrada mais ou menos na fronteira entre Galaicos e Lusitanos; romana, porque tem uma Divindade latina, Júpiter, ao lado de Deuses indígenas, além de ser redigida em Latim.
Aqui se podem contemplar nomes de Deuses ibéricos citados juntamente com um nome de um Deus romano:
O(ptimae V(irgini) CO(ornigerae uel conservatrici)
ET NIM(phae)
DANIGO/M
NABIAE CORONAE VA/CA(m) BOVEM NABIAE AGNV(m)/ IOVI
AGNVM BOVE(m)
LA/CT(endem) [...]VRGO AGNVM LIDAE (uel Idae)
COR/(nigerae uel
cornutae uel
coronam)/ ANN(o) ET DOM(o) ACTVM V APR(ilis) LA/RGO
ET MESALLINO
CO(n)S(vlibvs) CURATOR(ibvs)/ LUCRETIO VITULINO
LUCRETIO SAB/INO
POSTVMO
PEREGRINO
Tradução:
«À excelente virgem protectora e ninfa de
Danigo Nabia
Corona, uma
vaca, um boi; a Nabia um cordeiro; a Júpiter um
cordeiro, um
vitelo; a
[...]Vrgo um cordeiro; a Lida (ou Ida) uma coroa (ou
cornuda).
Procederam-se
aos sacrifícios para o ano e no santuário (ou casa)
no quinto dia
dos idos
de Abril sendo cônsules Largo e Messalino, foram
ordenantes Lucrécio
Vitulino, Lucrécio Sabino e Póstumo Peregrino.»
Ler mais sobre o Sacrifício entre os Lusitanos.
Ora os idos de Abril calha a 13.
O ritual de NABIA aconteceria no quinto dia dos idos, e este quinto conta-se para trás, incluindo os dias do princípio e do fim da contagem, ou seja: o quinto dos idos de Abril é 9 de Abril.
Nesta inscrição, são dedicadas a várias Deidades - NABIA, JÚPITER, LIDA, entre Outras - algumas oferendas, o que poderá prender-se com uma celebração de fertilidade, verosimilmente típica da época, Abril, mês consagrado a VÉNUS, Deusa do Amor e da Fertilidade («Abril» vem de «Aprire», pois que «Abril» é o mês no qual a terra abre).
Os dias 7 e 8 de Abril foram celebrados pelos Germânicos antigos como datas da Easter, festa religiosa em honra de OSTARA, Deusa (saxã) da Primavera e da Lua.
Esta festividade saudava a chegada da Primavera à zona do norte da Europa, enquanto os Romanos, mais a sul, a celebravam no princípio de Março.
Se os Lusitanos e seus parentes indo-europeus da Ibéria vieram de uma região fria da Europa - Europa central, por exemplo - então faz todo o sentido que a celebração de NABIA fosse similar em essência à de OSTARA.
De lembrar que a banda Sangre Cavallum dedicou uma música a esta Deidade, como se pode ouvir aqui (Releases > Works (primeiro quadrado à esquerda > última faixa).
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home