segunda-feira, novembro 15, 2004

MAGNA ÁRVORE DE NATAL

Foi com grande e tranquilizante satisfação que tomei conhecimento da preparação de uma gigantesca Árvore de Natal na Praça do Império, em Belém (precisamente a melhor zona de Lisboa) artefacto de grande luminosidade que se diz ser a maior árvore natalícia da Europa.

Poucas coisas me dão mais simples e genuíno prazer do que essa tradição de raiz germânica que consiste em decorar uma árvore, ritual esse que era baseado, originalmente, numa intenção de vivificação da natureza e de chamamento da luz solar.

Num país onde tem reinado algum cinzentismo, e onde se vêm tantas ruelas e edifícios deprimentemente miseráveis, faz falta um foco de luz desta natureza (pena é que a coisa acabe por lembrar a miserabilidade brasileira, caracterizada pelo contraste entre a pobreza mais desesperante, ao longo do ano e o esplendor do carnaval durante uma semanita). Por mais simples ou simplista que possa parecer, a visão de muita luz colorida faz um bem imenso à psique.

A fulgurante árvore será acesa a 20 de Novembro.

1 Comments:

Blogger Caturo said...

ATENÇÃO, IMPERADOR - RESPOSTA DECORRENTE DA CONVERSA QUE ESTAVA EM CURSO NA SECÇÃO DE COMENTÁRIOS DO ARTIGO SOBRE O SANTUÁRIO DE ENDOVÉLICO:

«Ainda que as consideremos más Pessoas,»

Considera más pessoas as que têm religião diferente da sua?...


"Eu, não desprezo alguém que não seja nacionalista só por não o ser."
«Mas um não Nacionalista que não se imponha não é um verdadeiro defensor»

Não é preciso desprezar o oponente para se impor. Depende do oponente em
questão.


«não é um anti-nacionalista»

Era a estes que me referia quando disse «não nacionalistas». Os indiferentes
não são nacionalistas, mesmo que não sejam anti-nacionalistas.


"E foi o facto de certa conformação mental ter levado a condenar as
práticas religiosas das outras nações só por serem de outras nações que
trouxe tanta intolerância e fanatismo ao Ocidente."
«Não é por serem doutras Nações, é por serem de Religiões opostas»

Mas quem cria essa oposição é quem as condena em nome de uma religião
universalista e totalitária. Os outros povos não sentiam essa tendência para anatemizar as religiões dos outros povos. Só os Judeus o fizeram, possivelmente porque o clero hebraico queria unir o povo em torno do culto a uma Divindade nacional e, sendo assim, consideraram que o melhor modo de o fazer, seria demonizar o culto de outros Deuses, dos povos vizinhos, que odiavam os Judeus e que por estes eram odiados. Entre os Deuses vizinhos, estavam Baal e Astarte. Os cristãos e, posteriormente, os muçulmanos, herdaram essa intolerância, que é puramente religiosa no caso destes dois últimos.


"Depende do direito de cada qual. Não creio que lutar pela própria vida, por
exemplo, possa ser considerado um acto de divisão. Quem divide, é quem toma a
iniciativa de roubar o que é de outrem."
«Divisão de posições é uma coisa. Existe sempre. Divisão nesses termos de
destruir os outros à força, é outra. A divisão existe sempre, é o
Princípio da Individuação de Friedrich Wilhelm Nietzsche. E é aí que eles
pegam para, falaciosamente, alargarem a sua proibição da diferenciação como
se houvesse umas diferenciações boas e outras más só por si, como se só
até um dado ponto é que pudesse haver divisões.»

Concordo.


"Não li o Corão. Mas as passagens que vi, indicam que nada do que agora se faz
em nome da palavra de Maomé vai contra as suas escrituras, pelo contrário:
há passagens em que se manda exterminar os pagãos."
«Estranho. O Sheik Mounir, o Miguel de Sacadura Cabral Portas e o Miguel
Andresen de Sousa Tavares dizem que não há lá nada.»

Veja em http://www.islamic-state.org/khilafah/sovereignity-allah.html

Veja em

"E aqueles que não julgaram por aquilo que Alá vos revelou, são
infiéis." [TMQ 5:44]


"E aqueles que não julgarem por aquilo que Alá vos revelou, são
opressores." [TMQ 5:45]
"E aqueles que não julgarem por aquilo que Alá vos revelou, são
pecadores." [TMQ 5:47]
"Portanto julguem entre eles por aquilo que Alá vos revelou, e sigam não os
seus desejos, mas estejam atentos às tentações que eles vos porão para
renunciardes mesmo a uma pequena parte daquilo que Alá vos revelou." [TMQ
5:49]
"E aquilo que Alá vos cometer, aceitai. E aquilo que ele proibir, abstei-vos
de fazê-lo. E não abandonem a vossa obrigação perante Alá, pois Alá é
severo na retribuição (pena, castigo)." [TMQ 59:7]
"Acreditais numa parte do Livro e rejeitais o resto? Então, qual é a
recompensa daqueles de entre vós que pensam assim, excepto a desgraça na vida
neste mundo, e serem consignados ao tormento mais horrível no Dia do
Julgamento." ."[TMQ 2:85]
E há passagens nas quais se incita, formalmente, à matança dos pagãos. Os que pretendem fazer crer que o Islão é puramente pacifista, é que dizem que afirmações dessas são para ser entendidas em «sentido figurado». Mas isso é o que eles dizem... não foi o que Moisés FEZ.



"Sim, e fez-se isso desde o princípio do Cristianismo até ao ponto em que as
autoridades deste perderam o poder de o fazer."
«Desde o princípio não»

Desde o princípio, sim. Tertuliano já dizia que os Deuses pagãos eram demónios. Os cristãos, assim que chegaram ao poder, começaram a perseguir os crentes de outras religiões.


"Mas os modelos de vida e os valores das outras Divindades, eram sempre
compatíveis entre si, basicamente, sendo adorados, na mesma sociedade, Deusas
do prazer e Deuses da Guerra."
«Mas não Deuses da Guerra e Deuses da Paz, ou Deuses da Castidade e Deuses do
prazer»

Podiam ser adorados pelas mesmas pessoas, embora em ocasiões diferentes, dependendo das conveniências.



"Claro que não. Mas não é por isso que eles se matam entre si ou que obrigam
outros a mudar de opinião ou que os «expulsam» da religião. Fica cada qual
com a sua visão de Krishna e ninguém se chateia por isso.
É este tipo de comportamento que um cristão não consegue perceber."
«Não percebemos porque só uma coisa é verdade,»

Crer que só uma coisa é verdade não implica que se tente obrigar os outros a mudar de opinião ou que se mate esses outros ou que se expulse esses outros da religião. É, de facto, isto que os cristãos não compreendem. Não admira pois que sejam intolerantes.


«Deus só pode ter uma face (tem várias, já sei, é Deus, mas não neste aspecto), como nós»

Essa face pode ser vista de perspectivas diferentes.


«Se tiver outra é outra coisa: se Deus condena a Gula, a Preguiça, a Luxúria, a
Inveja, a Ira, a Cobiça e o Orgulho não pode ser a favor dos seus opostos!...»

Essa diferença não é da mesma natureza que a de considerar que Ghandi é ou não um dos avatares de Krishna. Não confunda as coisas.


«Se é o (único) Criador do Mundo não pode aceitar mais nenhuma Divindade»

Pode, tal como Platão explica no Timeu: pode ter criado outras Divindades para cuidarem de certos aspectos do Cosmos.
Além do mais, não se trata de Deus aceitar ou não – trata-se de os devotos aceitarem que haja devotos de outras religiões cujo(s) Deus(es) é(são) diferente(s).


«Ou queria que achassemos bem que os outros acrediassem em algo que consideramos
falso?»

Não é questão de achar bem. É questão de não hostilizar outros por considerarem que esses outros acreditam em algo que VOS parece falso.


«Não houve sempre conversões que foram pacíficas? Olhe o Sócrates!...»

O Sócrates converteu-se pacificamente a quê?...


«Além de que os outros avatares são tomados por certos, e ninguém se atreve a negá-los.»

Mas são lendários. E não sei se alguém os nega ou não.


«Se alguém crê nos Deuses porque não em algo mais?»

Se alguém crê nos Deuses, porque é que tem de acreditar em algo mais?


«Ou os Deuses já não podem ter Palavra?»

E quem é o porta-voz?


«Como a Verdade é só uma,»

Mas pode ser vista de vários ângulos,


«é óbvio que um agrupamento que só crê em A não pode aceitar quem creia em B.»

Um agrupamento que só crê em A, não tem de hostilizar quem creia em A e em B.


«Se crê em B vá para outro lado porque B não faz parte de nós, quer seja contraditório quer não.»

Depende da natureza desse B. Isso é essencial ter em mente.


«Senão, era como meter estrangeiros cá.»

Não era, porque a essência dos estrangeiros é diferente. E as discordâncias de doutrina nem sempre implicam uma alteração radical de religião, como é o caso da crença de Ghandi como avatar.


«E quem crê que algo é verdadeiro é óbvio que quer que os outros também passem a crer.»

Depende desses outros. Eu posso crer que toda a Europa devia prestar culto aos seus Deuses antigos, mas isso não acontece por eu pensar que só esses Deuses são verdadeiros. Fora isso, não há qualquer necessidade de querer que outros passem a crer em certa e determinada verdade.


«Não se trata de compreensão factual mas de Fé em factos»

Quais factos?


"Alguns, consideravam sim. Vénus era das Deusas mais veneradas em todo o
domínio romano."
«Gostar é uma coisa. Considerar Virtude é outra.»

Gostar e venerar é bem superior a considerar Virtude.


"Respeitavam todos, mesmo que amassem uns e não gostassem doutros. De qualquer
modo, Vénus nunca foi uma Deusa considerada como contrária à Justiça. E foi
até bastante promovida na Roma dos valores e da aristocracia - Júlio César
considerava-se descendente de Vénus; Venus Genetrix era uma das Divindades
mais veneradas pelo fundador do Império, Octávio César Augusto; de resto, o
próprio Eneias, figura central da Eneida, a maior obra literária da
Romanidade, antepassado do fundador de Roma, era descendente de Vénus."
«É sempre agradável descender dos Deuses»

Isso não é argumento. Havia tantos/as Deuses/as, podiam ter escolhido outro/a qualquer.


«Além de que Vénus, ou seja, a Função Procriadora, é algo de fundamental.»

Sim – de sagrado, de divino.


"Morais, há muitas, tais como Espíritos, tais como Divindades."

«Há, como considerava Immanuel Kant. A Liberdade Verdadeira é o limite»

Limite de quê e como?


«Mas há a de Deus,»

Qual deles?


"Quem combateu a religião em si mesma?"
«Os Japoneses e os Chineses combateram a Religião Cristã em si mesma. Ou
combateram o que viram e que existia na altura, ou seja, Inquisidores!...»

Na altura e antes. Porque o zelo fanático dos inquisidores não era maior do que o dos cristãos que séculos antes destruíam templos pagãos e assassinavam os que permaneciam fiéis aos antigos Deuses.


"Foi o que eu disse - para vós, só há uma fonte de verdade Divina. Sendo
assim, a sabedoria pagã nada tem a ver convosco. Por isso, o Renascimento não
veio beneficiar o Cristianismo, antes pelo contrário."
«E não tem nada a ver connosco. São Divindades diferentes, para não dizer
incompatíveis segundo o que nós cremos. O Renascimento não se reduz a
Religião, e o resto ainda que baseado noutros Deuses pode ser adaptado, como é óbvio!...»

Mas uma parte desse resto é oposto ao espírito judaico-cristão. E foi assim que a hegemonia judaico-cristã começou a cair na Europa.


"E o pior é determinar qual o Espírito a que se refere... quem pode interpretar bem?..."

«A Razão. Que destrinça o que é que é Poético do que real,»

E não se pode ser poético e dizer a verdade?


«não é difícil perceber que a Moral de J.C. é literal»

Então, quando diz que vem lançar o conflito entre os homens, mesmo no seio das famílias, e quando afirma de facto a dissolução dos laços familiares em nome dos laços doutrinais, deve interpretar-se literalmente?


"Os pagãos não aceitam é que algum iluminado diga que sabe o que as
Divindades querem. É aí que reside a diferença."
«Não?! Então e os Oráculos?»

Os Oráculos diziam o que podia acontecer, mas não obrigavam a absolutamente nada. Até porque a Sua consulta era livre.

«E os Sacerdotes?»

Só mandavam em questões de ritual. Não em questões de moral ou de consciência.


«Então como é que a Mensagem chega de Deus aos Homens?»

Qual Mensagem?


«Estava sempre a ser rejeitada por o mensageiro ser humano!»

A verdadeira Mensagem, está à vista de todos: está na celsitude do céu, está na excelência do raio, no esplendor solar, na beleza da terra, na altivez das montanhas, na coragem de um combatente, na doçura das águas e no glamour de uma mulher atraente. É aí que está a Mensagem.


«Bela maneira (estúpida) de lhe fugir!..»

Verdadeiramente estúpido é abdicar de todo o passado religioso só porque determinado alienígena de Cascos de Rolha resolveu dizer que a partir de agora, as coisas tinham de ser como ele dizia. Eis o que, além de estúpido, é escandaloso.


« Além de que se o Filho de Deus vier à Terra, porque é que não há de vir e ser verdade?»

E porque é que há-de ser verdade só porque determinado sujeito o diz, «eu sou filho de Deus!»?
Era o que faltava.


«Ele deu-nos Sinais.»

Aceite-os quem quiser.


"O culto pagão consiste na adoração, não na aceitação de uma determinada moral e cosmogonia. Isso, é já ideologia."
«E como é que se adora se não se procura agradar-lhe com determinados
comportamentos?»

Determinados comportamentos que sempre fizeram parte da cultura do povo, e são vários, adequados a diferentes tipos de pessoas. Não são revelados de uma só vez, como caminho único.


«E porque é que não há de haver uma Ideologia Divina?»

Só se for a minha... não tenho motivos para achar que seja a dos outros... para bom entendedor, meia palavra basta.


«Sendo que a Moral é Espiritual, também ela é Divina, visto que são da mesma
natureza.»

Mas cada Divindade tem a sua própria Ética.



"Talvez ele não temesse nada disso, porque esses livros não faziam parte do ritual, que era a religião propriamente dita."
«De vez em quando lá surgem coisas a mais ou que podem ser alteradas sem se desvirtuar o essencial. Se virmos as Missas de há 2.000 anos e as de hoje...»

Bem vê.


"Aquilo com que se educa, é a inteligência e a experiência. A vontade, vem depois, a partir do momento em que há escolhas."
«Isso é no processo do nascimento e aprendizagem, segundo o Construtivismo de
Jean Piaget. Só quando dispomos de meios para exercer a Liberdade é que podemos escolher, só quando temos por onde escolher. Mas ela está lá sempre, à espera...»

Ora afinal concorda.


"Não. Herdamo-lo sempre."
«Mas só o perfilhamos se quisermos»

Ora isso é outra coisa. O que discutíamos era o que vinha primeiro. E o que vem primeiro, é o Motivo, dado a conhecer pela inteligência, pela educação, pela cultura. Só depois se pode exercer a Vontade a seu respeito.


«Mas podemos reinventar algo que já foi inventado mas que nunca soubemos que o foi, ou seja, como se fossemos nós próprios os seus primeiros criadores.»

Sim, isso podemos – mas sempre a partir do que nos foi ensinado. Podemos reorganizar a matéria que já conhecemos.



"Não pode decidir perfilhar certos e determinados princípios sem os conhecer.
E só os conhece por meio da educação."
«Ou por os criar«

Mas só os cria com base no que conhece.


«É o Homem quem cria os seus Valores,»

Então não são de revelação Divina??...


"Que vejam - diz bem - e ver é conhecer. Só podem abraçar o que conhecem.
Isto é, o que lhes foi mostrado. Aquilo que aprendem. E isso é educação."
«Mas nem sempre se processa dessa forma.»

Não creio que haja outra.


"Correcto. Dizer que somos imperfeitos não é o mesmo que dizer que somos
maus."
«Se não fomos suficientemente bons é porque também fomos maus»

Fomos maus uma vez, mas isso não significa que sejamos de facto maus. Não somos sempre coerentes, porque não somos perfeitos, o que não significa que sejamos ontologicamente incoerentes. Há quem não perceba isto.


"Não, não mostram, porque nunca puseram sequer a hipótese de que houvesse algo para além do material. Fixam-se nos resultados, nas engrenagens, mas não nos significados, que lhes são de todo indiferentes."
«Não a todos. E os significados cabem lá.»

Quais?


«Mas também não invalida que haja processos exclusivamente materiais»

Não vejo porque é que têm de haver.


«E que haja processos que não são da nossa autoria.»

Da nossa autoria, não. Da dos Deuses, talvez.


"Evidentemente que são. Os Deuses criam e mantém essa lei para que tudo continue a ser como é. As leis físicas que fazem com a bola se mova, são guardadas pelos Deuses.
E, aliás, o motivo pelo qual atirámos a bola até pode derivar dos Deuses."
«Isso é quase o que eu creio: que Deus criou previamente essas Leis, mas depois elas funcionam por si.»

A isso chama-se Deísmo. Eu também creio que os Deuses criaram essas leis; suspeito que as mantém sempre, a todo o momento, mas pode dar-se o caso de simplesmente as terem criado.


«"Deus não é um titereiro"»

Não sei se é verdade ou não. Na Ilíada, por exemplo, os Deuses influenciam os pensamentos dos homens.



"Um dado modo de ser que pode ser determinado por uma Divindade."
«Isso já eu disse que concordava. A forma como se processa esse determinismo é
que eu considero ser outra.»

Certo. Concordamos em algo; e concordamos em discordar.



"Claro que o são. Mas são diferentes entre si. E o motivo da sua diferença reside na diferença entre os Deuses."
«Ou na diferença de criação e formação, de acordo com as Leis da Física que o determinam.»

Que por sua vez podem ter sido determinadas pelos Deuses.


"Funcionam por si porque os Deuses assim o querem, a todo o momento."
«A todo o momento ou não.»

Pode ser que por vezes não o queiram.


"Outros Deuses ou os mesmos."
«Ou não, ou só há um Divino mesmo no início.»

Ou há vários, durante todo o tempo.


"Que está em toda a matéria e acima dela."
«Mas é diferente desta, e superior, Livre e imaterial, domina-a, e sem ele ela
não é mais nada.»

Nem há dela parcela que não o tenha.


"Os Deuses movem-se independentemente disso porque são supra-materiais. Mas
também movem a matéria e as suas leis."
«Há quem creia nisso e quem creia que só são o Primeiro Motor»

Duas perspectivas irredutíveis.


"A Liberdade é a possibilidade de se fazer o que se quer ou de não se fazer determinada coisa. A Liberdade é pois a escolha. E escolher o deixar andar é também um acto de liberdade. Escolher os movimentos que não se param, também o é. Nesse sentido, os Deuses escolhem o que querem, motivo pelo qual são livres."
"E eu repito - deixar andar é também uma escolha."
«Nem sempre. Muitas vezes não temos meios de dominar a matéria, quando esta está em malfuncionamento»

Isso, é outra coisa. Falávamos de actos do espírito.


«Quando deixamos de andar aquilo que move o que anda deixa de ser nós,»

Mas somos nós que o permitimos. É porque queremos que ande.


«Só nós é que somos Livres, não os movimentos,»

Somos nós que determinamos os movimentos, logo, eles são expressão da Liberdade. E, se podemos travá-los e não o fazemos porque não o queremos fazer, esses movimentos acontecem por permissão nossa, de acordo com a nossa liberdade. É por isso que quem presencia o mal e, podendo travá-lo, não o faz, pactua com esse mal.


«Passamos a ter só a matéria a andar por aí, sem Espírito nenhum»

Isso não existe.


«quando renunciamos fazer algo é porque o Espírito se move nesse sentido e faz
mover outras forças noutra direcção. A inacção pura não existe.»

Então, dá-me razão: o espírito move-se sempre e, por isso, a inacção física não significa abandono da liberdade. A Liberdade exerce-se sempre que há poder de escolher.


«inacção nunca é porque a Alma quer, mas porque o corpo quer.»

Como é a mente que controla o corpo, a inacção do corpo que não seja ditada por deficiência física, é determinada pela mente, não pelo corpo. E o que determina a mente é, em última análise, a alma.


"O Destino também o é, e o Destino não é a Liberdade."
«Não é necessariamente imaterial.»

O Destino, em si, é imaterial – é uma determinação, não é um objecto.


«Ou então, é uma condicionante material, e, nesse caso, estando Deuses e Homens sujeitos a ele, já não seriam Espirituais, apenas o Destino o seria, pois o Espírito não domina o Espírito,»

De modo algum. O Destino não seria material se controlasse os homens e os Deuses. Da mesma forma, não há motivo para supor que o espírito não pode dominar o espírito, e duvido que um cristão possa sustentar isso, já que Deus controla os homens e ambos são espírito. Entretanto, o Destino, por si só, não é espírito a controlar espírito, mas sim a determinar o que se passa no mundo material. Mas se o mundo material está dominado por uma determinação superior, esta nada tem em si de material, porque uma determinação nunca o é.



"Sim, mas Platão, por exemplo, negava que os Deuses tivessem procedimentos humanos. Seja como for, prossiga-se."
«Então, negava os comportamentos antropomórficos das Mitologias. Sócrates é que via os Deuses como seres perfeitos.»

Sócrates e Platão.


"Claro que alguém com Princípios defende isso. As situações são diferentes e há muitos tipos de conveniências. Os Princípios não são dogmas ou mandamentos, são linhas de rumo orientadoras, aplicáveis de modos diferentes a situações diferentes."
«Depende. Uma coisa é adaptar um modelo abstracto ao caso concreto e outro é fugir a essa adaptação, aplicando ou outro Princípio ou outro critério doutra natureza. Que são Dogmas e Mandamentos isso são, visto que é em torno deles e não doutras "linhas de orientação" que nos devemos orientar,»

Mas não indicam um procedimento em concreto, e sim um valor abstracto e geral. Por isso, não podem ser colocados no mesmo saco que os mandamentos dogmáticos.



"Não. É porque a vontade assim o quer."
«Não! Então agora quer convencer-me que eu tenho caprichos porque quero?!»

Evidentemente.


«"Queria tanto, bem tentei", nunca ouviu dizer?...»

Eu a isso chamo «tentações», e não caprichos. De qualquer modo, isso mostra que o espírito humano não é simplesmente vontade, mas sim outras coisas mais.


"Trata um capricho como se ele fosse um Deus ou um espírito?
De qualquer modo, o mesmo pode ser dito de um ideal: quem segue um ideal,
deixa-se guiar por ele, e não por si próprio."
«As atitudes são materiais,»

Não – a atitude em si é determinada por algo de imaterial.


«Se sigo um Ideal é porque o quis, e porque estou sempre a mantê-lo, a cada momento, e a renová-lo. Seguir um Ideal é tomar uma e mais decisões e acções, e iso faz-se Livremente. Não o deixo mandar, mando nele.»

Pode dizer-se precisamente o mesmo de um sentimento, de um afecto, de uma paixão, de um capricho.


"Não são nomes, são factos. A paixão não é material."
«É sim. É o nome que se dá a uma coisa material.»

De modo algum. É um sentimento relativo a algo que usa a matéria. Nada tem, em si, de material.


«Ou é o Espírito que faz com que se sintam impulsos reprodutivos que apenas dependem da Natureza e da evolução e têm uma função puramente fisiológica?...»

Só que os impulsos «reprodutivos» não têm uma função puramente fisiológica.


"Não são submissão à matéria. São precisamente o contrário: são submissão da matéria a desejos intensos, isto é, a algo que nasce no espírito."
«Só se chama paixão ao Dever e à Liberdade, e aí é uma salganhada.»

Não. Neste caso, chamo paixão a um sentimento intenso relativo a algo ou a alguém. Uma vontade de engolir ou de ser engolido, uma vontade de fusão e de totalidade.



"Paixão sofrimento é bem menos elevada do que Paixão amor."
«Depende. Há Amor decisão Livre de valorizar algo contra todas as limitações físicas, e há amor serviço do que é físico (satisfação, reprodução)»

Duvido que a satisfação física de que fala possa ser chamada de «amor».


«que ainda que vá contra muito do que é físico mais não é do que para concretizar-se em função duma contingência material »

Não se trata de uma contingência material, mas de uma essência de origem divina que está na matéria e que a motiva.


«Dão-lhes nomes iguais desde sempre, é mais um uso incorrecto da linguagem em termos Wittgensteinianos, que levou a confundir ambas as coisas, uma Dedicação Moral Livre e um impulso carnal e porco.»

Esse impulso não é meramente carnal e nada tem de porco. Por algum motivo, é regido por uma Divindade de primeira grandeza.


"Não. Não somos nós que determinamos o que é ou não elevado. As Deidades, bem como a Verdade, existem independentemente de As conhecermos ou não."
«O que é Espírito é elevado em si mesmo. O que é Lei Moral é o Espírito que cria e, sendo fruto deste, é elevado porque nós assim queremos, e o que o Espírito determina e abençoa é, por isso mesmo, elevado por ele também o ser. Os actos do Espírito são elevados, como ele, pois Espírito e actos são fruto do mesmo, do Metafísico.»


"A paixão pela Nação pode ser tão ou mais elevada do que um ideal, sobretudo se este for meramente teórico."
«A paixão nunca é mais elevada porque não é controlada e é puramente contingencial»

Não é por não ser controlada que passa a ser mais elevada; aliás, o facto de não ser facilmente controlável é um indício da sua origem superior, no além-humano. É uma presença divina no humano.


«sem o Espírito a mandar, pára e arranca segundo a vontade dos outros,»

Não tem absolutamente nada a ver com a vontade dos outros.


«ao passo que connosco no comando, vai até onde nós quisermos»

E queremos com base em quê?


«Mas você é que acredita que as paixões são imateriais: nesse caso, o que é que distinguiria um acto Espiritual duma paixão?»

Uma paixão é um acto espiritual.



"A Paixão é um desses princípios. É volátil no humano, não porque seja em si volátil, mas porque o humano não é perfeito nem eterno e está sujeito a interrupções."
«É volátil como tudo o que é material»

A paixão não é material. O seu objecto é que o pode ser. Mas o objecto da paixão tem em si a correspondência espiritual que desperta a paixão.


«O que não é perfeito nem eterno, e está sujeito a interrupções, não é a Alma, é o corpo que se cansa, que se consome, arde (como dizia William Shakespeare), e dorme»

É precisamente por isso que a paixão não é eterna.


"Que por sua vez podemos ser determinados pelas paixões. Você aplica uma doutrina materialista às emoções e paixões e uma doutrina idealista aos seus ideais.
Ora, ou há moralidade, ou comem todos, como se costuma dizer. Não se pode largar as feras só contra os prisioneiros de que não gostamos e depois dizer que os restantes prisioneiros é que são os bons da fita porque foram poupados pelas feras (que nós nunca contra eles lançámos). Experimente aplicar a mesma mentalidade científica-materialista aos seus valores e verá que, às tantas, pode começar a pensar que, se as emoções são visíveis pelos neurologistas e derivadas do corpo, os seus valores são escapes que a mente cria para fugir ao medo da aniquilação física - mais uma vez, algo de relativo ao corpo."
«Não somos nós que somos determinados pelas paixões, mas sim o nosso corpo»

Não é o nosso corpo, é um princípio imaterial que há em nós. O corpo não determina paixões, mas tão somente necessidades fisiológicas.


«Aplico uma doutrina materialista para o que é material»

Mas as paixões, os desejos, os sentimentos e os afectos não são materiais.


«e uma doutrina idealista para os ideais, como é lógico. O problema é que você considera as paixões imateriais e, por essa lógica, teríamos que as incluir na
Metafísica.»

Evidentemente.


«Supondo que o seriam, então, sendo nossas e Espirituais só podiam ser fruto da nossa Alma»

Sim, podem ser um fruto da nossa Alma, que é por nós desconhecida no que respeita à sua totalidade. Mas não têm necessariamente de ser fruto da alma. Podiam e podem ser o indício de outra influência imaterial em nós.


«Se para si a Alma tem acções não livres, então é porque tem Algo a comandar e não é um Espírito, são dois ou mais, o que é um paradoxo porque a nossa identidade de
consciência é uma só»

Mas a nossa identidade de consciência não é apenas a nossa vontade racional e idealista. É aí que você se engana. A nossa consciência é feita de racionalidade mas também de paixões.


«E foi por aplicar a mesma doutrina materialista que concluí que os ideais são imateriais: são construções do cérebro, é certo, mas, apesar de cientificamente ambas serem verificáveis nas suas manifestações físicas, não foi por aí que eu cheguei lá: eu cheguei lá porque, independentemente do que os Cientistas vêem, há algo mais: há o
nosso controlo: se fomos nós a controlar é porque não foi a matéria do
cérebro,»

Correcto. O mesmo se aplica às paixões, que não são determinadas pelo corpo, e sobretudo aos afectos, que ainda dependem menos do corpo do que as paixões.
Senão, também o seu controle pode ser explicado por motivos psicológicos derivados de um medo, muito material, de perder a existência e de, consequentemente, necessitar de a prolongar de algum modo.


"Não é tanto faz não. A Religião consiste em rituais dedicados a determinadas Divindades. Para perceber melhor certas Divindades, existem os mitos. E, entretanto, há poetas que criam os seus mitos. Mas o original e o propósito de tudo isso é o ritual e o culto dos Deuses."
«Não há Religião sem conhecer a Divindade, ou seja, sem o Mito»

Não é verdade. A Religião romana, por exemplo, pôde ser praticada sem que houvesse mitos das Divindades – era puro ritual dirigido a Forças Sacras sem história nem personalidade humana.



"Não é corpo que pede. O corpo pede ar, água, comida para não morrer à fome, não pede prazeres específicos nem bibelots nem quadros nem cinema às sextas-feiras nem sexo com vinil. Tudo isto é determinado pelo espírito, não pelo corpo."
«Ai não?! Então o que é? A nossa Vontade não foi de certeza, isso lhe garanto!»

E depois? Foi a nossa líbido. Ou a nossa luxúria – a presença de Vénus em nós. Uma forma de conversar com Vénus que o outro não topou.


«(Tantas vezes que queremos resistir é porque não depende de nós, »

Pois não. O que não significa que esteja abaixo de nós ou que seja meramente material.


«Pede porque os gostos são também para satisfazer o corpo»

São para o corpo sentir, de modo a que a alma seja satisfeita.


«São necessidades mais desenvolvidas do corpo»

Não são necessidades do corpo. O corpo não tem necessidades mais desenvolvidas. Tem necessidades, tão somente. Quando estão satisfeitas, desaparecem. Quando se satisfaz a fome, o corpo deixa de pedir comida. Se se continua a comer depois de se ter saciado a fome, é por gula, não porque o corpo mande, mas porque o desejo o determina. Não é algo de físico, mas sim de raiz espiritual.



"Uma teoria como outra qualquer. Pessoas que sofreram choques psicológicos violentos ou graves frustrações sexuais ficaram mais espirituais. Aí estão os seus Princípios!"
«Sim, mas esses não são verdadeiros seguidores de Princípios»

Diz você. Do mesmo modo, também podemos afirmar que quem ficou com os caprichos pronunciados por causa de uma lesão cerebral, não são verdadeiros receptáculos das influências divinas que levam aos caprichos.


«Só é verdadeiro seguidor de Princípios quem os segue com uma motivação puramente
sua.»

Bem, uma frustração ou um trauma, são motivações puramente individuais.


«Alguém que se dedica à Religião para conforto e distanciamento está a fazê-lo apenas por prazer, pelos motivos errados»

Mas qualquer materialista pode dizer que é desse tipo a sua dedicação à espiritualidade; e que tal origem é disfarçada na sua mente por uma convicção de que está a ser puramente espiritual, para mais convincentemente escapar à frustração ou ao medo do fim.

"Quem sabe. Deus escreve certo por linhas tortas. Quem sabe lá se esta ou aquela lesão cerebral não despertam algo de diferente, mais rico, no ser humano. Se todo o mal que dada lesão cerebral fizer for aumentar um capricho, que seja por exemplo a satisfação sexual, então agradeça-se a Vénus!..."
«Riqueza material.»

Riqueza espiritual com suporte material. E não se põe a questão de ser ou não necessária – é boa, simplesmente. E provocada por Vénus – ou por outra Deidade.



"Evidentemente que é afectada se o cérebro ficar afectado e passar a ter menos percepção do mundo e de si próprio. Se os caprichos não existem fora do cérebro material, a consciência também não."
«A Alma existe mesmo para além da morte.»

Eu também digo isso, mas não é isso que dizem os seus neurologistas mais materialistas que tudo explicam por meio da matéria. Há quem afirme que, com a morte do cérebro, acaba tudo.


«Então crê na Espiritualidade e vem-me com esta?!»

Naturalmente – estou a mostrar-lhe o resultado de ser coerente no seu pensamento.


«Nós continuamos com Consciência independentemente do resto. Ainda que nos cortem esta ou aquela parte do cérebro, o que é facto é que ela continua lá.»

E as paixões fazem parte da consciência. E, sobretudo, os afectos. Porque são imateriais.



"Aliás, os caprichos fazem parte da consciência. A consciência é personalidade e os caprichos dela fazem parte."
«Temos consciência deles, mas não os criamos, não partem de nós.»

O que não quer dizer que partam da matéria.


"Não, o corpo não pede. Quem pede, é o espírito. O corpo só pede ar, água, comida para matar a fome. Não pede sequer um bife com pimenta se ficar satisfeito com um quilo de pão seco. É o espírito que pede determinado pitéu, determinado vício, determinado costume. Não é o corpo."
«Ver acima (1).»

Idem.


«O vício do tabaco é provocado tão somente por se encher o corpo duma substância»

Mas o bife não tem essa substância, tanto quanto sei. E os desejos de ordem sexual, muito menos. Portanto, não pode reduzir a gula a um mero resultado da dependência física por meio de comparação com casos excepcionais, como o são o tabaco e a droga. O bife não é uma droga leve.



"Agora, não. No passado, sim."
«Talvez. Mas, como saber se seria unânime? Não era sequer matéria dos Concílios!... »

O que é certo é que o primeiro mandamento judaico é «Não terás outros Deuses na minha presença» - admite-se portanto que existem outros Deuses. Tertuliano também afirma que esses Deuses existem.


"Alguns cristãos, tais como São Martinho de Dume e Tertuliano, e outros, identificaram Júpiter e Outros com demónios sim."
«Mas essas Doutrinas não tiveram eco, pelo menos grande.»

Pelo contrário – guiavam as perseguições aos pagãos durante o princípio da Idade Média.


"Mas sim dos afectos da civilização dessa etnia."
«Pois, claro.»


"Fisicamente e mentalmente. Mas não afectivamente. E não culturalmente."
«Pois. Era o que eu dizia. Além disso, os afectos e a cultura podem e devem ser dirigidos para aquilo que é igual ou semelhante a nós fisicamente e
mentalmente,»

Ou para o que nos é especialmente agradável e propício, numa relação de excepção única.


«nas devidas proporções. Excepto na parte Espiritual, que é igual.»

Espiritualmente somos todos iguais, é isso que está a dizer?



"Não cedem a coisas materiais, apaixonam-se, o que é diferente. O sentimento, em si, é espiritual, não é material."
«Mas se é a mesma coisa, você é que acha que não!»

Não é a mesma coisa, você é que acha que sim.


«Se fosse esse o caso, mais não fariam do que decidir livre e conscientemente»

Nada prova que o espiritual seja sempre decidido pelo indivíduo.


"Não. Moral é tudo aquilo que consiste em comportamento correcto."
«E só é correcto o que nós consideramos correcto. Não existe uma Correcção para lá do Ser que a cria, Divino ou Humano. A correcção não se limita a satisfações, mas sim a Vontades. A nossa Vontade é Soberana»

Mas a nossa vontade não é determinada apenas por um aspecto da vida espiritual – é determinada por ideais, mas também por paixões.



"Mesmo quando contraria a Natureza?"
«Se queremos ir contra a Natureza, contra tudo, sacrificarmo-nos, então, é o que
nós queremos, e por Princípio, porque sim, e não porque agrada, e apenas por
isso, pois vale por si própria.»

Então, pode compreender finalmente que as paixões, que por vezes parecem contrariar a Natureza, são também motor desse sacrifício.



"Isso é muito discutível e não está ainda estabelecido... mas olhe que, de acordo com as investigações genéticas mais recentes, se existe um gene ariano, ele é mais forte na Ucrânia, e na Polónia, do que em qualquer outro lugar..."
«É verdade. Mas é quase tão forte uma influência quanto a outra.»

Duvido. Os ucranianos que por cá se vêm são de tipo perfeitamente europeu. Em nada denunciam uma influência mongólica.


"Nem por isso. Não se deixe enganar por Arthur Kemp."
"Ao fim ao cabo, tudo indica que os povos mediterrânicos, na Europa, desapareceram, excepção feita ao País Basco."
«Então donde vêm eles? Eu tirei essa informação do site Racial Reality, e aí consta que os povos ditos Celtas foram mais celtizados culturalmente, porque etnicamente não são Arianos,»

Isso é complicado e discutível – a etnia, é uma realidade de ordem sobretudo cultural, linguística. Ora se o povo tem uma língua x, costumes de raiz x, uma religião ou um passado religioso x, e uma raça x, é porque a sua etnia é x, mesmo que, geneticamente o tipo físico não seja igual ao que se supõe que caracterizaria originalmente o tipo x.


«Os Irlandeses são geneticamente iguais aos Bascos. E a origem de todos, e de parte da Ascendência do restante da Europa também é Mediterrânica e não Ariana»

Mas quem garante que os Arianos não podem ser desse tipo genético? Há até teorias que fazem os Arianos virem do Mediterrâneo.



"Mas muitos deles foram arrancados às suas próprias famílias, em tenra idade, e educados por famílias cristãs. Além do mais, muitos dos que abandonaram a religião, também queriam certamente abandonar a etnia. Dissidentes, há em toda a parte. De qualquer modo, existem judeus até hoje em todos os países onde viveram cristãos-novos."
«Mas mudar de Religião não implica destruir Etnias.»

Não, mas pode a isso conduzir – sobretudo se a coesão da etnia em causa consiste na religião, como é o caso dos Judeus.


"Pois é mesmo isso que estou a dizer - a propaganda não é algo que derive do desejo, pelo contrário, deriva do «ideal», por mais perverso que este seja."
«Mas sem desejos... Se eles não desejassem nem se aproximavam.»

Não é bem assim. Os desejos podem ser moldados. Se assim não fosse, não se gastava hoje mais com propaganda do que com qualquer outra coisa.


«Nenhum dos que defende a misturada se une a estrangeiros sem sentir nada por eles.»

Pode é experimentar e depois, encontrando alguns pontos em contacto, humanos, começar a gostar mesmo.
É entretanto de recordar uma coisa caricata mas talvez muito significativa de certa mentalidade de esquerda: no pós 25 de Abril, havia operários de extrema-esquerda que, tendo adquirido bons salários, diziam «eu não gosto de camarões, mais hei-de comer tantos que hei-de gostar!»
Outro comunista, nos tempos de adolescência, dizia-me que o gosto pode ser educado... de acordo com as conveniências ideológicas, claro está.


"Mas, na generalidade, evitavam misturas. Repare que até um dos maiores sábios de Atenas, Aristóteles, que até educou Alexandre Magno, morreu sem conseguir nunca ser cidadão ateniense - simplesmente porque era de origem estrangeira."
«Mas aconteceu, raramente.»

A título excepcional.


"Mas, para isso, não é preciso combater os instintos. É só preciso combater os ideais que querem virar os instintos do avesso."
«Não, é preciso é combater os instintos que se aproximam, mesmo sem ideias de miscigenação intencional, de Estirpes que não a nossa»

Não conheço tais instintos.


«É que mesmo com Ideais de Identidade as potencialidades de paixões por estrangeiros continuam lá...»

A título meramente excepcional – como sempre. E isso é inevitável, pouco valendo a repressão. Pelo contrário – a repressão só acende ainda mais tais instintos.

15 de novembro de 2004 às 23:18:00 WET  

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