UM QUOTIDIANO EUROPEU OBSERVADO POR UM NÃO NACIONALISTA
Saliento a grosso as partes mais relevantes:
A Nova Holanda
Por LUÍS CARMELO
Sexta-feira, 12 de Novembro de 2004
Durante os dez anos em que vivi em Amesterdão (durante os anos 80), já tudo acontecia mas ninguém queria ver. Se os turcos a pouco e pouco entravam num bairro, este, também a pouco e pouco, ia-se esvaziando de holandeses. Mas não só. O mesmo acontecia com os marroquinos. Enquanto este processo se ia desenrolando (no que considero hoje ter sido uma espécie de "apartheid" - a palavra é holandesa - progressista), as instituições locais desenvolviam fortes políticas de integração. Na habitação, nas regalias sociais mais diversas, na atribuição de canais televisivos e nos próprios festivais culturais que regular e intensamente subvencionavam. O respeito pelas virtualidades de cada cultura sobrepunha-se muitas vezes a uma espécie de genética culpabilidade ocidental (o ingrediente atravessava todo o arco institucional e não apenas os partidos das franjas).
Tudo isto se passava enquanto a retórica da guerra fria dava os últimos suspiros. Por um lado, apregoava-se generosamente o multiculturalismo e, do outro lado, as segundas gerações imigradas respondiam já com alguma ingratidão e, por vezes, com real agressividade (sempre legitimada através da panóplia dos "sinais identitários"). A esquerda trabalhista, os cristãos democratas e os liberais concordavam, em geral, com esta política e faziam dela uma espécie de ortodoxia social sobre a qual não valia a pena sequer reflectir. Apenas escassíssimos movimentos oriundos do discorrer político-psicopata focavam directamente a questão e, claro, cilindravam-na sem qualquer tipo de equilíbrio (lembro-me do famoso Centrum Partij). O problema crescia, mas, para o olhar de todos, o rei caminhava impudicamente nu.
Foi assim até ao fim do século passado. A inviolabilidade e a estabilidade holandesas nasceram com o pós-guerra e foram-se edificando muito lentamente sobre alicerces que foram ficando submersos. Daí, talvez, esta pacificação facilista e generalizada que excedeu e excede em muito aquilo que é, entre nós, designado às vezes por "bloco central". No entanto o aparecimento do fenómeno Pim Fortuijn acabou por revelar a fragilidade de uma sociabilidade tabu que aprendeu, década após década, a ver-se ao espelho como imutável e totalmente certa de si. A verdade é que a súbita objectividade, o alvoroço repentino e a brusca natureza politicamente incorrecta de Fortuijn valeram-lhe o que era inesperado nas doces terras neerlandesas. A morte.
Dois anos depois, no momento em que o contexto internacional pós-2001 se sedimentou e em que o terrorismo passou a visar o Ocidente como uma excrescência da humanidade sem olhar a meios, um novo atentado escolheu Theo van Gogh. As razões são conhecidas e advêm sobretudo da confiança e do voluntarismo que têm sido gradualmente sustentados pelos múltiplos e indirectos "franchisings" da rede Al-Qaeda e derivados (como aconteceu em Casablanca, em Madrid ou em Istambul). É pois normal que a quietude do Prinsentgracht acabe, hoje em dia, por não escapar aos ventos semeados ao longo de décadas de silenciosa e pródiga "welfare".
Numa carta aberta ao líder parlamentar dos liberais, Hirsi Ali', o suspeito da morte de Theo van Gogh, Mohammed B., um holandês de origem marroquina, volta agora a ameaçar com total despudor: "Ó Hirsi Ali', tu serás desfeito pelo islão" (...) "Com a tua inimizade lançaste um 'boomerang' e sabes perfeitamente que é apenas uma questão de tempo até que esse 'boomerang' te atinja de vez." O líder liberal, Van Aartsen, inconformado e ainda mal recomposto do recente pesadelo holandês, afirmava entretanto: "Isto é Jihad em plena Holanda. As marcas foram todas ultrapassadas. É preciso agir imediatamente contra esta nova situação. Temos que fazer qualquer coisa contra este grupo que nos declarou guerra." O presidente da Câmara de Amesterdão, secundando o alarme generalizado, acrescentava estar convicto de que tudo isto não era o trabalho de uma pessoa, mas sim de um "movimento bem amplo".
O meio político de Den Haag entrou definitivamente em estado de choque. Para já, foram tomadas medidas orçamentais extraordinárias com o objectivo de reforçar a segurança do país. Não se sabe agora o que espera esta terra que há muito casou com o anátema das Índias Orientais, com a discrição calvinista e com o mito do equilíbrio perpétuo. Mas tudo parece estar, de um momento para o outro, posto em causa. Cenário bem mais próximo da descrição que César fez dos pântanos selvagens onde, muito mais tarde, a modernidade de Huijgens, Espinosa e Vermeer havia de emergir com todo o brilho.
Fonte
Adenda:
Terrorismo islâmico
Assassinos de Van Gogh partiram de Portugal
UM DOS operacionais identificado na Holanda por ligações à rede terrorista que assassinou o cineasta Theo Van Gogh esteve em Portugal em Junho passado e foi expulso pelas autoridades na véspera do jogo inaugural do Euro-2004. El Fahtni Noureddine, marroquino com residência em Amesterdão, foi apanhado numa pensão do Porto, local que servia de base de apoio a imigrantes clandestinos, depois dos serviços secretos holandeses terem avisado o SIS sobre a sua entrada em território nacional.
Fonte
A Nova Holanda
Por LUÍS CARMELO
Sexta-feira, 12 de Novembro de 2004
Durante os dez anos em que vivi em Amesterdão (durante os anos 80), já tudo acontecia mas ninguém queria ver. Se os turcos a pouco e pouco entravam num bairro, este, também a pouco e pouco, ia-se esvaziando de holandeses. Mas não só. O mesmo acontecia com os marroquinos. Enquanto este processo se ia desenrolando (no que considero hoje ter sido uma espécie de "apartheid" - a palavra é holandesa - progressista), as instituições locais desenvolviam fortes políticas de integração. Na habitação, nas regalias sociais mais diversas, na atribuição de canais televisivos e nos próprios festivais culturais que regular e intensamente subvencionavam. O respeito pelas virtualidades de cada cultura sobrepunha-se muitas vezes a uma espécie de genética culpabilidade ocidental (o ingrediente atravessava todo o arco institucional e não apenas os partidos das franjas).
Tudo isto se passava enquanto a retórica da guerra fria dava os últimos suspiros. Por um lado, apregoava-se generosamente o multiculturalismo e, do outro lado, as segundas gerações imigradas respondiam já com alguma ingratidão e, por vezes, com real agressividade (sempre legitimada através da panóplia dos "sinais identitários"). A esquerda trabalhista, os cristãos democratas e os liberais concordavam, em geral, com esta política e faziam dela uma espécie de ortodoxia social sobre a qual não valia a pena sequer reflectir. Apenas escassíssimos movimentos oriundos do discorrer político-psicopata focavam directamente a questão e, claro, cilindravam-na sem qualquer tipo de equilíbrio (lembro-me do famoso Centrum Partij). O problema crescia, mas, para o olhar de todos, o rei caminhava impudicamente nu.
Foi assim até ao fim do século passado. A inviolabilidade e a estabilidade holandesas nasceram com o pós-guerra e foram-se edificando muito lentamente sobre alicerces que foram ficando submersos. Daí, talvez, esta pacificação facilista e generalizada que excedeu e excede em muito aquilo que é, entre nós, designado às vezes por "bloco central". No entanto o aparecimento do fenómeno Pim Fortuijn acabou por revelar a fragilidade de uma sociabilidade tabu que aprendeu, década após década, a ver-se ao espelho como imutável e totalmente certa de si. A verdade é que a súbita objectividade, o alvoroço repentino e a brusca natureza politicamente incorrecta de Fortuijn valeram-lhe o que era inesperado nas doces terras neerlandesas. A morte.
Dois anos depois, no momento em que o contexto internacional pós-2001 se sedimentou e em que o terrorismo passou a visar o Ocidente como uma excrescência da humanidade sem olhar a meios, um novo atentado escolheu Theo van Gogh. As razões são conhecidas e advêm sobretudo da confiança e do voluntarismo que têm sido gradualmente sustentados pelos múltiplos e indirectos "franchisings" da rede Al-Qaeda e derivados (como aconteceu em Casablanca, em Madrid ou em Istambul). É pois normal que a quietude do Prinsentgracht acabe, hoje em dia, por não escapar aos ventos semeados ao longo de décadas de silenciosa e pródiga "welfare".
Numa carta aberta ao líder parlamentar dos liberais, Hirsi Ali', o suspeito da morte de Theo van Gogh, Mohammed B., um holandês de origem marroquina, volta agora a ameaçar com total despudor: "Ó Hirsi Ali', tu serás desfeito pelo islão" (...) "Com a tua inimizade lançaste um 'boomerang' e sabes perfeitamente que é apenas uma questão de tempo até que esse 'boomerang' te atinja de vez." O líder liberal, Van Aartsen, inconformado e ainda mal recomposto do recente pesadelo holandês, afirmava entretanto: "Isto é Jihad em plena Holanda. As marcas foram todas ultrapassadas. É preciso agir imediatamente contra esta nova situação. Temos que fazer qualquer coisa contra este grupo que nos declarou guerra." O presidente da Câmara de Amesterdão, secundando o alarme generalizado, acrescentava estar convicto de que tudo isto não era o trabalho de uma pessoa, mas sim de um "movimento bem amplo".
O meio político de Den Haag entrou definitivamente em estado de choque. Para já, foram tomadas medidas orçamentais extraordinárias com o objectivo de reforçar a segurança do país. Não se sabe agora o que espera esta terra que há muito casou com o anátema das Índias Orientais, com a discrição calvinista e com o mito do equilíbrio perpétuo. Mas tudo parece estar, de um momento para o outro, posto em causa. Cenário bem mais próximo da descrição que César fez dos pântanos selvagens onde, muito mais tarde, a modernidade de Huijgens, Espinosa e Vermeer havia de emergir com todo o brilho.
Fonte
Adenda:
Terrorismo islâmico
Assassinos de Van Gogh partiram de Portugal
UM DOS operacionais identificado na Holanda por ligações à rede terrorista que assassinou o cineasta Theo Van Gogh esteve em Portugal em Junho passado e foi expulso pelas autoridades na véspera do jogo inaugural do Euro-2004. El Fahtni Noureddine, marroquino com residência em Amesterdão, foi apanhado numa pensão do Porto, local que servia de base de apoio a imigrantes clandestinos, depois dos serviços secretos holandeses terem avisado o SIS sobre a sua entrada em território nacional.
Fonte
3 Comments:
Durante a segunda metade da década passada, estive cerca de duas dezenas de vezes na Holanda, país de gente afável e simpática e que fiquei a conhecer de Norte a Sul.
Não fossem os milhares de indeséjáveis que por lá deambulavam , em virtude das políticas liberais e masoquistas de promoção do multiculturalismo e aquela nação seria um verdadeiro paraíso.
Foi precisamente na Holanda, que me apercebi da autêntica ameaça que constitui a presença de comnunidades turcas em solo europeu.
Com efeito, inclusivamente os otomanos que lá residiam há várias gerações , comportavam-se geralmente como autênticos selvagens.
Recordo uma jovem amiga holandesa, que aproveitava todas as noites de sextas-feira para apurar a pontaria no clube de tiro de Amsterdão.
Segundo ela, estaria para breve o dia em que só armado se poderia com segurança circular pelas ruas do paraíso multicultural, tão do agrado das almas liberais.
Com efeito, os acontecimentos dos últimos tempos só vêm confirmar os seus temores.
O que é curioso, é que são precisamente os partidários da Turquia na Europa e da produção de mestiçagem , quem preconiza também as políticas esquerdistas tendentes a imporem o famigerado «gun control», que visa unicamente desarmar o cidadão honesto.
Para energúmenos dessa estirpe, só mesmo um encontro com um «simpático muçulmano» como o que liquidou cobardemente Theo Van Gog para lhes abrir os olhos.
Nasty Boy
O comentador anterior tem toda a razão.
Por isso mesmo é que uma das ideias base da Administração Bush, a oposição ao 'gun control', me agrada sobremaneira, uma vez que as forças de segurança não podem (óbviamente) estar em TODO o lado e, nesse caso, temos o direito à auto-defesa.
Nelson Buiça
«Para energúmenos dessa estirpe, só mesmo um encontro com um «simpático muçulmano» como o que liquidou cobardemente Theo Van Gog para lhes abrir os olhos.»
Não sei, sinceramente, se isso mudaria o modo de pensar dessa gente. Quando a lavagem cerebral é profunda, não há grandes hipóteses de retorno à sanidade. Já ouvi um professor que, sendo agredido pelo aluno rufia, insistia em dizer que a culpa não era do aluno mas sim «do sistema». Ora se um professor diz isto de um aluno que o agride fisicamente, o que não dirão os politicamente correctos se por justiça poética forem atacados pela gente que para cá trazem - vão insistir em afirmar que a culpa é do racismo europeu.
Essa gente, internacionalista de esquerda, é a sida do Ocidente - pretende destruir todas as defesas, físicas e sobretudo espirituais e mentais, da raça branca europeia.
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