segunda-feira, novembro 15, 2004

MAIS UM PORTUGUÊS ASSASSINADO NA ÁFRICA DO SUL

O governo português tem a obrigação moral de facilitar a vinda para Portugal dos portugueses que vivem na África do Sul - alguns deles, querem vender o seu negócio e regressar à Pátria, mas não conseguem.

E assim se vai vivendo e morrendo num país onde a separação racial acabou e, como os negros são maioria e nutrem um imenso ódio aos brancos, os crimes cobardes e horrendos sucedem-se contra os indivíduos de raiz europeia.


Do Forum Nacional,

Emigrante, de 57 anos, foi morto a tiro no bairro de Hillbrow, Joanesburgo

Um emigrante português de 57 anos foi sábado morto a tiro no bairro de Hillbrow, Joanesburgo, elevando para 11 o número de portugueses e luso-descendentes assassinados desde o início do ano na África do Sul.

José Manuel Pires Jardim foi morto quando chegava casa e os pormenores sobre o crime são ainda escassos, disse o padre Carlos Gabriel, presidente do Fórum Português, à agência Lusa.

O porta-voz da esquadra de polícia de Hillbrow, que tomou conta da ocorrência, não esteve durante o dia de hoje disponível para falar com a Lusa, embora um agente da corporação tenha confirmado o crime.

Hoje mesmo realizou-se na igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Brentwood Park, a leste de Joanesburgo, um serviço religioso presidido pelo padre Gabriel em memória das vítimas do crime.

O memorial às vítimas portuguesas da criminalidade, erguido no salão paroquial onde se realizou o serviço, contém 332 nomes de portugueses e luso-descendentes mortos de forma violenta desde 1990 na África do Sul.


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Portugueses e luso-descendentes participam em cerimónia em memória das vítimas

Duas centenas de portugueses e luso-descendentes participaram hoje num serviço religioso em memória das vítimas da criminalidade, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, leste de Joanesburgo, um dia após mais um português ter sido assassinado.
Um monumento em mármore negro, onde estão inscritos os nomes de 332 portugueses assassinados desde 1990 em toda a África do Sul e que hoje foi coberto por dezenas de arranjos florais, foi a peça central desta cerimónia, presenciada também pelo novo cônsul-geral de Portugal em Joanesburgo, Manuel Gomes Samuel.
O padre Carlos Gabriel, reitor da paróquia de Nossa Senhora de Fátima e líder do Fórum Português, recordou que se comemoram segunda- feira quatro anos sobre a realização da marcha contra o crime, que mobilizou, em 15 de Novembro de 2000, nas ruas de Pretória, cerca de 12 mil pessoas que exigiram ao governo sul-africano medidas efectivas contra a criminalidade.
Todos os presentes na celebração eram órfãos, viúvos ou de alguma outra forma afectados directamente pelos altos níveis de criminalidade prevalecentes na África do Sul.
Carlos Gabriel revelou durante a sua alocução que mais um português, José Manuel Pires Jardim, foi assassinado a tiro em Joanesburgo.
A vítima, de 57 anos, foi morta a tiro quando chegava a casa, sábado, no bairro de Hillbrow, passando a ser a 11ª vítima portuguesa da triste estatística do ano de 2004.
Sábado, no mesmo salão paroquial, o cantor português Clemente actuou perante centenas de emigrantes com o objectivo de angariar fundos para o apoio aos sobreviventes da criminalidade que ficaram em situação económica difícil em consequência da morte daquele que era, na generalidade dos casos, o "ganha-pão" da família.
O apoio às vítimas tem sido um dos aspectos da actividade do Fórum Português que mais apoios tem granjeado por parte da comunidade e de outras entidades que conhecem bem a realidade sul-africana.
O padre Gabriel referiu que o bispo do Funchal, que recentemente visitou Joanesburgo, destinou aos afectados pelo crime no país o resultado de algumas colectas efectuadas na diocese do Funchal.
Para o religioso, que há mais de quatro anos preside espiritualmente aos funerais de portugueses e luso-descendentes, a tarefa de chamar a atenção para o drama da criminalidade está longe de terminada, sendo fundamental honrar os mortos e apoiar os que sofreram o trauma da perda.
"Rezar pelas vítimas faria pouco sentido se não demonstrássemos solidariedade com os vivos", referiu Carlos Gabriel.
Traçando um paralelismo entre a tragédia que foi o "apartheid" e o número de vítimas da criminalidade dos dias que correm, o padre Carlos Gabriel insistiu que o memorial erguido na Igreja de Nossa Senhora de Fátima encerra simbolismo idêntico ao do Museu do Apartheid e do memorial a Hector Pieterson, o menino negro morto pelas balas da polícia branca no Soweto, em 1976 durante as manifestações conhecidas por "A Revolta do Soweto".
A encerrar a cerimónia, o padre Gabriel leu os nomes dos 298 homens e 34 mulheres que têm o nome e, em muitos casos, a fotografia, inscritos no memorial em placas individuais.
Todos os anos são mortos de forma violenta na África do Sul, segundo números oficiais, cerca de 20 mil pessoas.


3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bem, afinal de contas, a terra não é deles. Ainda que seja dos Afrikaners, o que é facto é que os Portugueses não são lá pedidos nem achados. Se não gostamos que nos invadam a terra, também não devemos invadir as terras alheias.


Imperador

16 de novembro de 2004 às 18:25:00 WET  
Blogger Caturo said...

Não se trata de saber a quem pertence a terra. Trata-se de punir crimes cobardes e abjectos. Ou será que os nazis são maus quando agridem negros na Europa e, quanto aos negros que chacinam brancos, pode dizer-se que «bem, ao fim ao cabo estão na sua terra e....»?...

17 de novembro de 2004 às 10:10:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Pois, é essa dualidade de critérios que é gritante.


Imperador

17 de novembro de 2004 às 15:49:00 WET  

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