QUEBRA-SE O VERNIZ DOS «TOLERANTES» DE ESQUERDA

No dia 11, pude ouvir a crónica de Carlos Amaral Dias na tsf - ou na Antena 1, não tenho a certeza.
Trata-se de um psicólogo bem conhecido que há vá vários anos aparece na rádio, nomeadamente nas rúbricas «O Inferno Somos Nós» e «Nicolau e Maquiavel», de parceria, nesta última, com Carlos Magno. Também escreveu uma página semanal na revista do Expresso.
Disserta, normalmente, sobre questões de foro psicológico, como seria de esperar.
E eu até apreciava o que ele dizia. Sempre me pareceu que, apesar de ser de esquerda liberal, falava não obstante de um modo inteligente, bastante informativo e, o que era melhor, estabelecendo sempre paralelos por meio da História e da Mitologia.
Mas, quando agora se põe a falar de política internacional, mete nojo aos cães.
No dia 11, pude ouvi-lo a insultar o povo suíço, declaradamente, do modo mais primário e imbecilizante possível, à maneira do militante B.E. de rua: no seu dizer, os Suíços eram incultos (sic) porque tinham recusado o direito de cidadania aos filhos dos imigrantes. Ou seja, eram incultos porque não fizeram a vontade à esquerda internacionalista, apátrida e inimiga por isso de todas as identidades raciais, étnicas e nacionais.

Tem piada ver o típico esquerdista quando perde as estribeiras: o amante de toda a humanidade, pacifista militante, histérico gritador em prol da tolerância, fica podre de raiva quando lhe aparece pela frente quem defenda ideais radicalmente diferentes dos seus. Herdou o modo de pensar judaico-cristão em todos os aspectos, excepto o propriamente sacral, e, sendo assim, tem às doutrinas diferentes da sua o mesmo ódio visceral que os Judeus e os cristãos sempre tiveram às outras religiões. Do mesmo modo que os Judeus e os cristãos se lembraram de considerar como demónios os Deuses das outras religiões, também o humanista de esquerda demoniza as ideologias que se opõem ao seu modo de pensar chegando ao ponto de pretender denegrir tanto quanto possível os promotores dessas mesmas doutrinas adversas. E é por isso que odeia profundamente quem recusa a conversão ao credo humanista esquerdista.

Mas o que o deixa mesmo babado de rancor absoluto, é quando o povo opta pelo modo de pensar oposto ao seu. Isso é que o deixa sem conserto: ele, que se auto-proclama defensor dos povos contra os tiranos, e, mais do que isso, porta-voz dos povos contra a tirania, fica completamente virado do avesso, sem referências, sem eira nem beira, quando é o próprio povo quem recusa o modo de pensar esquerdista.

O esquerdista faz o seu ar mais sério e, de peito aberto, arvora a bandeira do humanismo sem fronteiras.
Acto contínuo, o povo, perante a possibilidade de escolher livremente o seu caminho, lança a merda do humanismo sem fronteiras pela sanita abaixo e puxa o autoclismo.

É nessa altura que fica evidente o facto de que o esquerdismo internacionalista, longe de ser genuinamente popular, é tão somente um ideário de seita minoritária que nada mais quer do que acabar com todos os povos existentes para os substituir por uma única massa humana, amálgama de todas as estirpes despedaçadas e diluídas, qual monstro de Frankenstein criado a partir de cadáveres.

A careca do esquerdista fica pois à mostra. E ele não gosta.

Por isso, o esquerdista tem cada vez mais medo dos referendos – porque percebe que os povos não são «de esquerda». Viu-se, por exemplo, o nervosismo de certa esquerdalhada, em Portugal, pouco tempo antes de se realizarem os referendos nacionais, no tempo do governo de Guterres (justiça lhe seja feita, foi um democrata por duas vezes): eles falavam, assustados, do mal que era, repare-se que esta é do mais fino recorte humorístico, do mal que era, dizia, «quebrar a tradição portuguesa da democracia representativa!», porque, segundo este pensamento, a boa tradição portuguesa é deixar os líderes decidirem tudo e o povo ficar a olhar e a bater palmas... e, como os líderes são formados pelo pensamento da esquerda liberal ou da extrema-esquerda, olha que coincidência, vem mesmo a calhar... o giro da coisa é essa preocupação esquerdista pela «defesa da tradição»... uma tradição criada por eles, claro, sem dar cavaco ao povo...

Claro que a esquerda perdeu os dois referendos que foi um mimo. Sem apelo nem agravo.

Ficaram na mesma situação que ficou Carlos Amaral Dias em relação ao referendo da Suíça, bem como o jornalista do Expresso que esta semana comentou o caso, de um modo ridiculamente tendencioso, caindo na boçalidade emotiva de estar a dizer que as estimativas da extrema-direita suíça a respeito da população muçulmana do país em 2050 eram baseadas em dados falsos...
Quem dera a Carlos A. Dias que não tivesse havido referendo nenhum!
O que era bom era que se realizasse uma boa sondagem na Suíça a respeito do assunto. E, depois, se a sondagem apresentasse um resultado desfavorável à integração dos imigrantes, o que era bom era que os líderes iluminados, isto é, que concordam com Carlos A. Dias, passassem por cima da opinião popular e aprovassem a lei directamente, sem essa fascistice, essa nazice! do referendo, e pronto, era um facto consumado – nessa altura, já Carlos A. Dias podia ser tão humano e bem falante como gosta de ser, e viria por isso elogiar a cultura e maturidade dos Suíços, que provavam, pelo seu exemplo, que um dos povos mais civilizados da Europa gostava muito de imigrantes e era anti-racista militante, que isto de gente culta é outra coisa – assim é que era bonito e democrático...

Infelizmente para os Carlos A. Dias e quejandos, os Suíços ainda não estão com a mioleira lavada e atrofiada pelas tretas politicamente correctas.

Os Suíços, como povo civilizado que são, dão pois um exemplo ao resto da Europa de como se vive em verdadeira democracia e consciência da identidade.