NINGUÉM REPARA (?)
Continua essa vergonha que é o programa televisivo «big brother», agora com o título «Quinta dos Famosos».
A ideia do bb é em si degradante. Representa um degrau no caminho para o aviltamento humano que já tinha começado há umas décadas.
Com efeito, o primeiro sinal deste tipo de rebaixamento televisivo, foi dado com os programas de «apanhados»: aí, o colectivo (os autores do programa e o seu público) ridicularizava um determinado indivíduo, colocando-o perante uma situação difícil, caricata, e procurando depois tirar partido da reacção eventualmente risível do visado; na etapa seguinte, desceu-se mais um degrau quando se introduziu o programa do tipo «isto só vídeo», quando era já possível convencer o cidadão de que era bonito fazer figura de palhaço e, assim, era o próprio indivíduo quem se filmava a si próprio em situações ridículas para gáudio de um colectivo; e, depois disso, surgiu então o bb, representando a perda total do pudor, elemento essencial para que haja verdadeira dignidade humana. É, mais uma vez, a sujeição e aniquilação do valor do indivíduo perante a massa humana anónima. Neste caso, uma série de indivíduos aceita voluntariamente abdicar da privacidade, isto é, repita-se, do pudor, com o intuito de divertir um colectivo. Cada uma das pessoas que ali está desce a um nível tendencialmente infra-humanizante ao aceitar portar-se como animal de laboratório perante todo o povo.
E o pior é o efeito que isso tem ao nível da ética do cidadão. Cai por completo a antiga e elementar regra de decência que manda não escutar às portas nem olhar pelo buraco da fechadura – a televisão legitima tal atitude de mesquinhez e baixeza como modo de divertimento público.
Bem disse um anónimo latino que quem viola o pudor alheio, viola na realidade o seu próprio pudor, isto é, mostra que não tem dignidade. É por isso que todos os que colaboram no bb, desde os «actores» aos telespectadores, passando pelos produtores do programa, estão inequivocamente manchados pela vergonha. Mas nem dão por isso.
E, depois, há ainda quem se admire com a progressiva perda de privacidade do indivíduo e dizem que a culpa é do Bush e do anti-terrorismo, enfim, o chorrilho de bacoradas é fluente. Não percebe, quem assim fala, que o germe da falta de pudor entra com muito mais força pelas cabeças adentro por meio de um divertimento que as pessoas se habituaram a considerar normal – e, em achando normal que se institua a bisbilhotice em larga escala, não deixarão de aceitar, sem se sentirem ultrajadas, que o direito ao segredo pessoal seja por completo ignorado. Assim, o cidadão comum perde progressivamente a noção do dever de respeito para com a intimidade de outrem.
Para dar ao tema um ar de deboche total, agora até um autarca popularucho entra na coisa. Um político eleito pelo povo, mete férias das suas funções para ir mostrar o coiro na têvê. E, aparentemente, muitos dos seus eleitores estão muito contentes, porque o «seu» político vai ganhar projecção nacional...
É verdade que o povo quer ídolos e aprecia que a sua bandeira suba mais alto do que as outras, mas tudo se degrada quando se ridiculariza.
A ideia do bb é em si degradante. Representa um degrau no caminho para o aviltamento humano que já tinha começado há umas décadas.
Com efeito, o primeiro sinal deste tipo de rebaixamento televisivo, foi dado com os programas de «apanhados»: aí, o colectivo (os autores do programa e o seu público) ridicularizava um determinado indivíduo, colocando-o perante uma situação difícil, caricata, e procurando depois tirar partido da reacção eventualmente risível do visado; na etapa seguinte, desceu-se mais um degrau quando se introduziu o programa do tipo «isto só vídeo», quando era já possível convencer o cidadão de que era bonito fazer figura de palhaço e, assim, era o próprio indivíduo quem se filmava a si próprio em situações ridículas para gáudio de um colectivo; e, depois disso, surgiu então o bb, representando a perda total do pudor, elemento essencial para que haja verdadeira dignidade humana. É, mais uma vez, a sujeição e aniquilação do valor do indivíduo perante a massa humana anónima. Neste caso, uma série de indivíduos aceita voluntariamente abdicar da privacidade, isto é, repita-se, do pudor, com o intuito de divertir um colectivo. Cada uma das pessoas que ali está desce a um nível tendencialmente infra-humanizante ao aceitar portar-se como animal de laboratório perante todo o povo.
E o pior é o efeito que isso tem ao nível da ética do cidadão. Cai por completo a antiga e elementar regra de decência que manda não escutar às portas nem olhar pelo buraco da fechadura – a televisão legitima tal atitude de mesquinhez e baixeza como modo de divertimento público.
Bem disse um anónimo latino que quem viola o pudor alheio, viola na realidade o seu próprio pudor, isto é, mostra que não tem dignidade. É por isso que todos os que colaboram no bb, desde os «actores» aos telespectadores, passando pelos produtores do programa, estão inequivocamente manchados pela vergonha. Mas nem dão por isso.
E, depois, há ainda quem se admire com a progressiva perda de privacidade do indivíduo e dizem que a culpa é do Bush e do anti-terrorismo, enfim, o chorrilho de bacoradas é fluente. Não percebe, quem assim fala, que o germe da falta de pudor entra com muito mais força pelas cabeças adentro por meio de um divertimento que as pessoas se habituaram a considerar normal – e, em achando normal que se institua a bisbilhotice em larga escala, não deixarão de aceitar, sem se sentirem ultrajadas, que o direito ao segredo pessoal seja por completo ignorado. Assim, o cidadão comum perde progressivamente a noção do dever de respeito para com a intimidade de outrem.
Para dar ao tema um ar de deboche total, agora até um autarca popularucho entra na coisa. Um político eleito pelo povo, mete férias das suas funções para ir mostrar o coiro na têvê. E, aparentemente, muitos dos seus eleitores estão muito contentes, porque o «seu» político vai ganhar projecção nacional...
É verdade que o povo quer ídolos e aprecia que a sua bandeira suba mais alto do que as outras, mas tudo se degrada quando se ridiculariza.
3 Comments:
Excelente crónica amigo Caturo.Penso exactamente o mesmo,mas infelizmente estou cada vez mais convicto que este país está transformado num poço sem fundo e a decadência parece ter espaço contínuo de crescimento; em Portugal é sempre possível descer mais baixo, daí que não seja de admirar a completa falta de orgulho e carácter que grassa entre nós,que orgulho pode ter a populaça que dá lideranças de audiência a nojices como esta, é o paraíso dos bloquistas adeptos de toda e qualquer forma de disfunção social e dos liberais que lucram com a destruição do espírito e dos valores,caminho aberto para o materialismo e a dependência economicista que tanto agrada a estes últimos.
Respeitosamente,
J.E.
Obrigado, camarada evoliano.
Quanto à degradação, infelizmente é mal comum a todo o Ocidente, precisamente nos moldes que referiu, o que constitui a maneira mais directa de levar o Ocidente ao suicídio espiritual e étnico...
Entretanto, fico à espera de mais traduções de Guillaume Faye.
Saudações Nacionais
Já por diversas vezes coloquei comentários no seu blog, comentários esses sempre críticos às ideias por si defendidas nomeadamente no que diz respeito ao racismo e ao nacionalismo ( Ou não fosse a blogosfera um espaço realmente democrático sem censuras nem censores ).
Desta vez, queria apenas agradecer por este post o qual levanta de facto diversas questões sobre as quais todos nós deveríamos reflectir no futuro que queremos para nós enquanto pessoas e enquanto país.
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