quinta-feira, agosto 12, 2004

MAIS UMA VEZ, O CONTRASTE ENTRE A AUTÊNTICA EUROPA E O MUNDO ESPIRITUAL SEMITA

Ainda há pouco ouvi na Antena 2 um locutor/jornalista a dar a notícia segundo a qual Bin Laden disse que a trégua entre a Europa e a Al-caida ia acabar... o comentário final do jornalista foi algo como «Está prestes a começar os Jogos Olímpicos, momento de paz entre os povos, na Grécia antiga... assim, o momento que dantes servia, em nome dos Deuses, para declarar a paz, serve agora, em nome da religião, para declarar a guerra».

De facto, é irónico.

Irónico e tão fácil de explicar como beber um copo de água.

É que, outrora, no tempo em que os Jogos Olímpicos eram celebrados na Grécia pagã, não se declaravam guerras em nome dos Deuses. Nas culturas politeístas tradicionais, não havia nem há a tentativa de querer impôr uma religião sobre um determinado povo. Reconhecia-se e Reconhece-se naturalmente que todos os povos têm os seus próprios Deuses e que assim mesmo é que deve ser.
Ora, o Islão afirma algo de radicalmente oposto a isto. O Islão parte do princípio de que só o seu Deus é verdadeiro (característica comum às três religiões monoteístas semitas) e que o culto desse Deus deve expandir-se a toda a Terra, pela força das armas se preciso for.

E é assim que começa uma guerra religiosa (e ideológica também): quando um determinado grupo humano acha que tem o direito de impôr a todos a sua forma de ver.