sexta-feira, setembro 17, 2021

OCIDENTE - MULHERES AFEGÃS PROTESTAM EM NOME DA SUA HERANÇA ÉTNICA CONTRA TALIBÃS ATRAVÉS DA INTERNET


Mulheres afegãs em todo o mundo estão a publicar fotografias dos seus tradicionais e coloridos vestidos em protesto contra a exigência dos talibãs de que mulheres e raparigas usem hijab nas escolas e universidades.
Quando os talibãs estiveram pela primeira vez no poder, no final dos anos 1990, as mulheres e as raparigas não tiveram acesso à educação e foram excluídas da vida pública.
Os fundamentalistas islâmicos têm tido agora a preocupação de demonstrar que mudaram de atitude, sobretudo em relação às mulheres e determinaram que podem continuar a estudar em universidades, inclusive em níveis de pós-graduação, mas as salas de aula são segregadas por género e a veste islâmica é obrigatória para alunas, professoras e funcionárias.
Apesar desta aparente abertura, continua a haver repressão contra a mulheres. As manifestações em que as mulheres reivindicam direitos iguais aos dos homens têm terminado com violência , as mulheres não podem voltar ao trabalho e estão proibidas de praticar desportos.
As afegãs que estão espalhadas pelo mundo estão a fazer um protesto nas redes sociais mostrando o contraste entre os seus vestidos tradicionais coloridos e as vestes islâmicas negras que os talibãs obrigam as mulheres a usar.
A ideia terá partido, segundo a CNN, de Bahar Jalali, uma antiga professora da Universidade Americana do Afeganistão de acordo com a sua página de LinkedIn. No Twitter partilhou uma fotografia de uma mulher num vestido preto completo e véu.
"Nenhuma mulher jamais se vestiu assim na história do Afeganistão. Isto é totalmente estranho e estranho à cultura afegã. Publiquei a minha foto com o vestido tradicional afegão para informar, educar e dissipar a desinformação que está a ser propagada pelos Talibãs."
Várias mulheres afegãs seguiram o exemplo nas redes sociais.
Waslat Hasrat-Nazimi, chefe do serviço afegão no DW News, publicou uma foto em trajes e toucados tradicionais afegãos com o comentário: "Esta é a cultura afegã e é assim que as mulheres afegãs se vestem".
Sana Safi, jornalista da BBC em Londres, publicou uma foto sua com um vestido tradicional colorido, com o comentário: "Se eu estivesse no Afeganistão, teria o lenço na cabeça. Isto é 'conservador' e 'tradicional'".
Sodaba Haidare, outra jornalista da BBC, escreveu: "Este é o nosso vestido tradicional. Adoramos muitas cores. Até o nosso arroz é colorido, assim como a nossa bandeira."
Peymana Assad, política no Reino Unido originária do Afeganistão, disse na sua publicação: "Esta é a cultura afegã. O meu vestido tradicional (...) O nosso traje cultural não é o traje de dementor* que os talibãs obrigam as mulheres a usar".
(*dementor - referência a personagens dos livros Harry Potter que têm vestes longas e negras)
E a corrente de protesto das afegãs pelo mundo continua com inúmeras fotos de mulheres com os seus trajes tradicionais afegãos.
O destino das mulheres no Afeganistão tem sido fonte de preocupação desde que os talibãs assumiram o controlo do país após a retirada caótica das tropas norte-americanas e internacionais em agosto.
Os talibãs governaram o país de 1996 a 2001, foram destituídos do poder após a invasão liderada pelos EUA. Historicamente tratam as mulheres como cidadãs de segunda classe, sujeitando-as à violência, casamentos forçados, são quase invisíveis no país.
Depois da conquista da capital Cabul a 15 de agosto, a liderança talibã alegou que não iria impor as mesmas medidas. Mas a ausência de qualquer representante do sexo feminino no governo provisório recém-formado e o quase desaparecimento total de mulheres nas ruas do país gera preocupações sobre o que acontecerá a seguir.
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Fonte: https://sicnoticias.pt/especiais/afeganistao/2021-09-15-Afegas-reagem-a-imposicao-do-hijab-negro-com-imagens-de-coloridos-vestidos-tradicionais-fb56ea62?fbclid=IwAR2Iho924QL18kCYO9pGKTq5n7kBl-6qKWQZXm4K5TIfosnAcxoUOKCwatU

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Um contraste entre o descolorido sem luz - preto - e a diversidade de vistas típica dos povos tradicionais, originária e naturalmente politeístas. Valha o Ocidente como única plataforma, refúgio e bastião para que as identidades étnicas possam ser defendidas contra o maior dos totalitarismos religiosos...