... COMEÇA OUTUBRO, CONSAGRADO A MARMOR...
Estátua
de guerreiro romano encontrado nas ruínas das termas romanas dos
Cássios em Lisboa. Reconstituição de J.Espinho segundo a descrição que
se conservou e publicada por Augusto Vieira da Silva na sua obra "
Epigrafia de Olisipo: (subsídios para a história da Lisboa romana)" em
1944
É
uma coincidência no mínimo interessante que a figura marcial acima
exposta não tenha a mão direita, eventualmente por degradação acidental
do material... a imagem traz à mente que na Lusitânia se oferecia a mão
direita dos guerreiros vencidos aos Deuses, talvez aos da Guerra, tal
como sucedia na Cítia, outra nação indo-europeia, com laços que a ligam
aos Celtas arcaicos. Os Citas ofereciam o braço direito dos guerreiros
inimigos em sacrifício ao Deus da Guerra. Ora na Irlanda uma das principais Divindades é Nuadu do/a Braço/Mão de Prata - Nuadu Airgedlamh -
que perdeu um/a braço/mão em combate recebendo em contrapartida um/a
braço/mão de prata. E, na Celtibéria, encontram-se várias imagens de
mãos direitas num monumento em que aparece o teónimo «Neitin». Neitin é eventualmente o mesmo que Neton, Deus da Guerra celtibérico, Cujo nome tem toda a parecença com o de Net ou Neit, Deus da Guerra Irlandês. Em Conímbriga encontrou-se uma inscrição dedicada a um Netus; em Cáceres, que fazia parte da Lusitânia, outra inscrição é dedicada a um Netoni. Neton é um Deus luminoso, segundo o testemunho de Macróbio, que diz que os Accitani veneravam com a maior devoção um «Marte», portanto, um Deus da Guerra, ao Qual chamavam Neton,
que parecia ornada de raios, talvez porque brilhasse. Na figura acima a
ideia de brilho está presente no tronco, atrás do escudo.
Marte, o Marte propriamente dito, latino, é tido na tradição romana como o Pai dos Romanos, Mars Pater, devido ao mito de o fundador de Roma, Rómulo, ser filho de Marte e da vestal Reia Sílvia. Na Roma arcaica, Marte formava uma tríade com Júpiter e Quirino, tendo
porventura devido a isso um flâmine maior. Os flâmines eram os
sacerdotes dedicados ao culto de um Deus em particular. Existiam quinze,
três «maiores», e treze ditos «menores». O de Marte, flâmine martialis, é um dos três maiores, segundo em importância relativamente ao de Júpiter.
Marte, protector de Roma, é não apenas Deus da Guerra mas também da Agricultura. Nalguns locais é ainda um defensor contra as doenças, como sucede na Gália, onde o culto de Mars Lenus tem carácter salutífero, tratando-Se porventura de um sincretismo com alguma Divindade local céltica. Actualmente, o rico e bem organizado património turístico na Alemanha permite uma visita ao templo de Mars Lenus em Marberg («Monte de Marte» em Alemão) por dois euros, com direito a permanecer no templo por muito tempo, deixar moedas de oferenda, até mesmo queimar incenso. Há até possibilidade de encomendar bolos no café local, com uma semana de antecedência, como se pode ler aqui (em Alemão): http://incipesapereaude.wordpress.com/
Marte, protector de Roma, é não apenas Deus da Guerra mas também da Agricultura. Nalguns locais é ainda um defensor contra as doenças, como sucede na Gália, onde o culto de Mars Lenus tem carácter salutífero, tratando-Se porventura de um sincretismo com alguma Divindade local céltica. Actualmente, o rico e bem organizado património turístico na Alemanha permite uma visita ao templo de Mars Lenus em Marberg («Monte de Marte» em Alemão) por dois euros, com direito a permanecer no templo por muito tempo, deixar moedas de oferenda, até mesmo queimar incenso. Há até possibilidade de encomendar bolos no café local, com uma semana de antecedência, como se pode ler aqui (em Alemão): http://incipesapereaude.wordpress.com/
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