BATALHA DE SALAMINA - VITÓRIA DO OCIDENTE CONTRA UM IMPERIALISMO ORIENTAL
«A Batalha de Salamis», pintura romântica de Wilhelm von Kaulbach, 1868
A
22 ou 29 de Setembro de 480 antes da era comum ou cristã, os Gregos
alcançaram uma vitória definitiva contra os Persas na batalha naval de
Salamina. Este evento marcou o fim da empresa persa de conquista do
Ocidente. Seguiu-se uma idade de ouro na Grécia, onde floresceu a
cultura que conhecemos como sendo a clássica.
Os Gregos, em grande desvantagem numérica, ousaram enfrentar o maior império da zona e triunfaram. A
insubmissão aos ditames aparentemente invencíveis da natureza material
parece ser, desde essa época, uma característica típica do Ocidente,
como diz Louis Rougier em «O Conflito do Cristianismo Primitivo Com a Civilização Clássica».
Comemora-se pois uma vitória do Ocidente sobre o Oriente - do Ocidente amante da liberdade sobre o Oriente despótico.
Dizia Aristóteles que a Humanidade se dividia em três grandes grupos:
- no centro do mundo, os Gregos, homens livres e racionais;
- em cima e em baixo, a leste e a oeste, estavam os bárbaros.
Mas os bárbaros não eram todos iguais:
-
aqueles que viviam a norte dos Gregos (os povos indo-europeus bárbaros,
tais como os Trácios, os Celtas, etc.) eram livres e valorosos mas não
pensavam racionalmente nem se organizavam politicamente;
-
aqueles que se encontravam a sul e a oriente dos Gregos - ou seja, os
Egípcios e os Asiáticos - eram tão capazes de criar cultura como os
Gregos, mas não sentiam aspiração à liberdade, não tinham iniciativa,
eram fracos, gregários e, por isso, viviam subjugados.
Isto
é, aquilo que já há mais de dois milénios existia em comum entre os
Gregos antigos e os outros povos da Europa, era precisamente a
valorização da Liberdade.
Os Romanos divinizaram-Na com o nome de Libertas,
personificada em figura feminina vestida de branco, acompanhada de um
gato, animal que não se submete, e tendo numa das mãos um ceptro
quebrado e na outra e uma lança encimada por um barrete frígio.
Prestaram-Lhe especial culto e consideraram-Na associada ao próprio Júpiter, Deus Máximo, O qual A gerou com Juno (que,
por acaso, são Ambos adorados a 23 de Setembro, mas não confirmo esta
informação, que não encontro no calendário romano que actualmente
consulto).
César, na sua «De Bello Gallico», ou «A Guerra das Gálias»,
reconhecia aos seus inimigos Celtas e Germanos um valor respeitável
devido ao amor que tanto uns como outros nutriam pela liberdade. E, em
coisas de História, a fonte escrita diz por vezes tanto ou mais a
respeito de quem a escreve do que a respeito do objecto sobre a qual é
escrita. Ora, tal consideração da parte de César revela que este tinha
em alta estima o ideal da Liberdade.
Tácito, por seu turno, na obra «A Germânia», compara os livres e bravos Germanos com os civilizados e subservientes Persas... Voltando
a César, parece ter sido ele quem afirmou que os Lusitanos eram um povo
que não se governava nem deixava que o governassem.
Séculos
e séculos depois, seriam os descendentes de Gregos, Romanos, Celtas e
Germanos quem levaria ao resto do mundo o respeito pela sagrada
Libertas, sem a qual não há Dignitas, acrescento eu, da minha lavra...
Quanto
aos Persas, é verdade que eram, tal como os Helenos, de origem árica,
mas também é verdade que, no momento em que chegaram à Hélade, levavam
consigo uma pesada carga orientalista. Sabido é que quem conta a
História impõe a sua versão dos factos e a História que conhecemos dessa
época é-nos relatada pelos Gregos, inimigos mortais dos Persas. É pois
necessário tomar o relato helénico cum grano salis. Independentemente
disso, o que fica evidente, pelo modo como os Gregos gabam a diferença
entre a sua liberdade e o alegado despotismo da sociedade persa, é o
apreço grego, ou ocidental, digamos, pela Liberdade, uma das heranças
ideológicas centrais do Europeu contemporâneo.
O
Oriente, por vocação ou necessidade, não deixou ainda de exportar
imperialismo. O Islão, que, no mesmíssimo espírito que Aristóteles
atribuía aos Orientais, significa precisamente «submissão a Alá», cresce
a olhos vistos em solo europeu, não porque os descendentes de Helenos,
Latinos e Nórdicos sejam hoje menos apreciadores da Liberdade do que
eram os seus ancestrais - são-no é cada vez mais - mas sim porque
entretanto quem controla politicamente a Europa permite, por diversos
motivos estranhos à salvaguarda identitária, a proliferação demográfica
nas terras do Ocidente de asiáticos seguidores de Mafoma. Invocar o
primado da Liberdade é pois um dos vectores chave para que se dirija uma
resistência europeia interna eficiente e uma salvaguarda do rosto
europeu.
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