ÍNDIA CONDENA AFIRMAÇÕES TURCAS SOBRE CAXEMIRA
O representante permanente da Índia na Organização das Nações Unidas (ONU), TS Tirumurti, condenou na Mércores [23] o discurso do presidente turco Recep Tayyip Erdogan na Assembleia Geral da ONU (UNGA), no qual ele pediu uma resolução multilateral para a disputa de fronteira da Índia com o Paquistão na Caxemira, rotulando o discurso de Erdogan como "interferência grosseira" e "completamente inaceitável".
Erdogan, chefe do Partido Islâmico da Justiça e Desenvolvimento (AKP) da Turquia, fez os comentários em sessão especial da AGNU num vídeo gravado na Martes [23]. O líder turco descreveu a disputa pela fronteira do Sul da Ásia como uma “questão candente” para a estabilidade regional, de acordo com o Hindustan Times.
“O conflito da Caxemira, que também é fundamental para a estabilidade e a paz no Sul da Ásia, ainda é uma questão candente. As medidas tomadas após a abolição do estatuto especial de Jammu e Caxemira complicaram ainda mais o problema”, disse Erdogan.
O governo indiano, sob o comando do primeiro-ministro Narendra Modi, descartou a constituição local da região de Jammu e Caxemira e dividiu o território controlado pela Índia em 2019.
“Somos a favor de resolver esta questão por meio do diálogo no âmbito das resoluções da ONU e, especialmente, de acordo com as expectativas do povo da Caxemira”, acrescentou Erdogan. Ele e outros líderes mundiais não se dirigiram à assembleia pessoalmente devido a preocupações com o coronavírus chinês.
Tirumurti respondeu via Twitter que “a Turquia deve aprender a respeitar a soberania de outras nações e reflectir sobre as suas próprias políticas de forma mais profunda”.
Sob Erdogan, a Turquia intensificou dramaticamente os seus esforços de intervenção militar estrangeira. Em 2019, os militares turcos entraram e ocuparam grandes porções do norte da Síria. No ano seguinte, os militares turcos destacaram-se para a Líbia num esforço para apoiar o Governo de Acordo Nacional (GNA) contra as forças do comandante militar apoiado pela Rússia Khalifa Haftar. Erdogan também gerou disputas internacionais com Arménia e Grécia.
O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, um companheiro islâmico, saudou calorosamente o discurso de Erdogan, usando o Twitter para expressar a sua gratidão ao presidente turco por “levantar a sua voz em apoio dos direitos do povo de Caxemira”.
Passou a descrever a disputa de fronteira como uma “luta pela auto-determinação” dos caxemires locais.
Os governos indiano e paquistanês disputam a soberania sobre a região de Caxemira, situada no extremo norte da Índia, desde a saída do governo britânico em 1947 e a subsequente partição do Raj entre as duas potências, segundo a Britannica.
Índia, Paquistão e China controlam cada um uma parte da região de Caxemira. Após a retirada britânica, o marajá de Caxemira inicialmente procurou manter a região independente, mas acabou optando pelo controle indiano. O conflito que se seguiu entre a Índia e o Paquistão levou a uma linha de cessar-fogo, que serviu como fronteira informal desde então.
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Fonte:
https://www.breitbart.com/national-security/2020/09/24/outraged-india-calls-erdogan-kashmir-remarks-un-totally-unacceptable/
https://www.jihadwatch.org/2020/09/indias-permanent-representative-to-un-rebukes-erdogans-criticism-of-india-over-kashmir-gross-interference
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A Turquia a afirmar-se cada vez mais como uma campeã ou defensora do mundo islâmico, o que reforça a ideia que dali pode surgir um califado bem mais perigoso do que o actual Daesh. Esta é pois mais uma oportunidade de oiro do Ocidente para apoiar a Índia como sua natural aliada na luta contra o islamismo e pela salvaguarda da Democracia.
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