quarta-feira, março 06, 2019

SOBRE A CENSURA PRÓ-ISLÂMICA NO FACEBOOK

Recentes acontecimentos ilustram como o Facebook, que anteriormente já defendia as leis da blasfémia, continua com a "censura em relação à charia" no que diz respeito ao conteúdo que aparentemente bate de frente com as suas "Normas Comunitárias".
Um levantamento publicado pelo Wall Street Journal em 8 de Janeiro, observou que os executivos do Facebook e do Twitter removeram a activista Laura Loomer das suas plataformas depois de Zahra Billoo, CEO do Council on American Islamic Relations (CAIR), divisão San Francisco Bay Area, resolver denunciá-la. O que o Facebook deixa de divulgar é que o CAIR já conspirou com outrem, porém não foi indiciado no maior caso de suporte financeiro de terrorismo da história dos EUA. O CAIR também foi considerado uma organização terrorista pelos Emirados Árabes Unidos.
No entanto, não deveria causar surpresa o facto de os executivos do CAIR terem tanta influência sobre as redes sociais. Segundo Sam Westrop do Islamist Watch: "Desde 2008, a Silicon Valley Community Foundation (SVCF) doou US$330.524 a duas organizações islamistas, ao Council on American Islamic Relations (CAIR) e ao Islamic Relief... A SVCF é a maior fundação comunitária dos Estados Unidos com um património superior a US$8 biliões. Entre os seus parceiros corporativos encontram-se algumas das maiores empresas de tecnologia do país, cuja maior doação foi a do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg no valor de US$1,5 bilião".
O Vale do Silício, em outras palavras, parece ter o hábito de dar ajuda financeira a islamistas.
A própria Billoo, de acordo com a Jihad Watch: "em tuítes que permanecem publicamente disponíveis... manifestou o seu apoio a um califado islâmico e à Lei Islâmica (Charia). Em inúmeros tuítes também afirma que o ISIL se encontra no mesmo nível moral que os soldados americanos e israelitas, salientando que "as nossas tropas estão envolvidas em terrorismo".
Também em Janeiro, o Facebook removeu anúncios que faziam propaganda a favor de uma petição do grupo "Britain First" contra a restauração e expansão de uma mesquita no Reino Unido, numa página do Facebook chamada Political Gamers UK. O "Britain First"anunciou que irá processar o gigante das redes sociais por "discriminação política".
As duas últimas instâncias de censura do Facebook estão longe de serem as primeiras. Em 2018 alguns dos incidentes divulgados sobre a censura no Facebook, por exemplo: O site de notícias Voice of Europe noticiou que foi recorrentemente censurado e suspenso por publicar artigos com conteúdo que reflectia o posicionamento crítico dos políticos da Europa Central e Oriental contrários à imigração. Um exemplo disso deu-se quando numa resenha literária realizada pelo ex-presidente checo Vaclav Klaus no site Europe All Inclusive, ressaltou: "o influxo de imigrantes é comparável às invasões bárbaras da Europa." Segundo a Voice of Europe, enfatizou: "decidimos agora não mais publicar todas as nossas notícias no Facebook porque não queremos perder a nossa página."
O historiador e autor católico alemão Dr. Michael Hesemann teve os seus comentários sobre o papel histórico do Islão na Europa retirados porque, ao que consta, não correspondiam às "normas comunitárias" do Facebook. Hesemann havia escrito que "o Islão desempenha sempre apenas e tão somente um papel nos 1700 anos na história do Ocidente Cristão: o papel da espada de Dâmocles pairando sobre as nossas cabeças, a ameaça da barbárie contra a qual se faz necessária a união e a luta. Nesse sentido o Islão não faz parte da história alemã..."
O editor Jamie Glazov da Frontpage Magazine foi banido do Facebook por 30 dias por postar capturas de tela das ameaças feitas por um muçulmano contra ele. Também foi banido do Facebook por 30 dias noutra ocasião, por ter escrito um artigo sobre o 17º aniversário dos atentados de 11 de Setembro sobre a melhor forma de prevenir futuros 11 de Setembro: "9 Passos para Combater Triunfalmente a Jihad." (Mais recentemente, outro gigante das redes sociais, o Twitter, avisou Glazov que o seu novo livro, Jihadista Psicopata: Charmoso, Sedutor, Devorador, viola o código penal do Paquistão, segundo o qual Glazov está, ao que parece, "maculando o Sagrado Alcorão". Por ora, o Twitter não tomou nenhuma providência, mas dá mostras até que ponto as redes sociais estão dispostas a levar em conta as leis da charia).
O Facebook retirou a página do imã australiano Mohammad Tawhidi do Facebook "por ele ter publicado um post achincalhando o grupo terrorista Hamas além de se exprimir em termos sarcásticos sobre os protestos pacíficos dos palestinos".
O Facebook baniu para sempre a sucursal europeia do movimento juvenil anti-migração, Generation Identity. O gigante das redes sociais retirou as páginas do movimento por conterem "conteúdo extremista".
O Facebook censurou um post que criticava o tratamento dispensado pelo Islão aos gays como "discurso de incitamento ao ódio", banindo o editor do site que estava por trás do post Politicalite, por 30 dias.
É comum o Facebook bloquear postagens do site Jihad Watch do historiador e escritor Robert Spencer. Por exemplo, isto aconteceu tanto em Setembro quanto em Dezembro.
Os exemplos acima representam apenas uma pequeníssima amostra dos incidentes divulgados que dizem respeito a uma série de usuários do Facebook conhecidos do público, usuários menos conhecidos das redes sociais são censurados e banidos o tempo todo. Na Alemanha, por exemplo, o advogado, jornalista e activista contra a censura Joachim Nikolaus Steinhöfel gere um site que documenta a censura do Facebook somente na Alemanha. Parece haver uma quantidade enorme de dados para documentação, visto que em Junho de 2017 o Facebook removeu uma média de 288 mil postagens por mês ao redor do planeta, de acordo com as suas próprias estatísticas.
Isto não deveria apanhar ninguém de calças curtas, senão vejamos: o Facebook, assinou o Código de Conduta para combater o discurso de incitamento ao ódio na Internet da Comissão Europeia, que obriga a gigante das redes sociais a rever e remover, no prazo máximo de 24 horas, "discurso de incitamento ao ódio, o que é ilegal". O vice-presidente de políticas públicas do Facebook, Richard Allan salientou em 2017: "A nossa definição actual de discurso de incitamento ao ódio é qualquer coisa que atente directamente contra as pessoas com base no que é conhecido como suas 'características protegidas': raça, etnia, nacionalidade, filiação religiosa, orientação sexual, sexo, género, identidade de género, invalidez ou doença grave."
"Não há uma resposta universalmente aceite para se saber quando alguma coisa passou dos limites...
Às vezes, é palpável que alguma coisa se configura como discurso de incitamento ao ódio e que deve ser removida, porque é consistente quanto ao incitamento directo à violência contra as características protegidas ou degrada ou desumaniza quem quer que seja. Ao identificarmos ameaças críveis de violência iminente contra qualquer um, incluindo ameaças baseadas na característica protegida, também denunciamos o caso para as autoridades competentes locais ."
O Facebook, no entanto, parece ser "bem criativo" no que tange a obedecer às suas próprias directrizes. Por exemplo, o Facebook remove "conteúdos que glorificam a violência ou que festejam o sofrimento ou a humilhação dos outros". Contudo, na Suécia, Ahmad Qadan postou actualizações de status do seu perfil público no Facebook, pedindo doações para o ISIL. As postagens permaneceram online durante dois anos. O Facebook só retirou as postagens depois de o serviço de segurança sueco, (Säpo), o contactar. Em Novembro de 2017, Ahmad foi considerado culpado e condenado a seis meses de prisão por usar o Facebook para arrecadar dinheiro com o intuito de financiar a compra de armas para os grupos terroristas ISIL e Jabhat al-Nusra e por postar mensagens fazendo apologia "acima de tudo a gravíssimos actos de violência ou desproporcionalmente visando civis com a intenção de criar terror na população".
O Facebook respondeu: "às vezes cometemos erros. Quando isso acontece nós corrigimo-los assim que tomamos conhecimento dos factos".
Em Setembro, os média canadianos noticiaram que Zakaria Amara, líder terrorista de Toronto, que actualmente cumpre pena de prisão perpétua por planear atentados explodindo camiões inspirados na Al Qaeda no centro de Toronto, mesmo assim tinha uma página no Facebook na qual postava fotos e observações sobre o porquê de ter-se tornado terrorista. Somente depois de os média canadianos entrarem em contacto com o Facebook para saber sobre a conta do terrorista é que a empresa excluiu a conta de Amara "por ele ter violado nossas normas comunitárias".
Em França, um prisioneiro identificado como Amir foi acusado em Novembro de publicar propaganda do ISIL a partir da sua cela na prisão usando um telefone infiltrado clandestinamente. O Facebook, ao que tudo indica, não deu a mínima.
Mais recentemente, na Alemanha, Frank Magnitz, parlamentar do partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), ficou gravemente ferido num ataque violento, que o seu partido classificou de "tentativa de assassinato." O grupo alemão "Antifa", Antifa Kampfsausbildung, postou "obrigado" em resposta ao ataque. O Facebook concluiu que o apoio do grupo à violência contra um membro do parlamento se encaixa perfeitamente em suas "normas".
Talvez a selectividade do Facebook se deva às lealdades já expostas abertamente. Em Julho de 2017, Joel Kaplan, vice-presidente de políticas públicas do Facebook, segundo consta, prometeu ao ministro do interior do Paquistão, Chaudhry Nisar Ali Khan, que o Facebook "removerá contas falsas e material explícito, abominável e polémico que incitem à violência e ao terrorismo".
"O porta-voz disse que enquanto conversava com o vice-presidente do Facebook, Nisar disse que toda a Ummah muçulmana ficou muito incomodada e cismada em relação ao uso indevido das plataformas de redes sociais para disseminar conteúdo blasfemo... Nisar disse que o Paquistão agradece a compreensão demonstrada pela administração do Facebook e que a cooperação está sendo estendida nessas áreas."
O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, agora parece estar mais propenso do que nunca à censura. Num recente memorando escrito de maneira ininteligível, monótona e burocrática, ele descreve o seu plano para desencorajar o "conteúdo limítrofe", um conceito que dá a impressão de ser da tal maneira sem pés nem cabeça a ponto de englobar tudo o que Zuckerberg e o Facebook possam imaginar ser passível de censura. Eis a definição de Zuckerberg: Um dos maiores problemas que as redes sociais enfrentam é que, quando deixadas à vontade, as pessoas envolver-se-ão de maneira alucinada em mais assuntos sensacionalistas e provocatórios... Em grande escala poderá solapar a qualidade do discurso público e levar à polarização. No nosso caso, também poderá deteriorar a qualidade dos nossos serviços. O nosso estudo sugere que, independentemente do nível de limitação do que é permitido ou não, à medida que um determinado conteúdo se aproxima da linha demarcatória do limite, as pessoas engajar-se-ão mais na média..."
"Esta é uma questão básica de incentivo que podemos resolver penalizando o conteúdo limítrofe de modo que ele seja menos encaminhado e menos engajado. Ao fazer com que a curva de encaminhamentos se pareça com o gráfico abaixo, onde o encaminhamento diminui à medida que o conteúdo vai ficando mais sensacionalista, as pessoas serão incentivadas a não criar conteúdo provocativo que esteja o mais próximo possível da linha demarcatória".
"Curiosamente, o nosso estudo aponta que esse padrão natural de conteúdo limítrofe, ao conquistar mais envolvimento, se aplica não apenas às notícias, mas também a quase todas as categorias de conteúdo. Por exemplo, fotos próximas do limite da nudez, como a exibição de roupas ou posições sexualmente provocantes, atraem mais engajamento na média, isto antes de mudarmos a curva de encaminhamento para desencorajar tais tendências. O mesmo vale para mensagens que não se encaixam na nossa definição de discurso de incitamento ao ódio, mas ainda são ofensivas". "Este paradigma poderá ser aplicado aos grupos em que as pessoas participam e também às páginas que elas seguem. É particularmente importante abordar essa questão, embora as redes sociais como um todo exponham as pessoas aos mais diversos pontos de vista e, embora os grupos em geral incentivem a inclusão e a aceitação, páginas e grupos desagregadores mesmo assim têm condições de alimentar a polarização. Para gerir tudo isto, precisamos de introduzir essas alterações em relação aos encaminhamentos não apenas para elevar o nível, mas para todos os nossos sistemas de recomendação, para os ambientes em que você deveria participar."
É curioso que Zuckerberg apresente a sua visão de incentivar negativamente o "conteúdo limítrofe" como algo novo, quando, na verdade, isto tem vindo a ser o elemento principal do Facebook há vários anos. Em Novembro de 2017, por exemplo, "o tráfego do Facebook para o Jihad Watch despencou 90% de uma hora para a outra e nunca mais se recuperou" de acordo com o criador do site, Robert Spencer.
Evidentemente o Facebook continua defendendo as leis da blasfémia.
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Judith Bergman é colunista, advogada e analista política, também é Ilustre Colaboradora Sénior do Gatestone Institute.
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Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/13817/facebook-leis-blasfemia

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Não é de surpreender que no seio da elite sócio-económica haja simpatia ou de algum modo entendimento com as forças do Islão - há negócios e há também o cosmopolitismo militante que reina a esse nível, além do desprezo pelas classes baixas e pelos desfavorecidos em geral, particularmente afectados por umas ideologia fortemente hierarquizante, como bem se constata não só nos países muçulmanos mas também nas áreas urbanas ocidentais onde o Islão cresce.