terça-feira, março 05, 2019

SOBRE A ACTIVIDADE DE MISSIONÁRIOS CRISTÃOS NA AMAZÓNIA

"Se os degredados, que aqui hão de ficar aprenderam bem a sua fala [dos Índios] e os entenderam, não duvido que eles, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor, que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade".
O trecho anterior foi retirado da carta que o português Pero Vaz de Caminha enviou a Portugal relatando as primeiras impressões dos navegantes portugueses sobre os habitantes nativos da terra que posteriormente se chamaria Brasil.
Mesmo após 519 anos do descobrimento, é possível identificar ainda grupos religiosos que actuam com o mesmo intuito descrito por Pero Vaz de Caminha na carta: fazer com que os Índios deixem as suas crenças ancestrais para se converterem ao Cristianismo.
Um relatório feito em 2010 pela Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB) noticiou que, das 340 etnias indígenas presentes na região da Amazónia, 182, ou seja, 53,5% do total, têm presença missionária evangélica.
O levantamento, publicado pelo Jornal O Globo, mostrou que em 132 comunidades os trabalhos são feitos pelos próprios indígenas.
Segundo a antropóloga Lucia Helena Rangel, assessora do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e coordenadora do “Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil”, há diversos tipos de missionários actuando junto dos Povos indígenas. Alguns com o intuito de defender os direitos desses Povos e outros com o objectivo de praticar evangelização, semelhante ao desejado por Pero Vaz de Caminha.
“Há alguns evangélicos que estão lá para evangelizar do jeito deles, que é para traduzir a Bíblia, para dessa forma exercer um domínio sobre os Povos”, disse à Sputnik Brasil.
O controle de acesso de grupos religiosos a tribos indígenas é feito pela Fundação Nacional do Índio (Funai). A entrada de missões em terras indígenas só pode ocorrer com autorização da presidência do órgão ou em caso de as lideranças das aldeias autorizarem a entrada dos grupos.
Segundo Eduardo Luz, pastor da organização Missão Novas Tribos do Brasil, que trabalha com evangelização dos Povos indígenas há aproximadamente 40 anos, o trabalho não se limita a levar o  evangelho: “Nós levamos o evangelho, tanto pela vida quanto pela palavra transmitindo o ensinamentos da Bíblia, mas cuidamos da área de saúde, educação, desenvolvimento comunitário, aquilo que traz benefícios para as comunidades com as quais trabalhamos”, justificou à Sputnik Brasil.
Durante a sua carreira, Lucia Helena Rangel pôde acompanhar de perto o trabalho de algumas organizações que fazem práticas parecidas com a da Missão Novas Tribos do Brasil. Para a antropóloga, esse tipo de actividade é “complicadíssima” e deve ser acompanhada com atenção.
O mal está sempre ligado às tradições indígenas, o bem está sempre ligado as proposições doutrinárias evangélicas, isto é um negócio muito complicado. Alguns exemplos que eu vi são estarrecedores”, disse.
Sobre as críticas feitas por defensores dos direitos dos Povos indígenas de que na verdade o processo de evangelização representa um suposto “ataque à cultura desses Povos”, o pastor Eduardo Luz responde dizendo que na verdade o que ataca os Povos é a falta de acesso à saúde: “Você conhece algo que abala mais a cultura indígena do que a saúde ou a educação? Você chega a um lugar em que está um índio doente com malária e ele acredita que aquela doença da malária vem por causa de um feitiço”, diz. “Ao dar o remédio para a malária você diz que ela é causada por um mosquito que picou e transmitiu a doença, você está a mostrar-lhe que a crença dele era equivocada”, completou Eduardo Luz.
Discutir a presença de missionários evangélicos em comunidades indígenas brasileiras é também o assunto principal do documentário brasileiro 'Ex-Pajé", do director Luiz Bolognesi.
O filme conta a história de Perpera Suruí, pajé do Território Indígena Paiter Suruí, na fronteira de Rondónia com Mato Grosso. A actuação de pastores evangélicos contra as crenças tradicionais, tirou a função de Suruí e fez com que ele deixasse de receber remédios, bolsa de assistência social e boleia para a cidade.
O documentário foi vencedor do prémio Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) de melhor Documentário de longa ou média-metragem da Competição Brasileira do Festival É Tudo Verdade.
*
Fonte: https://br.sputniknews.com/brasil/2019022813401450-amazonia-missionarios-indios-biblia-evangelicos-dominio/

* * *

Dois mil anos depois, continuam os lacaios do Judeu Morto na mesma senda de sempre, pondo a sua despudorada desonestidade ao serviço do seu fanático totalitarismo. Depois, quando recebem o troco da sua beatífica filha-da-putice, nessa altura queixam-se de que «os cristãos estão a ser perseguidos!!», que foi sempre esse chiqueiro histérico que fizeram ao longo da história, porque também isso é parte do «show» cristão, porque o cristão sente-se justificado e realizado ao imitar Cristo. Tendo o carpinteiro judeu sido perseguido e crucificado, compreende-se que os seus devotos julguem glorificar-se ao reivindicarem pelo menos um bocadito dessa perseguição. Chama-se a isto a «imitatio Dei», ou «imitação de Deus», preceito antigo, pré-cristão, que adquiriu extrema relevância na prática cristã, é daí que vem o destaque que a historiografia cristã sempre deu, e continua a dar, às alegadas perseguições de que os cristãos «são vítimas» ao longo da história, que em demasiados casos é uma aldrabice pegada, como tem sido denunciado por diversos autores, nomeadamente, que aqui se viu: http://gladio.blogspot.com/2013/03/novo-livro-o-mito-da-perseguicao-como.html

2 Comments:

Anonymous Carlos said...

Graças aos anti cristãos, os índios da Amazônia estão retomando os antigos sacrifícios para os deuses e retomando a cultura de enterrar crianças vivas. Sim, o infanticídio tinha sido abolido pelos lacaios do judeu morto e agora está voltando em nome do "politicamente correto". É, os pagãos fazem por merecer as espadas islâmicas em seus pescoços...

5 de março de 2019 às 15:06:00 WET  
Blogger Caturo said...

Claro que isso é o que os cristãos sempre quiseram, espada no pescoço dos pagãos, depois quando recebem o troco, queixam-se, armam histérico e devoto cagaçal porque «os cristãos estão a ser perseguidos no mundo inteiro!!!!» Por esse motivo é que constitui verdadeiro exemplo da mais poética justiça quando há cristãos a serem mesmo perseguidos a sério por muçulmanos, seus «irmãos mais novos», porque estão bem uns para os outros; quando recentemente no Azerbaijão houve umas toneladas de igrejas a serem fechadas, isso foi muitíssimo bem feito, porque, como diz a própria letra cristã, «quem com ferros mata, com ferros morre». A total falta de vergonha cristã nunca por nunca está desarmada, alimenta-se de si mesma, por isso é que dois mil anos depois continua na senda da mais pura desonestidade para impingir o seu culto a todos, como é disso exemplo a encenação do «sacrifício» de crianças por parte dos Índios brasileiros que a ministra de Bolsonaro andou a querer lançar. 1) Falta de carácter, 2)total despudor, 3)nojo absoluto: uma trindade da beatitude cristã.

5 de março de 2019 às 21:18:00 WET  

Enviar um comentário

<< Home