quarta-feira, março 28, 2018

CONFIRMA-SE O FIM DA GARRAIADA EM COIMBRA MESMO CONTRA UMA ALEGADA DECISÃO ANTI-DEMOCRÁTICA DO CONSELHO DE VETERANOS

A decisão do Conselho de Veteranos que contrariou o resultado do referendo aos estudantes de Coimbra, que terminava com a garraiada na Queima das Fitas, foi considerada nula, disse à agência Lusa o Dux Veteranorum.
O Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra decidiu em reunião, no dia 21, que a garraiada permanece na Queima das Fitas de Coimbra, indo assim contra a decisão do referendo, através do qual 70,7% dos estudantes votaram pelo seu fim.
"Após esta reunião, foi-me participado que, pelo menos, um dos elementos que participou na acesa discussão que ocorreu no passado dia 21 e que participou na votação não auferia de uma posição na Hierarquia Praxística que tal lhe permitisse. Com base nas normas de funcionamento do Conselho de Veteranos, a comprovação dos factos reportados torna nulas as decisões tomadas nessa reunião, dado que a participação dessa pessoa enviesou quer a discussão quer a votação final", explicou o Dux.
Nesse sentido, o Dux convocou para dia 02 de Abril, "após a pausa lectiva da Universidade de Coimbra, um Magnum Consilium Veteranorum extraordinário, com ponto de ordem único a ratificação do resultado do referendo à academia sobre a Garraiada, a ter lugar pelas 21h no Mini-Auditório Salgado Zenha, sito no Piso 0 do Edifício Sede da Associação Académica de Coimbra".
O Dux disse ainda à Lusa que a história diz que o Conselho de Veteranos segue sempre aquilo que a Academia defende, neste caso o fim da garraiada: "A vontade expressada pelos estudantes no passado dia 13 de Março foi inequívoca, não restando dúvidas de que a garraiada é um evento que não reúne um claro apoio na comunidade académica", afirmou.
Por isso mesmo, defende, "a História, a Praxe, a Tradição e a Queima das Fitas pertencem aos estudantes da Universidade de Coimbra e, neste sentido, devem sempre ser defendidos os interesses e convicções destes".
"As tradições são também mutáveis, e evoluem em conjunto com a nossa sociedade. Nunca devemos esquecer a História e as nossas Tradições, mas devemos também saber adequá-las às realidades e convicções da sociedade presente. Foi neste sentido que apresentei nesta reunião a recomendação a todos os presentes para reconhecimento do resultado do referendo do passado dia 13", acrescentou o Dux.
Na Joves, numa carta aberta, antigos dirigentes da Associação Académica de Coimbra (AAC) e das várias secções e organismos que a compõem apelaram ao Conselho de Veteranos que respeite a decisão do referendo de acabar com a garraiada.
O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) apelou também na Joves à "desobediência civil" dos estudantes de Coimbra, após o Conselho de Veteranos ignorar o referendo que determinava o fim da garraiada na Queima das Fitas.
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Fonte: https://www.publico.pt/2018/03/23/local/noticia/conselho-de-veteranos-que-decidiu-manter-a-garraiada-em-coimbra-considerado-nulo-1807853

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A hierarquização ainda vigente no seio académico obriga a que se tenha demasiado trabalho para fazer valer uma decisão tomada por via democrática... que, já agora, nem sequer deveria ter precisado de um referendo, já que em causa estava um direito básico, o dos animais ao bem-estar e isso não se referenda... Só se referenda o que diz respeito à vida da sociedade em geral e afecta activamente os votantes, uma vez que se trata de escolher o seu próprio destino, não se referenda a continuidade de uma tradição que implica o sofrimento de terceiros sem voto na matéria.


2 Comments:

Blogger Afonso de Portugal said...

«nem sequer deveria ter precisado de um referendo, já que em causa estava um direito básico, o dos animais ao bem-estar e isso não se referenda...»

Sendo assim, então jamais poderemos expulsar os alógenos nascidos em Portugal, porque está em causa o seu direito básico à pátria em que nasceram! Essa lógica de não se referendarem direitos parece-me muito perigosa, porque assenta na falácia da sua imutabilidade e universalidade. Só que os direitos não são imutáveis, muito menos universais... e a História demonstra-o. É por isso que compete ao povo em cada nação -e só ao povo em cada nação- decidir democraticamente o que é ou deixa de ser um direito. Além de que aquilo que é ou não um direito tem sido imposto (bem ou mal) pelas elites, pelo que, ao não exigirmos que os direitos sejam sufragados, corremos o risco de serem as elites a decidir em exclusivo quais são ou não os nossos direitos!

E para que fique claro, eu também sou contra a tourada. Mas a lógica de decidir única e exclusivamente em função de direitos, que na prática são normas culturais estabelecidas, é uma faca de dois gumes: se aceitarmos ser contra a tourada mesmo quando a maioria dos cidadãos for a favor (hipoteticamente), então não temos como não aceitar a iminvasão, mesmo que a maioria dos cidadãos seja contra!

29 de março de 2018 às 19:39:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Só se se considerar que os iminvasores têm direito a entrar em casa alheia, ou que os nascidos em solo nacional têm tanto direito à nacionalidade como os filhos de nacionais. Nada de nada justifica essa posição a não ser aquela segundo a qual nenhuma Nação é de ninguém mas sim de uma elite política que a governa. Nada disso se pode inferir do que eu disse.
O sofrimento de um toiro prejudica o toiro; a ausência deste sofrimento não prejudica ninguém, ou pelo menos não prejudica o corpo, a propriedade e o direito fundamental de ninguém. Agora, a vinda de imigrantes em larga escala para um país que não é o seu pode prejudicar os donos desse país; os donos desse país, ou seja, cada um dos seus cidadãos, devem ter uma palavra a dizer sobre o acto de lhe meterem em casa gente que não é da sua casa.

29 de março de 2018 às 20:45:00 WEST  

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