MEIO SÉCULO DE DEMOCRACIA: 25 DE ABRIL SEMPRE - 25 DE ABRIL JÁ
Independentemente do que possa ter havido de mau a partir da revolução de Abril de 1974, eventualmente decorrente, pelo menos nalguns aspectos, da desordem geral que usualmente se segue às revoluções, e da crise e sujeição em que o País se encontra neste momento, sucedendo de resto o mesmo com outros países europeus que não tiveram nenhum 25 de Abril... independentemente de tudo isto, dizia, não podem negar-se duas belas consequências deste golpe de Estado:
- primeiro, a Liberdade, um dos valores cardeais do Ocidente, divinizada já na Antiguidade, a Liberdade e a sua concretização política, a Democracia, embora severamente falseada, como whiskey marado, dada a proibição, de resto generalizada no mundo ocidental, do «racismo» político, isto é, a tudo o que a elite reinante queira chamar «racismo»;
- segundo, o facto de, pelo menos oficialmente, Portugal ter deixado de ser uma pátria multicontinental e voltado a ser o que sempre foi enquanto nação - um país inteiramente europeu, isto independentemente de a elite reinante tentar, por via da promoção da lusofonia, recuperar em parte essa multi-continentalidade, que, de resto, é ainda hoje excepcionalmente cara à «Direita» conservadora, incluindo a salazarista...
Só por estes dois ganhos, ainda que em segunda mão, a saber, o da Liberdade e o da re-europeização, já valeu a pena o 25 de Abril.
Quanto à corrupção e ao fosso sócio-económico reinantes na actualidade, ambos os flagelos devem-se não à Democracia mas sim a um défice da mesma - não acontecem por causa da Democracia mas sim contra a Democracia, porque a democracia portuguesa é, ainda, insuficientemente democrática. Números e estatísticas, factos apurados, indicam, efectivamente, que quanto mais democráticos são os países menor é a sua corrupção e desnível social, como já aqui foi demonstrado, de resto.
Não é demais reforçar a limitação relativa e não intencionalmente ideológica (digo eu) mas nem por isso menos real que o 25 de Abril impôs à multirracialização que o Estado Novo preconizava. Interessa lembrar que, ironicamente, um dos obreiros desta desafricanização prática foi um dos vultos históricos do maior partido da Esquerda, Almeida Santos:
Este ano assinalam-se nesta celebração os seus cinquenta anos, o que, no actual contexto cultural do Ocidente, adquire especial importância por se tratar de uma chamada «data redonda», e porquê?, porque é que 50 é mais assinalável do que 49 ou do que 51?, porquê este foco nos números redondos, relativos à unidade, ou, neste caso, meia unidade, pois que 50 é metade de 100?, porque, como dizia Eliade, persiste até mesmo no Ocidente mais irreligioso, um fundo de religiosidade inconsciente, que valoriza a unidade e a totalidade, que significa a plenitude e indica o absoluto, quando, no caso histórico português em epígrafe, muito maior importância em termos estritamente racionais deveria ter tido a celebração de há dois anos, ou seja, os 48 anos do regime abrilino, para que se possa compará-los, aos anos, com os 48 anos do regime anterior - como estava o País antes deles, como ficou o País depois deles, sem esquecer como estava o resto da Europa em ambos os períodos...
Não é demais reforçar a limitação relativa e não intencionalmente ideológica (digo eu) mas nem por isso menos real que o 25 de Abril impôs à multirracialização que o Estado Novo preconizava. Interessa lembrar que, ironicamente, um dos obreiros desta desafricanização prática foi um dos vultos históricos do maior partido da Esquerda, Almeida Santos:
Este ano assinalam-se nesta celebração os seus cinquenta anos, o que, no actual contexto cultural do Ocidente, adquire especial importância por se tratar de uma chamada «data redonda», e porquê?, porque é que 50 é mais assinalável do que 49 ou do que 51?, porquê este foco nos números redondos, relativos à unidade, ou, neste caso, meia unidade, pois que 50 é metade de 100?, porque, como dizia Eliade, persiste até mesmo no Ocidente mais irreligioso, um fundo de religiosidade inconsciente, que valoriza a unidade e a totalidade, que significa a plenitude e indica o absoluto, quando, no caso histórico português em epígrafe, muito maior importância em termos estritamente racionais deveria ter tido a celebração de há dois anos, ou seja, os 48 anos do regime abrilino, para que se possa compará-los, aos anos, com os 48 anos do regime anterior - como estava o País antes deles, como ficou o País depois deles, sem esquecer como estava o resto da Europa em ambos os períodos...
Enfim, 50 anos tem a sua piada no actual contexto político português, pois que o resultado político destes 50 anos de Democracia é haver 50 deputados anti-imigração no parlamento da Nação. Obrigado também por isso, Revolução...
5 Comments:
Algum comentário às recentes declarações do MRS?
https://observador.pt/opiniao/um-presidente-woke-ou-apenas-falador/
o ultramar foi a pior coisa pra europa gerou paises como eua que odeiam o ocidente
«Algum comentário às recentes declarações do MRS?»
São tantas e tão más que aquilo já é fartar vilanagem...
Por acaso desta vez disse alguma coisa acertada - o PSD é sobretudo de implantação rural, enquanto o PS é muito mais urbano; e o António Costa tem o seu quê de oriental, pois pudera...
Quanto à obscena converseta das reparações, foi a vergonha previsível, vindo de quem vem, do tipo que, depois de agentes da autoridade terem sido espancados por «««jovens»»» no bairro da Jamaica, foi fotografar-se, não junto dos polícias agredidos, mas sim de «««jovens»»» do dito sítio... depois disto, espero tudo do fulano... Nem sequer se dignou a dizer uma palavra, ou pelo menos meia, sobre as desgraças dos retornados, alguns dos quais perderam o fruto do trabalho das suas vidas... foi portanto mais uma wokice criminosa de quem deveria ter mais noção de responsabilidade para com o cargo que ocupa, nomeadamente no que respeita à maneira como as suas palavras podem encorajar ainda mais ÓDIO terceiro-mundista contra os Portugueses, não apenas em África e no Brasil, mas também em território português...
DEMOCRATAS MAINSTREAM
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PIOR QUE OS SALAZARISTAS
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Os salazaristas não evocaram o repatriamento dos portugueses que não estavam de acordo com a guerra...
PELO CONTRÁRIO
os democratas mainstream evocam a repatriamento dos ucranianos que não concordam com a guerra... nomeadamente... os ucranianos que defendem que os russófonos das regiões russófonas, integradas na Ucrânia pela DITADURA DOS SOVIETES, devem possuir a LIBERDADE de decidir se querem permanecer na Ucrânia ou regressar à Rússia.
[nota: os ucranianos-mainstream apoiados/financiados pelo ocidente mainstream... procuraram implementar um genocídio de russófonos]
«os ucranianos-mainstream apoiados/financiados pelo ocidente mainstream... procuraram implementar um genocídio de russófonos»
Treta. A guerra foi iniciada por milícias russas em solo ucraniano, como já aqui foi publicado, é notícia de 2014, um líder local russo a gabar-se de o ter feito:
https://gladio.blogspot.com/2023/11/quando-um-lider-militar-separatista.html
De resto, ninguém alguma vez impediu os russos do leste ucraniano de voltarem à Rússia, é só cruzarem a fronteira... quanto ao território que foi DADO pela URSS à Ucrânia, paciência, azar dos Russos que eram liderados por um Kremlin suficientemente arrogante para presumir que a Ucrânia iria ficar a vida inteira sob a pata russa. A arrogância paga-se.
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