PORTUGAL CONHECIDO NALGUNS MEIOS COMO «LAVANDARIA DE ANGOLA»
Sem trazer grandes novidades sobre o tema, e na véspera das eleições gerais angolanas, o New York Times publica um artigo sobre o investimento privado angolano em Portugal e as suspeitas de branqueamento de capitais, titulando que Lisboa passou de uma posição de domínio em relação a Luanda para o papel de nação dominada.
“As circunstâncias nos dois países criaram uma combinação perfeita: enquanto Portugal estava enfraquecido pela crise financeira de há uns anos, os angolanos tiravam partido do boom do petróleo que proporcionou grandes oportunidades de enriquecimento pessoal para a elite, em particular a família do Presidente e o seu círculo mais próximo”, escreve o jornal norte-americano.
O artigo inclui declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e de Luís Mira Amaral, antigo presidente do BIC.
O trabalho, assinado pelo jornalista Norimitsu Onishi, abre com uma descrição do edifício Estoril Sol, em Cascais, frequentemente referido como "o edifício dos angolanos" devido ao número de apartamentos daquele complexo habitacional que foram comprados por indivíduos e famílias daquela nacionalidade, apontado como um exemplo de como grande parte do capital estrangeiro investido em Portugal é proveniente da antiga colónia lusa.
O jornal norte-americano recorda que Angola é considerada por várias organizações como uma das nações mais corruptas do mundo, apontando que Portugal é palco de esquemas de branqueamento de capitais angolanos de origens ilícitas. Citada pelo New York Times, a eurodeputada socialista Ana Gomes afirma que “em Angola, chamam lavandaria a Portugal”.
O diário descreve os investimentos feitos por figuras que gravitaram em torno de José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola desde 1979, que não é candidato às eleições de quarta-feira. “Com milhares de milhões investidos em Portugal, incluindo em algumas das suas maiores empresas públicas, os angolanos compraram adegas, jornais, clubes desportivos e outros troféus dos super ricos", lê-se.
São dados como exemplos os investimentos no BCP, na Galp ou no Sporting Clube de Portugal, entre outras entidades.
“Tínhamos na cabeça a ideia que Angola era um país pobre que precisava de ser ajudado”, afirma Celso Filipe, um jornalista português, autor do livro O Poder Angolano em Portugal, citado pelo New York Times. “E, de repente, são capazes de nos ajudar e comprar coisas que nós não conseguimos comprar. É como se a empregada comprasse a tua casa. É embaraçoso”, acrescenta.
O presidente do Conselho de Administração do Millenium BCP, António Monteiro, é citado no artigo admitindo que os investimentos angolanos ajudaram muitas empresas portuguesas a resistir — incluindo o seu banco.
O problema é a origem do dinheiro, escreve o jornal nova-iorquino, que cita um relatório Departamento de Estado dos EUA para dizer que há “fundos suspeitos de Angola” a serem utilizados para comprar “negócios e património imobiliário” em Portugal.
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Agradecimentos ao Arauto por também ter aqui trazido a notícia que se lê nesta página: https://www.publico.pt/2017/08/22/mundo/noticia/angola-portugal-passou-de-colonizador-a-colonizado-diz-new-york-times-1783021
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Ah, maravilhas da «lusofonia», que seria de Portugal sem esta ligação a África que tanto «nos» enriquece...
De notar que entretanto há figuras como a de António Martins, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros (num governo do PSD...), que não gostam que em Portugal se denuncie tão frequentemente a corrupção de angolanos em contacto com Portugal, segundo ele próprio diz nesta entrevista: http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/martins-da-cruz-angola-nao-e-o-alentejo?ref=DET_maislidas...
Pois 'tá claro... quanto menos o povo souber do que se está a passar, mais carcanhóis entram para os bolsos dos do costume... e mais aumenta o fosso sócio-económico entre o povo e a elite, não só em Angola, que no interessa menos, mas também cá, por contágio..
Pois 'tá claro... quanto menos o povo souber do que se está a passar, mais carcanhóis entram para os bolsos dos do costume... e mais aumenta o fosso sócio-económico entre o povo e a elite, não só em Angola, que no interessa menos, mas também cá, por contágio..
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