O QUE ESTÁ EM CAUSA NO CASO DOS ESTIVADORES DOS PORTOS PORTUGUESES
Boas notícias nos chegam da frente dos Portos. Em solidariedade com os seus companheiros portugueses e depois de já se terem dirigido a algumas Embaixadas de Portugal na Europa, os estivadores europeus vão, já amanhã, parar os Portos da Europa durante duas horas. Já sabemos que não vai faltar quem faça as contas ao prejuízo, mas felizmente haverá quem também lembre os lucros assombrosos de quem fica a ganhar muito mais do que o dinheiro que é pago aos profissionais da Estiva.
Vejamos. As empresas que exploram os Portos, a esmagadora delas por via concessionária, paga uma bagatela ao Estado para explorar estas infra-estruturas e quando os seus lucros nunca aumentaram tanto, aparecem apostados em cortar no custo do trabalho dos Estivadores, uma das poucas despesas da factura portuária que pouco agrava quer o preço final quer o volume de importações e de exportações. Seria interessante, por isso mesmo, comparar as facturas portuárias dos Portos onde estão trabalhadores profissionalizados e os portos que estes empresários já precarizaram, para se perceber que não será aqui que o Estado vai poupar um cêntimo, sendo que o seu grande objectivo é a transferência de mais capital para os bolsos de quem explora o negócio.
A Mota-Engil, que de parva pouco tem, faz passar a ideia de que é no custo do trabalho que está o maior entrave às exportações, mas não explica que é ela quem quer ficar com o capital que vai ser poupado com a mudança de paradigma ao nível do vínculo dos trabalhadores. Até aos despedimentos do último ano, de resto, nunca o conjunto dos trabalhadores portuários foi razão para estrangular o volume do import-export. Curiosamente, na hora de despedir alegou-se que não havia volume suficiente para os trabalhadores portuários que estavam ao dispor no Porto de Lisboa, mas, menos de um ano volvido, alega-se falta de mão-de-obra para justificar a contratação de trabalhadores precários em substituição dos despedidos. Haverá quem não veja quão evidente é a fraude em curso?
A Mota-Engil, que de parva pouco tem, faz passar a ideia de que é no custo do trabalho que está o maior entrave às exportações, mas não explica que é ela quem quer ficar com o capital que vai ser poupado com a mudança de paradigma ao nível do vínculo dos trabalhadores. Até aos despedimentos do último ano, de resto, nunca o conjunto dos trabalhadores portuários foi razão para estrangular o volume do import-export. Curiosamente, na hora de despedir alegou-se que não havia volume suficiente para os trabalhadores portuários que estavam ao dispor no Porto de Lisboa, mas, menos de um ano volvido, alega-se falta de mão-de-obra para justificar a contratação de trabalhadores precários em substituição dos despedidos. Haverá quem não veja quão evidente é a fraude em curso?
Porque um Porto com trabalhadores precários é, também, um Porto perigoso, uma vez que se trata de um trabalho altamente especializado e que não dispensa a devida formação, fica à vista, também por isso, quem é que despreza este sector da economia nacional, ainda que disfarce a irresponsabilidade criminosa com a propaganda do interesse nacional.
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