CELEBRAÇÃO RELIGIOSA INDO-EUROPEIA RESISTE ENTRE OS IAZIDIS
Os Iazidis celebram hoje o seu Novo Ano, que tradicionalmente começa na primeira Mércores de Abril. A este dia chama-se a «Mércores vermelha» (Çarşema Sor), eventualmente porque, de acordo com a narrativa cosmogónica iazidi, foi neste dia da semana (Mércores, quarta-feira) que Deus terminou a criação e que os primeiros raios de Sol chegaram à Terra, enquanto o firmamento começou a ficar vermelho. Os ovos que nesta altura os praticantes do culto deixam do lado de fora das suas casas para que Deus os identifique podem ter origem no mito da grande pérola (Dur) a partir do qual o ser material foi criado. Curiosamente fazem estes ovos lembrar os ovos que se tornaram num elemento decorativo popular na Páscoa ocidental...
Celebra-se aqui o espírito do mais elevado dos sete arcanjos, Tawus Melek, que constitui a essência da religião.
É, ao mesmo tempo, a celebração da Primavera. Nisto assemelha-se ao ano arménio e ao arcaico ano latino, que começava também na Primavera, mais concretamente em Março, que era o primeiro mês do ano antes de Júlio César lhe acrescentar Janeiro e Fevereiro.
Na tradição iazidi, não pode haver casamentos neste mês e a população não deve cultivar a terra, para que a Natureza possa recuperar.
Nesta ocasião, os iazidis acendem milhares de velas, as chamadas Çira, durante o entardecer.
Como se sabe, os Iazidis são curdos que se mantêm leais à sua religião étnica, o Iazidismo, que muitos muçulmanos consideram como «adoração do diabo», como já aqui foi explicado.
No ano passado foi assim: http://gladio.blogspot.pt/2015/04/celebracao-religiosa-indo-europeia.html
Os Iazidis que não podem celebrar no seu santuário em Lalish, norte do Iraque, fazem-no onde quer que estejam, nomeadamente no Canadá, nos EUA, na Arménia, na Alemanha e na Geórgia.
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Fonte: http://ezidipress.com/en/ezidis-celebrate-new-year/
A Criação da Terra segundo a cosmogonia da religião iazidi. Trabalho de um artista curdo, Ammar. |
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