quarta-feira, fevereiro 03, 2016

LÍDER DO CURDISTÃO IRAQUIANO QUER REFERENDO PELA SOBERANIA CURDA

O líder do Curdistão iraquiano pediu um referendo sobre a independência da região, dizendo que "chegou a hora" de os Curdos tomarem uma decisão sobre o seu futuro, apesar da ameaça representada pelo Daesh (auto-denominado Estado Islâmico) e pela terrível situação económica.
O apelo foi feito por Massoud Barzani, líder da Região Autónoma do Curdistão no Iraque, que está no poder desde 2005. No entanto, não disse quando o referendo proposto poderia acontecer, segundo relata a RT.
"Chegou o momento e a situação é agora apropriada para o Povo Curdo tomar uma decisão sobre o seu destino através de um referendo", disse Barzani, num comunicado divulgado nesta Mércores (3).
"Esse referendo não é para proclamar um Estado, mas sim para conhecer a vontade e a opinião do Povo Curdo acerca da independência e para a liderança política curda executar a vontade popular na época e condições adequadas", acrescentou.
Para realizar a votação, a região precisaria primeiro de estabelecer uma autoridade eleitoral independente, segundo ressaltou Barzani.
Os curdos iraquianos controlam grandes partes do território iraquiano, as quais têm vindo a ser administradas com autonomia por parte do Governo Regional do Curdistão.
Apesar do caos interno na região, que sofre graves problemas económicos devidos à queda dos preços do petróleo, Barzani acredita que nunca haverá uma chance melhor para os Curdos aproveitarem a chance de ganhar a independência.
"Se o povo do Curdistão está à espera de alguém que apresente o direito de auto-determinação como um presente, a independência nunca será obtida. Este direito existe e as pessoas do Curdistão devem exigi-lo e colocá-lo em movimento", exortou o líder, citado pela Reuters.
Anteriormente, em Julho de 2014, Barzani anunciou os planos de realizar um referendo sobre a independência no final daquele ano, dizendo que o Iraque já estava "efectivamente dividido". No entanto, devido a tensões políticas internas iraquianas e ao avanço do grupo terrorista Daesh, o pleito foi colocado em espera.
As forças curdas Peshmerga iraquianas estão na linha da frente contra os jihadistas e lutam activamente no Iraque, fornecendo apoio terrestre aos ataques aéreos da coligação liderada pelos Estados Unidos contra o Daesh no Iraque.
Apesar do relativo apreço que eles ganharam na comunidade internacional, é improvável que as potências mundiais, incluindo os EUA, venham a apoiar as reivindicações de independência. Washington já declarou que deseja que os Curdos continuem a fazer parte do Iraque.
Em Dezembro, a Turquia realizou ataques aéreos contra as forças do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em áreas curdas no norte do Iraque. O PKK, um dos grupos militarizados curdos na região, é considerado uma organização terrorista pela Turquia e pelos EUA. Dez jactos turcos F-16 foram usados nos ataques.
As tensões já estavam a aumentar entre Ancara e Bagdad depois de a Turquia resolver enviar centenas de soldados equipados com tanques e artilharia para a província de Nínive, no norte do Iraque, em 4 de Dezembro do ano passado, alegando que as tropas estavam lá para treinar as forças de combate ao Daesh.
Bagdad respondeu que não tinha pedido a ajuda das forças turcas e exigiu a retirada imediata das tropas invasoras, descrevendo a medida de Ancara como uma violação da soberania iraquiana e pedindo a intervenção da OTAN.
Por outro lado, apesar de as aspirações independentistas curdas serem historicamente ignoradas e combatidas pelas potências regionais – especialmente pelos Estados vizinhos com grandes populações minoritárias de curdos –, os Curdos iraquianos parecem ter ao seu lado pelo menos um actor regional de peso: Israel. No mês passado, a ministra da Justiça israelita, Ayelet Shaked, pronunciou-se a favor de um Estado Curdo independente.
"Devemos exortar abertamente à criação de um Estado curdo que separe o Irão da Turquia, um que seja amigável em relação a Israel", disse Shaked, numa conferência anual sobre segurança em Tel Aviv realizada em 19 de Janeiro, conforme citado pelo jornal Times of Israel.
"O Povo Curdo é um parceiro para o Povo Israelita", disse ela, acrescentando que o extremismo islâmico na região pode ser combatido em conjunto pelos Curdos e pelos Israelitas. "Nós, Curdos e Judeus, temos uma longa história. Temos interesses comuns na tentativa de parar o Daesh e os Curdos estão a lutar contra o Estado Islâmico com todas as suas forças".
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Fonte: http://br.sputniknews.com/mundo/20160203/3480520/independencia-curda-iraque-referendo.html

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Qualquer nacionalista coerente faz votos para que Israel tenha realmente poder suficiente para promover a causa da soberania curda... qualquer nacionalista coerente quererá que surja na região um Estado Curdo, a bem do ideal verdadeiramente nacionalista segundo o qual a cada Nação corresponde um só Estado e a cada Estado uma só Nação.
Não esquecer, de resto, que o parentesco étnico entre os Curdos e o grosso dos Europeus - tudo gente de origem indo-europeia - inclinaria naturalmente os nacionalistas europeus a manifestarem a sua solidariedade para com uma futura soberania curda.


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Não temos nenhuma outra, nem podemos ter nenhuma outra ideia que nos una, senão o patriotismo", ressaltou.
Para o presidente russo, esta ideia não é "ideológica" e pode aumentar a "eficiência" da Rússia.


Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20160203/3476847/putin-explica-ideia-nacional.html#ixzz3z8sBiNtZ

3 de fevereiro de 2016 às 21:19:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

'Tel-Aviv pretende desintegrar a Turquia para criar o Grande Israel'

Leia mais: http://br.sputniknews.com/opiniao/20160203/3480159/Israel-Turquia-relacoes.html#ixzz3z8sU1G00

3 de fevereiro de 2016 às 21:20:00 WET  

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