sábado, dezembro 12, 2015

O QUE ESTÁ EM CAUSA NO(S) NOME(S) DO NOVO CALIFADO

O Conselho Inter-religioso russo exigiu a unificação de todos os nomes do grupo terrorista proibido na Rússia, que nos média é conhecido como ISIL, ISIS ou Estado Islâmico (EI). Ao que se sabe, após este pedido muitas edições resolveram seguir a proposta. A Sputnik esclarece a razão por trás da exigência.
De acordo com o Conselho, o nome que os militantes usam para se referir a si mesmos dá uma noção errada de Islão.
O vice-chefe da Administração clero de muçulmanos da Rússia Damir-hazrat Mukhetdinov explicou o uso linguístico da palavra e a noção religiosa: "O mais correcto é chamar a organização de acordo com a sigla árabe Daesh. É claro que a tradução em russo seria a mesma [Estado Islâmico do Iraque e Levante], mas não é óbvio, quando jornalistas escrevem Daesh. Por exemplo, o que é 'Al-Qaeda'? Não traduzimos isso em Russo e, por esta via, não demos o equivalente à palavra, que significa 'regras'. Mas, no caso do uso do nome 'Estado Islâmico', a palavra Islão é usada no significado errado".
Daesh, ISIS, ISIL – o que significa tudo isto? 
"Daesh" é a sigla em árabe para al-Daula al-Islamiya al-Iraq wa Sham (Estado Islâmico do Iraque e Sham [Levante]). O mais correcto seria "Daish", mas a variante "Daesh" é mais usada nos média o que é mais correcto do ponto de vista de pronúncia.
O acrónimo ISIS é usado amplamente nos média em Inglês e significa Estado Islâmico do Iraque e Síria, o que provoca muita controvérsia, já que o Iraque e a Síria são dois Estados soberanos que não têm nada a ver com os terroristas cujas acções sangrentas sacodem o mundo inteiro.
Altos diplomatas e políticos em várias línguas, inclusive o Inglês, usam o acrónimo “ISIL” no qual a única coisa que difere da sigla anterior é a letra “L” que significa Levante – uma região não determinada de forma precisa e que abrange Síria, Palestina, Jordânia e Líbano.
Em árabe, a região do Levante chama-se al-Sham e é também conhecida como Síria. Resumindo, Levante e al-Sham são quase a mesma coisa. 
Como é geralmente sabido, a guerra deve ser travada em todas as frentes, inclusive nos média e na opinião pública. 
Em Árabe, esta palavra é semelhante à "Daes", que significa "aquele que esmaga algo" ou "Dahes" que pode ser traduzido como "aquele que semeia a desordem".
Segundo divulgou o jornal britânico Mirror, citando o canal de TV norte-americano NBC, militantes do grupo terrorista ameaçaram "cortar as línguas de cada um que pronuncie a palavra 'Daesh'".
Além disso, nos territórios controlados pelo grupo terrorista, o uso da palavra "Daesh" não só é proibido, mas o castigo são 70 chibatadas, informou o jornal britânico The Independent.
Quer dizer, os próprios terroristas oferecem mais uma razão para usar ainda mais activamente a palavra "Daesh" porque o que é mau para os terroristas é bom para o mundo.
(...)  
Os terroristas do Daesh desistiram da ligação regional (a autodesignação de Estado Islâmico do Iraque e do al-Sham) e adoptaram "Estado Islâmico" porque não respeitam fronteiras estatais e pretendem construir um califado global. Posicionam-se como uma formação religiosa supranacional – retiraram todas as referências à Síria e ao Iraque dos livros de estudo nas escolas nos territórios controlados e eliminaram a fronteira entre a Síria e o Iraque nas áreas que controlam. 
Por isso, não querem ver nenhuma referência aos nomes de Estados (neste caso, o Iraque) e territórios históricos (neste caso é o al-Sham). (...)
*
Fonte: http://br.sputniknews.com/mundo/20151202/2949370/daesh-terrorismo.html#ixzz3txpaKvNE


1 Comments:

Blogger Afonso de Portugal said...

Os mé(r)dia fazem de tudo para nos convencer a deixar de chamar islâmico ao Estado Islâmico. Comigo, pelo menos, não têm sorte: eu agora escrevo sempre Estado Islâmico, por exetenso, com a palabra "islâmico" sublinhada e a negrito!

12 de dezembro de 2015 às 19:01:00 WET  

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