sexta-feira, dezembro 04, 2015

A IMPRENSA «LIVRE» OCIDENTAL E TURCA DIANTE DAS DENÚNCIAS RUSSAS AOS NEGÓCIOS PETROLÍFEROS DA TURQUIA COM O CALIFADO

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://br.sputniknews.com/mundo/20151203/2962682/midia-Turquia-Ocidente-coletiva-acusacoes-Russia.html
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Os média internacionais não apoiaram acusações prestadas pelo Ministério da Defesa russo contra a liderança turca, afirmando que só são propaganda russa. Todavia, onde está verdadeiramente a propaganda?
Durante a entrevista colectiva do Ministério da Defesa russo de Mércores (2), o vice-ministro Anatoly Antonov apresentou dados de inteligência russa inclusive fotos, imagens de satélite e mapas detalhados que mostram quantidades industriais de petróleo levado dos territórios sob o controle do Daesh na Síria e no Iraque para a Turquia e depois para terceiros países.
O momento mais sensacional do evento foi a declaração de Antonov sobre o envolvimento da liderança política turca inclusive o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan e a sua família no comércio de petróleo com os terroristas.
Todavia, em vez de iniciar a sua própria investigação, os média internacionais criticaram a Rússia por apresentar evidências contra a Turquia dizendo que as revelações têm carácter de confrontação e hostilidade.
A reacção dos jornais norte-americanos The Washington Post e The New York Times limitou-se a parafrasear o artigo da agência The Associated Press (AP) que acusou “os altos chefes militares da Rússia” de agravarem a situação nas relações com a Turquia com as suas acusações “violentas” apresentadas contra o presidente turco.
A Bloomberg, por seu turno, defendeu Erdogan dizendo que a investigação foi um sinal de que a Rússia “intensificou os seus ataques contra a Turquia” e citando o comentário do adido militar turco que esteve presente na conferência de imprensa e disse que “mais esperava uma entrevista colectiva de carácter militar do que acusações políticas”.
A reacção dos média britânicos foi muito parecida. O jornal The Guardian divulgou um artigo intitulado “Rússia agrava hostilidades contra Turquia em conferência de imprensa militar” indicando sarcasticamente que “se calhar a Turquia substituiu os EUA como o inimigo retórico número 1 da Rússia”, mas não se focou em evidências reais. O The Financial Times no seu artigo disse que as revelações do Ministério da Defesa russo são somente “mais uma componente da propaganda russa” após o abate do Su-24.
É interessante que os média turcos, ao invés dos seus colegas ocidentais, não criticaram a Rússia pelas acusações de Mércores (2). É que não disse nada sobre a conferência de imprensa do Ministério da Defesa russo.
As publicações que decidiram publicar matérias sobre o tema excluíram dos seus textos aqueles trechos que, na sua opinião, são muito “violentos” para não deixar Erdogan furioso.
O jornal Hurriyet, que é considerado uma das principais publicações governamentais turcas, não reagiu de forma alguma à entrevista colectiva do Ministério da Defesa russo, publicando somente um artigo sobre a atitude norte-americana às acusações da Rússia. O silêncio sobre a entrevista provocou uma indignação entre leitores turcos. Passadas algumas horas, no site Eksi Sozluk, que é bastante popular entre os usuários turcos, foram deixados comentários sobre a censura do jornal.
Um dos usuários deixou o seguinte comentário: “[Os funcionários do Hurriyet] não percebem que sob a pressão de Erdogan e do Partido de Justiça e Desenvolvimento o seu jornal em breve se tornará numa folha de informações governamental. Vai perder a confiança e ninguém irá lê-lo”.
Um outro jornal turco Milliyet também ignorou a entrevista colectiva. Entretanto o Milliyet bem como o Hurriyet publicaram matérias sobre os turcomanos que morrem em resultado dos bombardeamentos russos. Há que destacar que emissoras de rádio e canais televisivos turcos seguiram o exemplo dos jornais governamentais.
Ao mesmo tempo, os jornais turcos de esquerda prestaram muita atenção às declarações do vice-ministro russo. Por exemplo, o portal de notícias SoL destacou que o Ocidente também está a par do comércio de petróleo entre a Turquia e os terroristas. Um outro jornal de carácter socialista BirGun destacou que “Erdogan que tomou a decisão de abater o avião russo confiando na OTAN encontra-se num beco sem saída”.
O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, declarou que as acusações da Rússia são parecidas com “propaganda soviética na altura de guerra fria”, desmentindo as declarações sobre o envolvimento turco no comércio com o Daesh. O político disse que as “mentiras russas” visam esconder problemas nas relações com o seu vizinho.
Tendo em conta o incidente do Su-24 russo premeditadamente abatido pelo F-16 turco parece que nem a liderança turca nem os média turcos e ocidentais podem contestar factos evidentes das acções criminosas da Turquia.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

a dualidade de critérios em defender o nao europeu e dar ma imagem ou nao apoiar quando o europeu expoe provas contra o estrangeiro, sao incriveis.


"Todavia, em vez de iniciar a sua própria investigação, os média internacionais criticaram a Rússia por apresentar evidências contra a Turquia dizendo que as revelações têm carácter de confrontação e hostilidade."

Claro quando ha provas contra o nao europeu, vira-se a agulha contra o europeu. Esquece-se as provas, desculpa-se o estrangeiro e ainda acusa-se o europeu de provocar e criar hostilidade. Enfim, é incrivel a doença dos media.

Ha dias tambem vi nos nossos telejornais dizer que a Turquia acusava a Russia de comprar petroleo ao ISIS. Nao vi o contrario, a noticia dos Russos a acusar a Turquia.

5 de dezembro de 2015 às 02:02:00 WET  

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