LÍDER DA FRENTE NACIONAL FRANCESA ESTÁ JÁ EM JULGAMENTO
Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/mundo/le-pen-julgada-por-comparar-oracoes-muculmanas-a-ocupacao-nazi_n867418 (Artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)
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A figura de proa da extrema-direita francesa começou esta terça-feira a ser julgada, no tribunal correccional de Lyon, por alegada “provocação para a discriminação”. Na origem do processo estão palavras datadas de Dezembro de 2010: Marine Le Pen comparou então as orações de rua dos muçulmanos à ocupação nazi na II Guerra Mundial.
No final de 2010, Marine Le Pen entregava-se à campanha para suceder ao pai, Jean-Marie, na liderança da Frente Nacional. Durante um encontro com militantes em Lyon, ensaiaria uma analogia: entre a ocupação das forças de Hitler, na II Guerra Mundial, e as contemporâneas orações de rua dos muçulmanos.
Tratar-se-ia, nas palavras de Le Pen, de uma ocupação “de bairros onde a lei religiosa é aplicada”. “Não há blindados, não há soldados, mas é mesmo assim uma ocupação e esta pesa sobre os habitantes”, acrescentava.
Cinco anos depois, a atual número um da Frente Nacional começa a ser julgada no tribunal correcional de Lyon. É acusada, nos termos do processo, de “provocação para a discriminação, a violência ou o ódio para com um grupo de pessoas por causa da sua pertença a uma religião”.
À entrada para a primeira sessão do julgamento, esta terça-feira, Marine Le Pen manteve-se irredutível, qualificando a comparação agitada em 2010 como uma “figura de estilo de meeting”.
Le Pen alegou ainda, nas declarações ao batalhão de jornalistas que a aguardavam, que não cometeu “nenhuma infração”. E acusou os socialistas franceses de estarem por detrás do processo judicial.
“Liberdade de expressão”
Ainda segundo Marine Le Pen, “as orações de rua são uma ilegalidade” e constituiriam mesmo uma forma de “impor uma lei religiosa”.
“Estou no meu direito, como responsável política, de evocar um assunto fundamental. É mesmo um dever”, acentuou.
Cabeça de lista da Frente Nacional por Nord-Pas-de-Calais-Picardie, para as próximas eleições regionais, Le Pen diz-se vítima de uma “perseguição judicial”: “Estamos a um mês de eleições regionais, sendo que este caso tem cinco anos. Isto não podia esperar um mês?”.
No decurso desta primeira sessão do julgamento, seria, contudo, o próprio procurador Bernard Reynard a invocar uma atenuante a favor da dirigente da extrema-direita, advogando que Marine Le Pen, “ao denunciar as orações no espaço público, imputáveis não ao conjunto da comunidade muçulmana, mas a uma minoria, não fez mais do que exercer a sua liberdade de expressão”.
O Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) assumiu entretanto uma posição. Citada pela edição online do diário Le Monde, a estrutura considerou que, “ao comparar os franceses de confissão muçulmana aos nazis, a senhora Le Pen atentou contra a sua honra e tomou atalhos com a História”.
Na leitura do secretário-geral do CFCM, Abdallah Zekri, que preside também ao Observatório Nacional contra a Islamofobia, são tomadas de posição como a de Marine Le Pen, “muitas vezes adoptadas por certos políticos de todos os quadrantes, que alimentam o clima de islamofobia, ambiente sob o qual vivemos actualmente”.
O processo contra Marine Le Pen conheceu avanços e recuos. Em Julho de 2013, o Parlamento Europeu aprovou o levantamento da imunidade da líder da Frente Nacional, abrindo assim caminho ao inquérito judicial em Lyon. Mas essa primeira investida seria anulada em 2014 quer pela chamada câmara de instrução, quer pelo tribunal de recurso daquela cidade francesa.
Num segundo momento, vingaria uma queixa interposta pelo Movimento contra o Racismo e pela Amizade entre os Povos e uma outra associação civil de defesa dos Direitos Humanos.
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De facto a Inquisição Anti-Racista não desarma, mas a Resistência Europeia também não. Os clérigos e diáconos da Santa Madre Igreja Anti-Racista e Multiculturalista dos Últimos Dias do Ocidente não param, insistem sempre - é só preciso igualar e depois, se necessário, superar o seu radicalismo, e mais, e mais, e mais, até daqui a trinta ou quarenta anos se for caso disso.
Entretanto espera-se que os alegados defensores da liberdade de expressão mais famosos da praça pública venham agora a terreno dizer que se solidarizam com Marine Le Pen, como fizeram no caso do esquerdista Charlie Hebdo, quanto mais não seja para honrarem as palavras de Voltaire, supostamente valorizadas por todos os democratas e por aqueles que dizem sê-lo: «Não concordo com o que dizeis, mas morreria para que o pudésseis dizer.»
3 Comments:
O que me dizes disto, Caturo?
https://www.youtube.com/watch?v=sKW4BGMCB3o
Tem a sua piada, junta originalidade e ironia à irreverência, muito na moda. O esquerdalhame mais antirra deve ficar podre de raiva a ver isto, dado que usualmente parece dar por adquirido que é dono exclusivo da tão por si amada «irreverência» (viu-se o rancor com que reagiram às caricaturas dinamarquesas de Maomé, ficaram possessos por haver humor e desafio libertário de um lado contrário ao seu, rapidamente vestiram a mesma camisola que criticavam, a do beatério irritado que, na visão esquerdo-libertária, «merece» ser desrespeitado).
A linguagem usada é que ainda tem alguns laivos de um certo carácter anti-social tipicamente nazi, o que pode dever-se ao facto de os militantes em cena serem ainda adolescentes que acreditam na ideia de agredir uma sociedade «burguesa», que eles acreditam que está contra eles e que está degradada e minada e que o povinho é burro ou anda a dormir e etc., quando na verdade o povo quanto mais ouvir o discurso nacionalista mais vota nos Nacionalistas, não há qualquer necessidade de agressão moral.
Obrigado pela reposta.
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