sexta-feira, outubro 09, 2015

DISCURSOS ANTI-NACIONALISTAS DE MERKEL E HOLLANDE

Apelos a uma Europa unida para enfrentar as várias crises do momento marcaram os discursos da chanceler alemã e do Presidente francês, esta quarta-feira, no Parlamento Europeu.
Angela Merkel e François Hollande falaram na mesma sessão aos eurodeputados, em Estrasburgo, França, à semelhança da histórica intervenção de Helmut Kohl e Francois Mitterrand nos dias que se seguiram à queda do Muro de Berlim, em 1989.
Hollande foi o primeiro a usar da palavra. Recordou as sucessão de desafios que a Europa enfrenta, da crise económica e financeira à crise dos refugiados, e disse que o nacionalismo não é a resposta.
“O nacionalismo é a guerra. O debate não é entre mais ou menos Europa, mas entre a reafirmação da Europa ou o fim da Europa. Não há outra solução que não uma Europa forte para garantir a nossa soberania”, declarou o Presidente francês.
A chanceler alemã considera que a Europa está perante um “teste de dimensões históricas”.
“Não podemos voltar a pensar em nacionalismos, pelo contrário. Precisamos de mais Europa, não menos”, afirmou Merkel.
A chanceler alemã defendeu uma política comum de acolhimento aos refugiados, de protecção das fronteiras comuns e de repatriação dos migrantes que não reúnam as condições para obter asilo.
*
Fonte: http://rr.sapo.pt/noticia/36265/merkel_e_hollande_nacionalismos_podem_levar_ao_fim_da_europa   -   Página com vídeo incorporado

* * *

Tristes confusões, estas, entre nacionalismos e chauvinismos redutores. Os Europeus precisam de mais Europa, sim, mas mais Europa implica, logicamente, mais nacionalismos, porque todo e qualquer nacionalismo europeu coerente é fundamentalmente etnicista e, ao ser etnicista, é forçosamente europeísta no seu melhor sentido, o da valorização prioritária da identidade europeia da Nação. 
Onde essas confusões levam é à concepção de Europa como espaço multicultural e proto-globalizador, inimigo das identidades étnicas, albergue espanhol de tudo o que seja misturada, autêntico cabaret da coxa ao nível continental. Contra isso ergue-se a tocha do Nacionalismo, com maiores ou menores imperfeições, mas prometendo fazer arder o projecto mundialista que se quer impingir aos Europeus, enquanto ilumina um caminho possível para o reforço identitário europeu.