sexta-feira, setembro 18, 2015

SETEMBRO DE 998 - «NÃO ABANDONAREI A FÉ DOS MEUS ANCESTRAIS»

A lendária Sigrid Storråda ou Sigrid a Orgulhosa, filha do rei da Suécia, foi em 998 levada a casar-se com o rei norueguês Olaf Trygvasson. Mas recusou o matrimónio porque o monarca norueguês exigia a sua conversão ao Cristianismo. E disse-o claramente a Trygvasson, frente a frente:
 «Não irei abandonar a fé que os meus antepassados mantiveram antes de mim.»
O norueguês, enraivecido, bateu-lhe. A resposta de Sigrid foi calma e altaneira: «Isto que fizeste poderá um dia causar a tua queda».
Trygvasson, que fora pagão, e se tornara famoso por ter saqueado Londres em 994, queimando nesse ataque a ponte de Londres (que originou uma rima infantil da cultura popular inglesa), converteu-se a dada altura ao Cristianismo, construiu a primeira igreja da Noruega e passou a empreender uma espécie de guerra santa em nome do Crucificado, campanha de terror e massacres destinada a destruir a religião dos seus ancestrais e do seu Povo: numa ocasião, forçou um compatriota seu a engolir uma víbora pelo facto de recusar o culto do Judeu Morto, tendo depois oferecido as terras da vítima à Igreja, deixando a família do assassinado na miséria; noutro episódio, colocou uma taça com brasas no estômago doutro resistente à nova ordem cristã até que as entranhas do pagão rebentaram. Chacinou além disso centenas de homens e mulheres por realizarem o festival de Ostara (festa pagã nórdica equivalente à Páscoa e donde deriva o inglês «Easter»). E cortou a língua do rei anterior, Guthroth, por se pronunciar contra a tirania do novo rei cristão.
Converteu a Islândia ao Cristianismo - com base na chantagem e no cerco asfixiante. Os seus missionários falharam na missão de converter os Islandeses ao culto do Judeu Morto, um deles até foi declarado fora-da-lei em solo islandês por ter andado a destruir santuários e estátuas de Deuses. Trygvasson recorreu então a métodos político-económicos: proibiu o acesso de marinheiros islandeses aos portos noruegueses, o que prejudicou o principal comércio islandês, e tomou como reféns sob ameaça de morte vários islandeses que viviam na Noruega, entre os quais se contavam filhos de alguns dos principais líderes da Islândia. Os actuais asatruar (adoradores dos Deuses nórdicos) chamam-lhe «Olaf o Traidor».
Sigrid conseguiu sempre evitar o casamento com o monarca cristão, ao mesmo tempo que criou uma coligação dos inimigos do seu pretenso esposo. Logrou assim mover a Suécia e a Dinamarca contra a Noruega. No dia 9 de Setembro do ano 1000 obteve a vingança que prometera: as forças cristãs de Olav Trygvasson foram batidas pela aliança sueco-dinamarquesa na batalha naval de Svolder, que representou um grande revés para o Cristianismo no extremo norte europeu.

11 Comments:

Anonymous Arauto said...

O que me dizes disto, Caturo?

https://www.youtube.com/watch?v=hawjaG8x2nI#action=share

19 de setembro de 2015 às 00:57:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://www.voxeurop.eu/pt/content/news-brief/4983800-os-imigrantes-nao-sao-semelhantes-aos-que-fugiram-ao-comunismo

http://www.voxeurop.eu/pt/content/article/4979785-em-frente-ao-muro-de-viktor-orban

http://www.voxeurop.eu/pt/content/article/4984355-nesta-hungria-que-se-isola

19 de setembro de 2015 às 03:01:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«https://www.youtube.com/watch?v=hawjaG8x2nI#action=share»

Está bonito. A principal líder estatal europeia começa o discurso com a descaradamente ofensiva treta auto-culpabilizadora de que muitos dos combatentes do califado são «do Ocidente» e que por isso o Ocidente «também tem a sua culpa», como se os verdadeiros ocidentais, o povo autóctone, tivesse culpa de que no seio da hoste imigrante em solo europeu, imposta aos Europeus pelas merkeles e afins, medrasse o ódio islamista fomentado em grande parte pelo próprio ressentimento que essa gente alimenta contra a Europa. A única culpa do Ocidente é eventualmente não os ter chacinado a todos enquanto estavam na Europa, ou aliás, tê-los deixado tocar solo europeu, algo que nem com os olhos deveriam ter podido fazer, excepto no que à a costa sul mediterrânica europeia diz respeito.

A seguir, dar por adquirido que o Islão já faz parte da Alemanha porque já há quatro milhões de muçulmanos em solo teutónico, é uma tirada ainda mais obscena que a anterior - primeiro, a elite impinge milhões de alógenos aos Europeus, criando a estes últimos todas as dificuldades e mais algumas no sentido de os impedir de se defenderem desta imposição; depois da obra feita, argumentam que já é tarde de mais para voltar atrás. Assim de repente parece de quem está mesmo a pedi-las, mas depois até é capaz de se fazer de vítima chocada se houver sangue nas ruas. Contra isso, só os Nacionalistas é que declaram: passe o tempo que passar, nunca o Islão será parte da Europa, ainda que os muçulmanos venham a tornar-se maioria em solo europeu. Com a mesma coerência, alguns nacionalistas, mas só alguns por enquanto, dizem o mesmo a respeito do Cristianismo, que, por igual motivo, também nunca poderia ser considerado como parte autêntica da Europa. Obviamente que estaria fora de questão a tropa conservadora aceitar uma coisa destas, antes pelo contrário, a sua mundivisão assenta no pressuposto de que a identidade europeia é cristã, como aliás se observa no que Merkel diz a seguir, levando a conversa para a ideia de que «nós» é que temos de conhecer e defender a nossa cultura, o que em si nem é má ideia, não senhor, só se torna catastrófica na medida em que se considera, como Merkel faz, que essa cultura é cristã e que por isso para fazer face ao Islão em solo europeu há que conhecer bem a Bíblia e ir à igreja e etc.... bem se vê o apoio activo que a Igreja tem dado à imigração em massa, o que aliás vai ao encontro das posições de conformação da hoste de Merkel.
O mais grave é que essa linha de raciocínio do «dado adquirido» a respeito da presença islâmica na Europa, pertence não apenas ao discurso da hoste anti-racista de Esquerda mas até da malta conservadora, que gosta muito de aceitar o que (já) está estabelecido, como William Pierce fez notar, aqui há uns anos.

19 de setembro de 2015 às 18:14:00 WEST  
Anonymous Arauto said...

Obrigado pela resposta, Caturo.

19 de setembro de 2015 às 19:55:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Sempre, força nisso.

19 de setembro de 2015 às 22:09:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Gladius, filhote do capeta, estou de volta. Esta vitória que tu proclamas na matéria foi uma mera vitória de Pirro do paganismo, pois que o cristianismo, logo em seguida, triunfou em toda a Escandinávia. Foi a chamada "melhora da morte" para o paganismo, quando o doente dá a impressão de que se recupera, para morrer logo a seguir.

21 de setembro de 2015 às 18:33:00 WEST  
Anonymous Cristão said...

Os pagãos, durante séculos, crucificaram, torturaram, estupraram e mataram os cristãos. Agora ficam chorando a "violência" cristã. Revanche é fogo, né?

21 de setembro de 2015 às 19:04:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Não vejo o cristianismo como uma religião invasora.

Éla é tipicamente grega, com um deus herói grego
Beberam na fonte de Platão e Aristóteles criando o monoteísmo ocidental para combater o judaismo

21 de setembro de 2015 às 21:33:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Nem por isso. Platão era politeísta. E o Cristianismo é mais adverso ao Ocidente e sua identidade do que o Judaísmo, que pelo menos é uma religião étnica.
Quanto ao Cristianismo, tem efectivamente uma origem oriental e foi imposto pela força às massas do Ocidente e do resto do mundo.

22 de setembro de 2015 às 02:49:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Revanche é fogo, né?»

Curioso... os cristãos têm uma moral assente no princípio de dar a outra face, mas diante dos crimes por si cometidos no passado justificam-se com a treta da vingança...
Ainda por cima é um descaramento abjecto, uma vez que os pagãos raramente perseguiram os cristãos, antes pelo contrário, as perseguições pagãs aos cristãos no Império Romano foram esporádicas. Curiosamente, onde as perseguições foram perseguições a sério, como no Japão, o Cristianismo foi esmagado à nascença e acabou a conversa, não houve lá «iluminações» colectivas nem conversões «voluntárias» da população... pois é, onde quer que os cristãos não tivessem tido poder militar para se imporem, o milagre da conversão dos povos não se deu...

22 de setembro de 2015 às 02:53:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«dá a impressão de que se recupera, para morrer logo a seguir.»

Que é o que está a acontecer com o Cristianismo em todo o Ocidente - a morrer. Por toda a Europa se vendem ou simplesmente se deitam abaixo igrejas antigas.
Enquanto isso o Paganismo retorna, a pouco e pouco, porque a verdade é mesmo assim - tarde ou cedo, vem ao de cima. E as verdadeiras religiões dos Europeus são as religiões étnicas europeias, que consistem nos cultos aos seus antigos Deuses. O resto são lérias beatas de quem está com medo do que se verifica cada vez mais.

22 de setembro de 2015 às 02:56:00 WEST  

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