EMIGRANTES LESADOS PELO BES EXIGEM RESPEITO PELOS SEUS DIREITOS CONTRA O NOVO BANCO
Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://pt.euronews.com/2015/08/10/emigrantes-enganados-no-bes-atacam-novo-banco-e-banco-de-portugal/ (texto originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)
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Cerca de 500 antigos clientes do BES, a larga maioria emigrantes de regresso a Portugal para as férias de Agosto, manifestaram-se esta segunda-feira no centro de Lisboa, exigindo o reembolso integral do dinheiro investido no papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES).
Os manifestantes concentraram-se na Avenida da Liberdade, tentaram forçar sem sucesso a entrada na sede do agora chamado Novo Banco (antigo Banco Espírito Santo) e também em pelo menos dois balcões da mesma instituição à medida que desceram a avenida. A agência do Millenium BCP nos Restauradores chegou a ser invadida.
Manuel Rocha, um dos emigrantes que tinha investido o dinheiro no BES, fala em desonestidade dos actuais responsáveis do Novo Banco, nomeadamente o presidente Stock da Cunha: “Entre Janeiro e Março ainda diziam que o problema ia ser resolvido e estava na internet que íamos ser reembolsados com os juros. Agora, nem os juros nem o capital. Isso não se faz. Isto não é gente séria.”
Uma mulher, em lágrimas, disse que nunca acreditou no que lhe foi prometido: “Já há um ano que não acreditava neles. O meu marido acreditou até este ano, mas já há um ano que eu não acredito.”
O Banco de Portugal foi também visado no protesto desta segunda-feira liderado pela Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) e pelo Movimento de Emigrantes Lesados (MEL). A instituição que superintende o sector bancário nacional emitiu em Fevereiro um comunicado no qual garantia que o Novo Banco nada tinha a reembolsar aos clientes que tinham comprado papel comercial do GES.
Os emigrantes, à imagem do grosso dos clientes lesados no BES, exigem o reembolso integral do dinheiro investido e não admitem qualquer outra proposta que não inclua esse fim — fala-se em propostas de reembolso espaçadas no tempo sem direito a juros, o pagamento com perdão de 10 por cento da dívida ou através de outros produtos financeiros.
Ao todo, são cerca de 2500 os clientes do Novo Banco que adquiriram papel comercial do GES aos balcões do BES, no montante total de 527 milhões de euros ainda não reembolsados. O Novo Banco está em processo de venda, mas na sexta-feira os grupos organizados de clientes lesados conseguiu uma pequena vitória quando o Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa emitiu uma providência cautelar interposta pelaAIEPC exigindo ao Banco de Portugal que informa o eventual comprador do montante de papel comercial devido aos clientes.
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Estão obviamente no seu direito de exigir o que lhes pertence e de fazerem o que for preciso para o reaver. Se no país algum civismo houvesse, não seria só meia dúzia de lesados a protestar neste caso, mas milhares e milhares de cidadãos, montando cerco aos bancos e todos e mais alguns envolvidos na trafulhice até que o dinheiro aparecesse, nem que fosse preciso ir de urgência leiloar bens pessoais da privatagem de maneira que o dinheiro aparecesse...
Não se admite é que pelo meio alguns dos mais exaltados se lembrem de pisar a bandeira nacional, isso é que de facto não tem cabimento nem pode ser desculpado, merecendo obviamente condenação ao nível judicial, como a lei prevê. Até porque é uma clamorosa injustiça pisar um estandarte pátrio para protestar contra o que é feito por apátridas, e já se sabe que o capital não tem pátria.
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