NA ISLÂNDIA - AVIÕES NOMEADOS EM CERIMÓNIAS PAGÃS
Se o vídeo não aparecer acima pode ser visto aqui: http://www.mbl.is/frettir/sjonvarp/161847/
Em Março, a companhia aérea de baixo custo islandesa WOWair realizou publicamente uma cerimónia de nomeação de um dos seus novos aviões Airbus A321. O aparelho recebeu o nome de Freyja, Deusa germânica do Amor, da Sexualidade e da Fertilidade, equivalente à latina Vénus e à helénica Afrodite. Quem oficiou a cerimónia foi o sumo-sacerdote Hilmar Örn Hilmarsson, sumo-sacerdote da organização religiosa Ásatrúarfélagið («Associação Asatru»), cujo intuito é prestar culto aos Deuses da herança étnica islandesa e de todos os outros Povos de ascendência germânica (Noruegueses, Alemães, Ingleses, etc.).
O fundador e director da companhia, Skúli Mogensen, fez o discurso de abertura, enaltecendo o sucesso da empresa e dissertando sobre a importância do turismo para o país, criticando a decisão governamental de dar demasiada importância à indústria pesada. Seguidamente, a primeira dama da Islândia, a judia Dorrit Moussaief, destapou o nome da aeronave, Freyja. O segundo novo Airbus da WOWair seria nomeado na semana seguinte com o teónimo de Óðinn, Deus da Sabedoria, das Viagens, das Batalhas e da Morte em Combate.
Hilmarsson foi então chamado para abençoar o «Freyja» através de uma curta cerimónia que incluiu verter cerveja de um corno sobre o pavimento por baixo do avião. Os convidados foram então convidados a subir as escadas e ver o interior da nova aquisição da WOWair.
O voo inaugural do «Freyja» foi para Boston, partindo do aeroporto internacional de Keflavík às quatro da tarde do dia 27 de Março.
«Asatru» é o nome que modernamente se dá a esta religião. Significa «Lealdade aos Asires», isto é, aos Deuses (os principais Deuses da religião pagã nórdica são os Asires ou Aesir, Entidades da Sabedoria e da Guerra, tendo como em tempos rivais e depois aliados os Vanir, Deuses da Fertilidade). Os Aesir incluem Odin, Tor, Tyr, entre outros. Freyja é originariamente uma Vanir, tendo depois passado para o grupo dos Aesir, como resultado de um tratado de paz entre ambas as partes, segundo conta a mitologia.
A Ásatrúarfélagið foi oficialmente reconhecida em 1973 pelo Estado Islandês, dispondo doravante da possibilidade de realizar casamentos e de receber contributos dos impostos pagos pelos cidadãos. O seu reconhecimento como religião esteve durante os dois anos seguintes envolto em polémica, com o Partido da Independência, de centro-direita, a contestar a decisão ministerial que levou ao reconhecimento desta religião, argumentando que a lei só permitiria a legalização de credos monoteístas e que por isso o procedimento do ministro da Justiça e dos Assuntos Eclesiásticos, Ólafur Jóhannesson (Partido Progressista, também de centro-direita) que tinha oficializado o grupo fora ilegal. Jóhannesson defendeu a sua posição afirmando que a constituição garantia liberdade de associação e liberdade de culto, e que especialistas da Religião tinham debatido se a cláusula se aplicava ou não ao Politeísmo. Em 1975 a legislação foi revista no sentido de tornar mais difícil o reconhecimento de novas religiões.
De notar que o bispo da Islândia nessa altura tinha recomendado ao ministro que não reconhecesse a Asatru como religião, alegando que os ensinamentos morais desta prática religiosa eram questionáveis a respeito do individualismo, da segurança pessoal e da poligamia, e que o grupo dos asatruars era muito pequeno - vinte e um indivíduos - e que a fé cristã era «a base da sociedade islandesa» (sempre a mesma atitude de querer impor o monopólio religioso, seja na Islândia, em Portugal ou no fim do Império Romano, o totalitarismo cristão é invariável) e que por isso na Islândia «Cristo é suficiente, embora não fosse suficiente para Hitler, Estaline ou os seus seguidores.»
Os Asatruares reagiram, lembrando que o Cristianismo tem aspectos politeístas, que a Asatru também pode remeter para um Ente Supremo e que em matéria de Nazismo se podia duvidar que o Terceiro Reich tivesse tido algum genuíno asatruar, mas que tivera seguramente apoio de grupos cristãos.
Tudo começara quando o grupo dos asatruares que queriam reconhecimento estatal se reuniram com o ministro Jóhannesson, antes do Natal de 1972, para requererem tal estatuto. Jóhannesson julgou a princípio tratar-se de uma piada mas os representantes da Asatru, Sveinbjörn Beinteinsson e Þorsteinn Guðjónsson, garantiram que estavam a falar muito a sério. Depois da reunião uma tempestade apagou as luzes no escritório do ministro, deixando-o às escuras, isto segundo Beinteinsson e Guðjónsson. O jornal Visir noticiou o sucedido de um modo algo jocoso: «os representantes dos Asatruares receberam respostas muito vagas do ministro - e aparentemente foi isso que Tor, o Deus do Trovão, também pensou, porque quando a visita se aproximava do fim e o ministro se pôs de pé para seguir os visitantes até à porta, um terrível trovão abateu-se sobre Reiquiavique, causando danos perto do escritório do ministro.»
No Verão de 2000, quando se comemoravam os mil anos da cristianização da Islândia, o Estado e a Igreja organizaram uma celebração na planície de Þingvellir. Ora a Ásatrúarfélagið tinha a sua própria cerimónia religiosa anual - o seu principal blót, portanto - na Þingvellir, ao mesmo tempo, o que levou a um conflito entre ambas as partes. No fim, mais de mil pessoas participaram no evento da Ásatrúarfélagið, mais do que em qualquer outra cerimónia da organização até essa data.
O actual líder da Ásatrúarfélagið é o músico Hilmar Örn Hilmarsson, que nesta associação tem o título de allsherjargoði, (supremo sacerdote) desde 2003. Numa entrevista concedida nesse ano, resumiu assim a sua perspectiva religiosa:
«Acredito num poder mais elevado que nos aparece na multiplicidade da natureza e da vida humana. Temos manifestações de certas forças primordiais que consideramos como Deuses e temos uma divisão das funções dos Deuses. Estes são poderes que são visíveis, meio-visíveis e por vezes invisíveis. Pode ter-se uma longa discussão erudita a respeito do papel dos Deuses invisíveis, mas no fim isto é uma questão de sentir os diferentes aspectos da vida.»
Entretanto o número de asatruares subiu exponencialmente, alcançando hoje mais do que o de qualquer outra organização não cristã na Islândia. Aumentou também, no seio do grupo, o número de membros do sexo feminino, que ascende hoje a trinta e quatro por cento do total. Dos cinco sacerdotes asatruares que o Ministério da Justiça reconheceu como podendo oficiar casamentos, dois são mulheres.
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Fontes:
- http://www.mbl.is/english/nature_and_travel/2015/03/27/chief_pagan_blesses_icelandic_jet/
- Wikipedia
5 Comments:
Os ingleses, irlandeses, Escoses, etc tem o DNA quase identico aos Potugueses e espanhois, que uns 10 mil anos atravesaram pelo mar congelado do continente à ilha, logo seriam mais proximos aos latinos q aos germanicos, pelo menos é o q andei lendo, me corrijam se estiver enganado e saudações do Brownsil, digo, Brasil...
«Os ingleses, irlandeses, Escoses, etc tem o DNA quase identico aos Potugueses e espanhois, que uns 10 mil anos atravesaram pelo mar congelado do continente à ilha, »
Consta que essa ideia está posta em causa por estudos genéticos mais recentes, mas o que todavia permanece de pé é que haveria mais proximidade entre Celtas e Latinos do que entre Celtas e Germanos, dado que Celtas e Latinos são ambos do mesmo ramo dito Celto-Italiota, ao passo que os Germanos pertenceriam ao ramo Germano-Balto-Eslavo.
Ambos os ramos são da família indo-europeia ocidental, evidentemente.
Chefe militar dos EUA na Europa pede que OTAN siga unida contra Putin
Leia mais: http://br.sputniknews.com/defesa/20150508/971330.html#ixzz3Zao8cciv
Ayelet Shaked,uma Judia Lindissima e sem o politicamente correcto
"Ayelet Shaked, a nova ministra israelita que foi comparada a Hitler"
http://www.sol.pt/noticia/390253/Ayelet-Shaked-a-nova-ministra-israelita-que-foi-comparada-a-Hitler-
partido nacionalista escocês levou praticamente todas as cadeiras da escocia no parlamento britânico.
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