UMA EVENTUAL RAIZ PAGÃ DA LENDA DE S. IRIA - NÁBIA
Qual reminiscência do período visigótico, a crença pagã em Nábia – ou Nabanus – viria a dar origem na famosa lenda de Santa Iria – ou Santa Irene – cujo corpo, após o seu martírio, ficou depositado nas areias do rio Tejo junto às quais se ergueram vários locais de culto, tendo inclusive dado origem a alguns topónimos como a Póvoa de Santa Iria e, com a introdução do Cristianismo, a atribuição do seu nome à antiga Scallabis, a actual cidade de Santarém. É, pois, no rio Tejo que desaguam as águas do rio Zêzere após as ter recebido do rio Nabão cujo nome advém da deusa Nábia, deusa dos rios e da água.
Quando ocuparam a Península Ibérica à qual deram o nome de Hispânia, os romanos que à época ainda não se haviam convertido ao Cristianismo, adoptaram as divindades indígenas e ampliaram o seu panteão, apenas convertendo o nome de Nábia para Nabanus, tal como antes haviam feito com os deuses da antiga Grécia.
Conta a lenda que Iria – ou Irene – nascera em Nabância, uma villae romana próxima de Sellium, a actual cidade de Tomar. Oriunda de uma família abastada, Iria veio a receber educação esmerada num mosteiro de monjas beneditinas, o qual era governado pelo seu tio, o Abade Sélio.
Dotada de beleza e inteligência, a jovem Iria atraía as atenções sobretudo dos fidalgos que disputavam entre si as suas atenções. Contava-se entre eles o jovem Britaldo que por ela alimentou uma enorme paixão. Contudo, Iria entregava-se a Deus e recusava as suas investidas amorosas.
Roído de ciúmes pela paixão de Britaldo, o monge Remígio que era o director espiritual de Iria, deu a beber a Iria uma mistela que lhe provocou no corpo a aparência de gravidez, provocando desse modo a sua expulsão do convento, levando-a a procurar refúgio junto do rio Nabão. Britaldo, a que entretanto chegara os rumores do ocorrido, movido por despeito, ordenou a um servo o seu assassínio.
Atirado ao rio Nabão cujas águas correm para o rio Zêzere, o corpo da mártir Iria ficou depositado nas areias do rio Tejo, aí permanecendo incorruptível para a eternidade, tendo o seu culto sido muito popular sobretudo no período do domínio visigótico.
Do nome de Irene – Santa Iria – tomou a antiga Scallabis romana o nome passando a denominar-se de Sancta Irene, daí derivando a actual designação de Santarém. Da mesma maneira que, para além de assinalar um acidente orográfico, a designação toponímica Cova da Iria deverá ter a sua origem no referido culto a Santa Iria, porventura já sob o rito moçárabe ou seja, cristão sob o domínio muçulmano embora adoptando aspectos da cultura árabe.
A lenda de Santa Iria e o relacionamento com o local onde nascera ou seja, avillae romana de Nabância, remete-nos ainda para o culto de Nabia, a deusa dos rios e da água, uma das divindades mais veneradas na antiguidade na faixa ocidental da Península Ibérica ou seja, a área que actualmente corresponde a Portugal e à Galiza.
Com efeito, durante o período que antecedeu à ocupação romana, a deusa Nábia era celebrada pelos povos autóctones, tendo o seu nome sido atribuído a diversos rios como sucede com o Navia, na Galiza e o Neiva e o Nabão em Portugal. Inscrições epigráficas como as da Fonte do Ídolo, em Braga e a de Marecos, em Penafiel, atestam-nos a antiga devoção dos nossos ancestrais à deusa Nábia.
Quando ocuparam a Península Ibérica à qual deram o nome de Hispânia, os romanos que à época não se haviam convertido ainda ao Cristianismo, adoptaram as divindades indígenas e ampliaram o seu panteão, apenas convertendo o nome de Nábia para Nabanus, tal como antes haviam feito com os deuses da antiga Grécia.
Qual reminiscência de antigas crenças, o culto pagão à deusa Nábia – ou Nabanus – veio a dar origem à famosa lenda de Santa Iria – ou Santa Irene – cuja invocação é particularmente celebrada em Tomar, cidade banhada pelo rio Nabão.
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Fonte: http://bloguedelisboa.blogs.sapo.pt/o-rio-tejo-e-a-lenda-de-santa-iria-ou-30983
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Já em 2012 me tinha ocorrido que o Nabão, próximo de Tomar, poderia dever o seu nome precisamente a Nábia, uma das maiores Divindades do Ocidente ibérico, que pode ter entretanto sido considerada equivalente a Diana, uma das principais e mais populares Deusas romanas, estimando-se actualmente que é no Seu nome que radicam as Janas, espécies de ninfas dos bosques, comuns ao folclore português, galego e asturiano, presente também noutros pontos do mundo europeu romanizado, como já aqui foi referido.
7 Comments:
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embaixadores dos EUA comportam-se na República Tcheca como em seu território
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Prontos para defender sua Nação e seu Povo dos ímpetos arrogantes da Nova-Ordem-Mundial.
https://www.youtube.com/watch?v=K1FbWLT40L4
DETROIT. A sociedade enquanto construção racial e étnica.
http://nationalvanguard.org/2015/04/detroit-the-death-of-white-civilisation/
«https://www.youtube.com/watch?v=K1FbWLT40L4»
Boa música...
De resto, não sei até que ponto é que os Russos não quereriam impor a sua própria Nova-Ordem-Mundial. Os seus vizinhos de leste que o digam...
Os impérios são sempre uma grande chatice.
OS SEGREGACIONISTAS SEMPRE ESTIVERAM CERTOS MAS KEMP BEM DISSE QUE SÓ SEGREGACIONISMO NÃO SERVE POIS É TROJANICO - TEM QUE SER SEPARATISMO PLENO MESMO
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