segunda-feira, janeiro 21, 2013

NEGROS ERAM REIS DO TRÁFICO DE DROGA NA AMADORA

O grupo que liderava o tráfico de droga na Cova da Moura, cujo líder Adriano Biguane é também acusado de homicídio, começa esta quarta-feira a ser julgado no Tribunal de Monsanto. O caso pertence à 6.ª vara criminal, mas o julgamento será realizado fora do Campus da Justiça por questões de segurança.
O Ministério Público (MP) acusou os 14 arguidos de associação criminosa, raptos, extorsão, roubos e tráfico de droga.
Treze homens - oito cabo-verdianos, dois guineenses e três portugueses -, com idades entre os 22 e os 41 anos, encontram-se em prisão preventiva ao abrigo deste processo. Uma mulher, de 27 anos, está em liberdade, sujeita ao termo de identidade e residência.
O caso pertence à 6.ª Vara Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, mas fonte judicial adiantou à agência Lusa que o julgamento vai decorrer no Tribunal de Monsanto, por questões de segurança, devido à natureza violenta dos crimes e aos arguidos envolvidos.
O grupo desenvolvia o tráfico de droga a partir do Bairro da Cova da Moura, na Amadora. Segundo o MP, os arguidos obtinham cocaína e heroína sob ameaça e com o sequestro dos vendedores, para depois venderem o estupefaciente a um preço superior.
Quando faltava cocaína ou heroína, os dois alegados líderes enviavam colaboradores ao estrangeiro, nomeadamente ao Brasil, para trazer produto estupefaciente.
Num dos vários raptos relatados na acusação, na noite de 21 de Julho de 2011, três dos arguidos levaram um homem para um local no Seixal, onde o mantiveram em cativeiro mais de um dia, recorrendo a agressões físicas e ameaças de morte.
Pelo meio, os suspeitos efectuaram vários telefonemas para o irmão a pedir um resgate de 100 mil euros.
Temendo pela vida do familiar, o homem deixou 98 mil euros num local combinado, em Cascais.
A vítima foi libertada e encontrada pelo irmão a deambular na via pública, no Casal do Marco, concelho do Seixal.
O início do julgamento está agendado para as 09h30.
A investigação esteve a cargo da Unidade Especial de Combate ao Crime Especialmente Violento do Departamento de Investigação e Acção Penal.