sexta-feira, setembro 14, 2012

SOBRE O FILME «INOCÊNCIA DOS MUÇULMANOS»

O filme Muslim Innocence (Inocência dos Muçulmanos), é tão mau que é difícil acreditar que poderá ter custado os 5 milhões de dólares (3,9 milhões de euros) que Sam Bacile, realizador e produtor, diz que custou. Muito menos que tenha merecido atenção suficiente para desencadear violentos protestos de islamistas no Egipto e na Líbia.
Do filme de duas horas conhecem-se apenas excertos, publicados no YouTube numa espécie de trailer em que os muçulmanos são apresentados como imorais e violentos. O profeta Maomé é ridicularizado. Aparece em diversas cenas de sexo, com mulheres e com homens, aprova o abuso sexual de crianças, aponta para um burro como “o primeiro animal muçulmano”. É ainda dito que o Corão não teve inspiração divina, que foi escrito a partir da Tora e do Novo Testamento.
“Um diálogo tosco de insultos disfarçados de revelações sobre Maomé, em que os seus obedientes seguidores são apresentados como um bando de capangas”, escreveu a Associated Press. Para o Guardian, é um filme “obscuro”, a AFP descreve-o como de “baixo orçamento, com um guarda-roupa amador, um cenário confuso e cenários artificiais”. O trailer estava online desde Julho, mas ficou conhecido apenas na última semana, quando a estação televisiva egípcia religiosa Al-Nas o pôs no ar.
Bacile, um promotor imobiliário israelo-americano de 54 anos, diz que a longa metragem rodada na Califórnia foi financiada por um grupo de cem doadores judeus. Explica que ainda que trabalhou com 60 actores, mais uma equipa de 45 pessoas. Depois do ataque à embaixada norte-americana na Líbia escondeu-se. Numa conversa ao telefone com o Wall Street Journal, afirmou que o “islão é um cancro” e que este filme é um filme político.

É sintomático que um artigo noticioso de um jornal de referência central sobre um filme polémico comece por uma observação de carácter perfeitamente subjectivo... como se quisesse garantir logo à partida a associação de um carácter negativo a um produto que é, declaradamente, uma arma de propaganda...

Violência, homicídio, ataques generalizados a embaixadas, manifestações de ódio contra os EUA - nada que não se esperasse numa circunstância destas, quando se sabe o que é o mundo islâmico, incompatível, tanto ou mais que antes, com a liberdade de expressão, que consiste precisamente na possibilidade de dizer coisas desagradáveis sobre crenças, ideologias, religiões ou opiniões alheias. Este é um valor axial do Ocidente, desde há milhares de anos, pelo que este episódio deixa mais uma vez a nu como são infindamente distantes os dois lados do Mediterrâneo.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Para quem estudar ao detalhe e pormenor as informações oficiais islâmicas iniciais, descobre que há fundamentos para se afirmar que no filme nada insulta maomé.
Ele próprio confessou que era ignorante, que não sabia o que andava a fazer e que o seu allah era pior que os maus todos juntos e zangados.

16 de setembro de 2012 às 10:58:00 WEST  
Anonymous Arcaico said...

Quem semeia vento, colhe tempestade. É isto ai. Leia este artigo muito bom:
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http://inacreditavel.com.br/wp/libia-quem-semeia-vento-colhe-tempestade/

17 de setembro de 2012 às 00:48:00 WEST  

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