«SUCKER PUNCH»

O autor descreveu a coisa como «Alice no País das Maravilhas com metralhadoras». Um filme que até certo ponto se deixa caracterizar por um aspecto francamente adolescente a roçar a pimbalhice arte-marcialeira de mistura com tiros e explosões a alta velocidade (que se tornam enfadonhas, na verdade), como «convém» cada vez mais no cinema de acção que domina os circuitos comerciais, tudo interpretado por jovens «perigosas» pesadamente armadas (como os Ianques adoram ver, nem lá falta uma asiática, mas por milagre não há nenhuma negra, ponto positivo e quase inacreditável) em jeito de «Spice Girls» da porrada, mas que na verdade acaba por exibir um conteúdo bastante cativante, centrada no poder da imaginação não apenas como defesa mas também como motivação, num mundo naturalmente violento e cujo sentido nem sempre parece mais lógico e justo do que a mais absurda fantasia. E consegue ser surpreendente do princípio ao fim, apresentando ainda uma moral da história mas com a proeza de não parecer moralista. Bom para espairecer, sem esperar demasiado, de boa vontade.