terça-feira, abril 19, 2011

«A RAPARIGA DO CAPUZ VERMELHO»

Um filme que a princípio pode ter um certo laivo americano e adolescente, e que mete o chavão do «amor proibido» pelo meio, mas que acaba por constituir um espectáculo cinematográfico bastante aprazível, tendo o mérito de conseguir criar, na tradição do verdadeiro Romantismo europeu, uma atmosfera de sabor e arquétipo «medieval», entre o sombrio do medo colectivo pelo sobrenatural e os horizontes florestais sugestivamente enevoados. Trata-se, basicamente, de uma filmagem moderna do velho conto popular infantil do «Capuchinho Vermelho», muito sólida e verosímil, sem cair em pimbalhice modernaça. O enredo está bastante bem concebido, na visão geral e no pormenor, e, já agora, não faltam as beldades, com destaque para a ruivíssima Shauna Kain («Roxanne») e para a senhoril Virginia Madsen («Suzette»), além da actriz principal. É de ver.

Claro que tinham de se surgir por lá duas ou três caras negras, o filme é «mainstream» Hollywood, já se sabe, mas, por sorte, nem aparecem muito nem têm relevância. Um bom gosto europeu pode pois contemplar a película sem incómodo de maior.