domingo, março 06, 2011

«BLAKE'S SEVEN» - OS SETE DE BLAKE

E agora mais um momento de memórias de há trinta anos, graças, mais uma vez, ao You Tube, excelsa maravilha da Internet - a série de ficção científica britânica «Blake's Seven», que a RTP2 transmitiu por volta de 1980 ou 1981, aos sábados à noite lá para depois das onze... não admira que haja tão poucos portugueses que se lembrem de alguma vez terem visto isto e para mim é quase um milagre conhecer alguém que a recorde, uma das minhas duas séries favoritas estrangeiras. Tratando-se de uma espécie de «space opera», saga interestelar que, como disse alguém, é «a Guerra das Estrelas para adultos», não tem o ritmo e os efeitos especiais das produções americanas (aliás, os efeitos especiais são péssimos) - é uma coisa europeia, mais lenta e pausada, ainda por cima de há trinta anos, e quem não aguentar estar a olhar para um ecrã que não mostra explosões, dramatismos, velocidades e grandes planos repentinos de cinco em cinco segundos, dificilmente gostará disto. Basicamente, narra a história de um rebelde idealista que, acompanhado de seis ou sete outros amotinados, percorre os cantos e esquinas da vastidão cósmica na luta contra a «Federação», que é uma espécie de império galáctico da Terra, regida por um governo totalitário «suave» que mantém a população rigidamente controlada mas vivendo na ilusão de que o seu é o melhor dos mundos.  Roj Blake combate pela liberdade, mas os que vão com ele têm os seus próprios motivos, nem sempre claros, visto que são todos criminosos de delito comum que todavia confiam em Blake... o carácter de cada um deles também não é impoluto; o mais arguto de todos, o manhoso Kerr Avon, está em permanente despique com Blake e nunca se sabe exactamente o que quer ou que interesses o movem, mas acaba por fazer o que é útil à causa do combate contra a tirania, mesmo que da sua boca só saiam justificações interesseiras. Pelo meio há ainda a beleza da também astuta Jenna Stenis, e, do lado contrário, a feminilidade cativante da sarcástica Suprema Comandante Servalan e o carisma sinistro do líder das tropas da Federação, Travis (um bocado a fazer lembrar a dupla Darth Vader e Palpatin, da Guerra das Estrelas, mas com mais sobriedade). 
Os fãs desta série de culto costumam lembrar sobretudo as tiradas irónicas e/ou a modos que filosóficas de Avon, mas de tudo o que vi, posso dizer que a melhor voz foi posta na boca da loira contrabandista, Jenna: em diálogo a três, ela, Blake e Avon, este, exasperado com a ingenuidade idealista de Blake, vira-se para Jenna e diz, irritado, «não me digas que acreditas no ideal dele!», ao que ela responde «não acredito, mas gostava de acreditar...».
Devido à carolice de uns quantos benfeitores apreciadores da saga, pude ver todos os episódios, na íntegra, da primeira série, a começar aqui:
Divirtam-se, os de gosto mais apurado com alguma nostalgia pelos anos setenta...

1 Comments:

Blogger Titan said...

Eu gostava era do Buck Rogers.

6 de março de 2011 às 22:57:00 WET  

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